A décima edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 6 e 14 de outubro, em formato on-line, acaba de completar sua programação.
Novas narrativas com temáticas que retratam a realidade política e social do mundo; é isso que guia a Mostra Competitiva com a descoberta do que há de mais novo na produção mundial e brasileira, buscando inventividade e capacidade de se comunicar.
Nesta edição, a produção nacional marca presença. Dos nove longas-metragens selecionados, três são brasileiros: O Sonho do Inútil, de José Marques de Carvalho Jr., um filme que se perde e se encontra nas imagens, as ressignifica no tempo, em novas realidades e momentos; o pernambucano Rio Doce, de Fellipe Fernandes, sobre mudanças íntimas que ultrapassam o individual; e Rolê – Histórias de Rolezinhos, de Vladimir Seixas, que lembra os rolezinhos e as ocupações dos shoppings tendo três jovens como personagens.
Completam a seleção de longas: Conferência, de Ivan Tverdovskiy, exibido na Giornate degli Autori e premiado no Festival de Cairo, que resgata a invasão do Teatro Dubrovka, na Rússia, durante uma peça em 2002 por um grupo armado e que terminou com uma ação do exército e mais de uma centena de mortos; Um Céu Tão Nublado, de Álvaro F. Pulpeiro, exibido no IndieLisboa, sobre as ideias de Venezuela que se criaram pelo mundo sem se conhecer a complexidade do lugar; Zinder, de Aïcha Macky, que participou do Visions du Réel e fala sobre a violência à margem e a dificuldade de mudar, mas do constante desejo de transformar a realidade.
E mais: O Protetor do Irmão, de Ferit Karahan, vencedor do Prêmio FIPRESCI da mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, sobre como até mesmo em um lugar de rigidez, hierarquia e violência é possível haver doçura, cuidado e amor; Estilhaços, de Natalia Garayalde, um filme que fala de imagens que ficam e, ainda que feitas sem querer, contam histórias fundamentais para a História; e Sonhos de Damasco, de Émilie Serri, que procura reconstituir a história de um país em seus escombros, que encontra a vida nos detalhes e nas memórias.
O cinema brasileiro também está forte na seleção de curtas-metragens desta 10ª edição. Serão quatro filmes dentre os 10 selecionados: A Máquina Infernal, de Francis Vogner dos Reis, exibido no Festival de Locarno; Chão de Fábrica, de Nina Kopko; Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa; e Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet.
Histórias do mundo também estão na seleção. Da Bélgica, a dupla Maxime Jean-Baptiste e Audrey Jean-Baptiste traz Ouça a Batida das Nossas Imagens, premiado no Festival de Melbourne e exibido no Hot Docs. Da França vem Vikken, de Dounia Sichov, premiado no FIDMarseille; e a coprodução com Senegal, dirigida por Moly Kane, Tecidos Brancos, exibida em Toronto. A seleção traz também Meu Tio Tudor, de Olga Lucovnicova, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim e exibido em San Sebastián; entre outros títulos.
Conheça os filmes selecionados para a Mostra Competitiva do Olhar de Cinema 2021:
LONGAS-METRAGENS
Conferência (Konferentsiya), de Ivan Tverdovskiy (Rússia)
Estilhaços (Esquirlas), de Natalia Garayalde (Argentina)
O Protetor do Irmão (Okul Tiraşi), de Ferit Karahan (Turquia/Romênia)
O Sonho do Inútil, de José Marques de Carvalho Jr. (Brasil)
Rio Doce, de Fellipe Fernandes (Brasil)
Rolê – Histórias dos Rolezinhos, de Vladimir Seixas (Brasil)
Sonhos de Damasco (Damascus Dreams), de Emilie Serri (Canadá)
Um Céu Tão Nublado (Un Cielo Tan Turbio), de Álvaro F. Pulpeiro (Colômbia/Espanha/Reino Unido)
Zinder, de Aïcha Macky (Alemanha/França/Níger)
CURTAS-METRAGENS
A Máquina Infernal, de Francis Vogner dos Reis (Brasil)
Chão de Fábrica, de Nina Kopko (Brasil)
Meu Tio Tudor (Nanu Tudor), de Olga Lucovnicova (Bélgica/Hungria/Moldávia/Portugal)
Ouça a Batida das Nossas Imagens (Écoutez Le Battement de nos Images), de Maxime Jean-Baptiste e Audrey Jean-Baptiste (Bélgica)
Saúde! (Будьте Здоровы!), de Tatiana Chistova (Polônia/Rússia)
Sob a Máscara Branca: O Filme que Haesaerts Poderia Ter Feito (Onder Het Witte Masker: de Film Die Haesaerts Had Kunnen Maken), de Matthias De Groof (Bélgica)
Tecidos Brancos (Sër Bi), de Moly Kane (França/Senegal)
Tereza Joséfa de Jesus, de Samuel Costa (Brasil)
Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet (Brasil)
Vikken, de Dounia Sichov (França)
Foto: Divulgação/Ponte Produtoras.