12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Michele Matalon e Djin Sganzerla no longa O Mel é Mais Doce que o Sangue

Foram anunciados nesta quarta-feira, 10/05, em uma coletiva de imprensa, os filmes selecionados para a 12ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontecerá entre os dias 14 e 22 de junho. A programação conta com mais de 80 títulos das mais diversas linguagens, formatos e temáticas, mantendo sua principal característica de instigar a curiosidade do espectador e propor novas abordagens cinematográficas.

Em formato híbrido, o evento terá suas sessões presenciais no Cine Passeio e no Cineplex Novo Batel, em Curitiba, e sessões on-line no Itaú Cultural Play. Neste ano, a abertura do festival acontecerá em um espaço tradicional de Curitiba, a Ópera de Arame, com o longa Casa Izabel, do realizador paranaense Gil Baroni, que foi o grande vencedor do Cine PE do ano passado. Com a participação de importantes referências da cena artística local, o filme volta aos anos 1970 e fabula um aparente refúgio da realidade brasileira onde homens da alta sociedade se encontram para encarnar mulheres em fantasias de luxo e exuberância. Com o nome de Casa Grande Izabel, o espaço esconde muito mais do que os caprichos e devaneios secretos de seus hóspedes.

O encerramento do 12º Olhar de Cinema aposta no horror feminista com Agressor, de Jennifer Reeder, que foi exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim. O longa conta a história da adolescente Jonny, que ganha habilidades sobrenaturais através de uma transformação mística ao mesmo tempo em que meninas desaparecem em sua nova escola.

Em 2023, o Olhar de Cinema apresenta um novo formato em sua programação com as novas mostras Competitiva Internacional e Competitiva Brasileira, que contará com premiações para melhor filme, direção, roteiro e atuação, entre outras categorias, além do Prêmio do Público para as duas competitivas. O festival, porém, mantém as mostras Novos Olhares, dedicada a filmes que se destacam pela radicalidade em suas propostas estéticas; Pequenos Olhares, dedicada às crianças; e Mirada Paranaense, dedicada a apresentar ao público um panorama da produção audiovisual do Paraná. A mostra Exibições Especiais passa a ser o novo espaço para filmes brasileiros não inéditos, que se destacaram recentemente, somados a filmes internacionais importantes do último ano.

A Mostra Foco também chega diferente nesta 12ª edição, apresentada em parceria com o RIDM, Rencontres Internationales du Documentaire de Montréal, a filmografia de um território: o cinema documental contemporâneo produzido em Quebec, província canadense de colonização francesa. Outra novidade deste ano é a parceria com o Itaú Cultural Play, plataforma em que será exibida a programação on-line do festival; espectadores de todo o Brasil poderão assistir à maior parte dos curtas brasileiros selecionados entre os dias 20 de junho e 4 de julho.

Mostras queridas e esperadas pelo público do Olhar de Cinema também agitam a programação deste ano, como a Olhares Clássicos. Já a mostra Olhar Retrospectivo se volta para um dos cineastas que melhor explorou a modificação dos corpos na tela, na interação entre maquínico e orgânico: David Cronenberg. Nascido em Toronto, em 1943, o realizador canadense dirigiu 47 trabalhos ao longo de quase seis décadas. Frente ao desafio de propor um recorte dessa filmografia tão prolífica quanto provocadora, a mostra privilegiou os primeiros 25 anos da sua trajetória, exibindo sete de seus filmes mais representativos. Suas obras flertam com gêneros reconhecíveis, particularmente a ficção científica e o cinema de terror, mas vão além dos códigos convencionais.

Desde 2012, o festival já exibiu cerca de 900 produções e levou mais de 150 mil pessoas às salas de cinema e mais de 30 mil pessoas para as sessões on-line, valorizando o cinema independente mundial.

Conheça os filmes selecionados para o Olhar de Cinema 2023:

FILME DE ABERTURA
Casa Izabel, de Gil Baroni (Brasil)

FILME DE ENCERRAMENTO
Agressor (Perpetrator), de Jennifer Reeder (EUA)

COMPETITIVA BRASILEIRA | LONGAS
Neirud, de Fernanda Faya
O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon
O Policial e a Pastora, de Alice Riff
Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena
Toda Noite Estarei Lá, de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin
, de Rafael Conde

COMPETITIVA BRASILEIRA | CURTAS
Apocalypses Repentinos, de Pedro Henrique
As Inesquecíveis, de Rafaelly (La Conga Rosa)
Cemitério Verde, de Maurício Chades
Kanau’Kyba, de Gustavo Caboco
O Mar Também é Seu, de Michelle Coelho
Ramal, de Higor Gomes
Thuë Pihi Kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana
Virtual Genesis, de Arthur B. Senra

COMPETITIVA INTERNACIONAL | LONGAS
A Migração Silenciosa (Stille Liv), de Malene Choi (Dinamarca)
ANHELL69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
Lembranças de Todas as Noites (Subete no Yoru wo Omoidasu), de Yui Kiyohara (Japão)
Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese (França)
No Cemitério do Cinema (Au Cimetière de la Pellicule), de Thierno Souleymane Diallo (França/Senegal/Guiné/Arábia Saudita)
Lugar Seguro (Sigurno Mjestro), de Juraj Lerotić (Croácia)

