A 11ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 1º e 9 de junho, em formato híbrido, anunciou nesta segunda-feira, 09/05, os títulos selecionados para suas mostras competitivas.
A programação apresenta uma produção mundial realizada e lançada em meio a anos conturbados. São filmes de diferentes cinematografias que refletem a realidade específica nos anos da pandemia, mas, para além disso, abordam conflitos ao redor do mundo (armados às vezes, mas também étnicos ou sociais) e trazem à reflexão questões como representatividade e visibilidade.
Neles, muitas vezes se veem mesclados dramas individuais e familiares de cineastas e seus personagens com questões amplas de países e regiões onde suas narrativas se passam. Os filmes, então, se atravessam, unindo passado e presente, mas também projeções de possíveis futuros, apresentando um raio-X bastante poderoso do estado da criação no cinema nestes anos.
A Mostra Competitiva traz nove longas-metragens com três títulos brasileiros: Alan, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa, com Alan do Rap, um dos precursores do hip hop em Salvador, que para divulgar suas músicas invadia o palco de bandas famosas que se apresentavam na cidade; Filme Particular, de Janaína Nagata, que traz fragmentos de um filme de família em 16mm, de procedência desconhecida, que foi encontrado por acaso e, após investigação, revelou-se um documento atravessado por conflitos agudos sobre o contexto histórico e político da África do Sul nos anos 1960; e Paterno, de Marcelo Lordello, que traz um jovem que tem que rever suas certezas ao descobrir que seu pai teve outra família.
Complementam a seleção: A Censora, de Peter Kerekes, premiado na mostra Orizzonti do Festival de Veneza do ano passado e representante da Eslováquia no Oscar 2022; Uma Noite Sem Saber Nada, de Payal Kapadia, coprodução entre França e Índia, premiada nos festivais de Cannes e Toronto; A Ferrugem, de Juan Sebastian Mesa, exibido no Festival de San Sebastián; o checo É Preciso uma Aldeia, de Adam Koloman Rybanský, exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim; Freda, de Gessica Geneus, que recebeu Menção Especial no Festival de Cannes e representou o Haiti no Oscar; e Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes, exibido em Berlim e premiado no IndieLisboa.
O Brasil também marca presença na seleção de curtas-metragens, com três títulos: Infantaria, de Laís Santos Araújo; Mal di Mare, de João Vieira Torres; e Xar – Sueño de Obsidiana, de Edgar Calel e Fernando Pereira dos Santos, também selecionado para o Festival de Guadalajara. É possível conhecer outras histórias do mundo com: Constante, de Beny Wagner e Sasha Litvintseva, exibido em Roterdã e premiado no IndieLisboa; Holocausto Sagrado, de Osi Wald e Noa Berman-Herzberg; Invisíveis, de Esteban Garcia Garzon; Madrugada, de Leonor Noivo; e Moune Ô, de Maxime Jean-Baptiste.
A mostra Novos Olhares traz sete longas-metragens de diversas cinematografias e com maior radicalidade em suas propostas estéticas. Este ano, a seleção traz o brasileiro Pele Fina, de Arthur Lins; Devo Comparar-te a um Dia De Verão?, de Mohammad Shawky Hassan, exibido em Berlim; o sul-africano Grace Tomada Única, de Lindiwe Matshikiza; o canadense Esta Casa, de Miryam Charles, premiado no IndieLisboa; o chinês Jet Lag, de Zheng Lu Xinyuan, exibido na Berlinale; o israelense Kafka para Crianças, de Roee Rosen, exibido em Roterdã; e o russo Verão, de Vadim Kostrov.
A mostra Outros Olhares mescla em sua seleção longas e curtas-metragens ainda inéditos e filmes que já possuem uma trajetória em festivais e mostras internacionais recentes. São várias propostas, estilos, linguagens e abordagens feitas em torno de uma série de extremidades que reflete o mundo atual.