COMPETITIVA INTERNACIONAL | CURTAS
A Mecânica dos Fluídos (La Mécanique des Fluides), de Gala Hernández López (França/Espanha)
A Moça (The Lady), de Fardin Ansari (Irã)
Fuga de Visão (瞥漏), de Zuqiang Peng (China)
Humano Não-Humano (Human Not Human), de Natan Castay (Bélgica)
Maria Schneider, 1983, de Elisabeth Subrin (França/EUA)
Paralelo 45º (45TH Parallel), de Lawrence Abu Hamdan (Reino Unido)
Pele de Mãe (Mother’s Skin), de Leah Johnston (Canadá)
Um Caroço de Abacate, de Ary Zara (Portugal)
Uma Espécie de Testamento (Un Genre de Testament), de Vuillemin Stephen (França)

NOVOS OLHARES
A Portas Fechadas, de João Pedro Bim (Brasil)
A Vida e as Estranhas e Surpreendentes Aventuras de Robinson Crusoé, que Viveu Vinte e Oito Anos Sozinho em uma Ilha e Disse que Era Dele (Het Leven en de Vreemde Verrassende Avonturen van Robinson Crusoe Die Acht en Twintig Jaar Helemaal Alleen op een Bewoond Eiland Leefde en Zei Dat Het Van Hem Was), de Benjamin Deboosere (Bélgica)
Desvío de Noche, de Paul Chotel e Ariane Falardeau St-Amour (Canadá)
Mudos Testemunhos (Mudos Testigos), de Jerónimo Atehortúa e Luis Ospina (Colômbia/França)
Notas do Eremoceno (Poznámky Z Eremocénu), de Viera Čákanyová (Eslováquia/República Checa)
O Mel é Mais Doce que o Sangue, de André Guerreiro Lopes (Brasil)

MIRADA PARANAENSE | LONGAS
Fale Comigo Verão: O Diário de um Cineasta Amador, de Evandro Scorsin 
Solange, de Nathália Tereza e Tomás Osten

MIRADA PARANAENSE | CURTAS
A Trilha Sonora de um Bairro, de Carlos Alberto Moura e Danilo Custódio
Blackout, de Rodrigo Grota
Menininha, de Débora Zanatta
Midríase, de Eduardo Monteiro
Pés que Sangram, de Roberta Takamatsu
Pixo na Cidade Modelo, de Willian Germano
Sereia, de Estevan de la Fuente
Só por Hoje, de Stilo Eustachio, Dionwiul e Jessica Candal

FOCO QUÉBEC: PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS
Bestiário (Bestiaire), de Denis Côté
Kassinu
, de Uapukun Mestokosho McKenzie
Katatjatuuk Kangirsumi (Cantos Guturais em Kangirsuk)
, de Eva Kaukai e Manon Chamberland
L.A. Tea Time, de Sophie Bédard Marcotte
Manitushiss (Vírus), de Réal Junior Leblanc
Milikᵘ tshishutshelimunuau (Conceda-me sua Confiança), de Isabelle Kanapé
Novembro (Novembre), de Iphigénie Marcoux-Fortier e Karine van Ameringen
O Innu do Futuro (L’Innu du Futur), de Stéphane Nepton
Perdi Minha Mãe (J’ai Placé Ma Mère), de Denys Desjardins
Xalko, de Hind Benchekroun e Sami Mermer

OLHARES CLÁSSICOS
A Paixão da Lembrança (The Passion of Remembrance), de Maureen Blackwood e Isaac Julien (1986) (Reino Unido)
A Rainha Diaba, de Antonio Carlos da Fontoura (1974) (Brasil)
Cría Cuervos, de Carlos Saura (1976) (Espanha)
En Rachâchant, de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet (1982) (França)
Jeanne Dielman (Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles), de Chantal Akerman (1975) (Bélgica)
No Calor da Noite (In The Heat of the Night), de Norman Jewison (1967) (EUA)
Salomé, de Charles Bryant e Alla Nazimova (1923) (EUA)

OLHAR RETROSPECTIVO | DAVID CRONENBERG
A Mosca (The Fly) (1986) (EUA/Canadá)
Calafrios (Shivers) (1975) (Canadá)
Crash: Estranhos Prazeres (1996) (Canadá/Reino Unido)
eXistenZ (1999) (Canadá/Reino Unido/França)
Gêmeos: Mórbida Semelhança (Dead Ringers) (1988) (EUA/Canadá)
Ralo Acima (From the drain) (1967) (Canadá)
Videodrome: A Síndrome do Vídeo (1983) (Canadá)

EXIBIÇÕES ESPECIAIS
A Invenção do Outro, de Bruno Jorge (Brasil)
Anotações para um Filme (Notas Para Una Película), de Ignacio Agüero (Chile)
Caixa Preta, de Bernardo Oliveira e Saskia (Brasil)
Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente (Brasil)
Lá nas Matas Tem, de Pedro Aspahan e César Guimarães (Brasil)
O Acidente, de Bruno Carboni (Brasil)
O Muro das Mortes (Le Mur Des Morts), de Eugène Green (França)

PEQUENOS OLHARES | LONGA-METRAGEM
Fabulosos João e Maria, de Arnaldo Galvão (Brasil)

PEQUENOS OLHARES | CURTAS-METRAGENS
A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin (Brasil)
A Pedra Mágica (La piedra mágica), de Paula Herrera Vivas (Argentina)
Coelhitos e Gambazitas, de Thomas Larson (Brasil)
De Miau a Pior, de Rodrigo Toporov (Brasil)
Diafragma, de Robson Cavalcante (Brasil)
Jussara, de Camila Ribeiro (Brasil)
Shackle, de Ainslie Henderson (Escócia)
Teo, o menino azul, de Hygor Amorim (Brasil)

Foto: André Guerreiro Lopes.

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