A seleção de longas traz os brasileiros Céu Aberto, de Elisa Pessoa, e 7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi. Entre os internacionais estão: Poeta, de Darezhan Omirbayev, exibido na mostra Forum de Berlim; Geografias da Solidão, de Jacquelyn Mills, premiado no Festival de Berlim deste ano; Octopus, de Karim Kassem; Quente de Dia, Frio à Noite, de Song-yeol Park; Sem Caminho Direto pra Casa, de Akuol de Mabior, exibido na mostra Panorama da Berlinale; Soy Libre, de Laure Portier, premiado no Festival de Zurique; o curta Mais e Mais Distante, de Polen Ly, que disputou o Urso de Ouro em Berlim; entre outros.
Conheça os novos filmes selecionados para o Olhar de Cinema 2022:
COMPETITIVA | LONGA-METRAGEM
A Censora (Cenzorka), de Peter Kerekes (Eslováquia)
A Ferrugem (La Roya), de Juan Sebastian Mesa (Colômbia/França)
Alan, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa (Brasil)
É Preciso uma Aldeia (Kdyby Radši Hořelo), de Adam Koloman Rybanský (República Checa)
Filme Particular, de Janaína Nagata (Brasil)
Freda, de Gessica Geneus (França/Haiti/Benin)
O Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes (Portugal/Espanha)
Paterno, de Marcelo Lordello (Brasil)
Uma Noite Sem Saber Nada (Toute Une Nuit Sans Savoir), de Payal Kapadia (França/Índia)
COMPETITIVA | CURTA-METRAGEM
Constante (Constant), de Beny Wagner e Sasha Litvintseva (Reino Unido/Alemanha)
Holocausto Sagrado (Holy Holocaust), de Osi Wald e Noa Berman-Herzberg (Israel)
Infantaria, de Laís Santos Araújo (Brasil)
Invisíveis (Invisibles), de Esteban Garcia Garzon (Colômbia)
Madrugada, de Leonor Noivo (Portugal)
Mal di Mare, de João Vieira Torres (Brasil)
Moune Ô, de Maxime Jean-Baptiste (Bélgica/Guiana Francesa/França)
Xar – Sueño de Obsidiana, de Edgar Calel e Fernando Pereira dos Santos (Brasil)
NOVOS OLHARES
Devo comparar-te a um dia de verão? (Bashtaalak Sa’at), de Mohammad Shawky Hassan (Egito/Líbano/Alemanha)
Esta Casa (Cette Maison), de Miryam Charles (Canadá)
Grace Tomada Única (One Take Grace), de Lindiwe Matshikiza (África do Sul)
Jet Lag, de Zheng Lu Xinyuan (China)
Kafka para Crianças (Kafka Le-ktanim), de Roee Rosen (Israel)
Pele Fina, de Arthur Lins (Brasil)
Verão (Leto), de Vadim Kostrov (Rússia)
OUTROS OLHARES | LONGA-METRAGEM
7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi (Brasil)
Céu Aberto, de Elisa Pessoa (Brasil)
Geografias da Solidão (Geographies of Solitude), de Jacquelyn Mills (Canadá)
Octopus, de Karim Kassem (Líbano/Qatar/Arábia Saudita)
Poeta (Akyn), de Darezhan Omirbayev (Cazaquistão)
Quente de Dia, Frio à Noite (Najeneun Deopgo Bameneun Chupgo), de Song-yeol Park (Coreia do Sul)
Sem Caminho Direto para Casa (No Simple Way Home), de Akuol de Mabior (África do Sul/Reino Unido)
Soy Libre, de Laure Portier (França)
OUTROS OLHARES | CURTA-METRAGEM
A Intempérie (La Intemperie), de Daniel Paz Mireles (Venezuela)
Até a Luz Voltar, de Alana Ferreira (Brasil)
Cinzas Digitais (Digital Ashes), de Bruno Christofoletti Barrenha (Alemanha/Brasil)
Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (Brasil)
Laboratório No. 2 ( تاقیگەی ژمارە 2), de Edris Abdi e Awara Omar (Curdistão)
Mais e Mais Distante (Chhngai Dach Alai), de Polen Ly (Camboja)
Se Não Houvesse Luta (If There is No Struggle), de Jared Katsiane (EUA)
Sonata Plástica (Plastic Sonata), de Nelson Yeo (Singapura)
Toli, de Diana Mashanova (Rússia)
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