Cena do curta Reinado Imaginário, de Hipólito Lucena.
Foram anunciados neste sábado, 10/10, os curtas-metragens selecionados para a mostra competitiva e o filme de abertura da 15ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontecerá entre os dias 10 e 17 de dezembro, em João Pessoa.
O documentário Os Quatro Paralamas, inspirado na história da banda e a relação entre os músicos, vai abrir o evento, que será realizado no Cinépolis do Manaíra Shopping. Dirigido por Roberto Berliner e Paschoal Samora, o filme, exibido recentemente no É Tudo Verdade, acompanha a banda desde o início no Circo Voador, em 1983, e mostra a relação dos três músicos que sobem ao palco: Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone; além de José Fortes, o empresário.
A seleção da mostra competitiva de curtas-metragens foi constituída pelos jornalistas e críticos Amilton Pinheiro, Suyene Correia e Marcus Mello. Foram contemplados filmes das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Da Paraíba, foram selecionados quatro filmes.
Para o presidente do Comitê de Seleção, Amilton Pinheiro, no ano de comemorações e festividades, pelos quinze anos de existência do festival, “foram mais de dois meses debruçados sobre os 666 inscritos, número recorde, das quatro regiões do país, com inúmeros curtas que trataram da pandemia da Covid-19 como tema e possibilidade de produzir numa situação tão adversa e extraordinária”. Ele justificou ainda porque o comitê decidiu selecionar mais do que os 12 curtas usuais das edições passadas: “Deve-se à excelente qualidade técnica e de linguagem dos filmes, além da abordagem assertiva de temáticas importantes e urgentes para um país que viveu durante quase dois anos na eminência de ruptura da sua tão combalida democracia”.
Já o jornalista e crítico Marcus Mello, de Porto Alegre, que participou pela primeira vez do comitê, disse: “Sem dúvida alguma, a melhor experiência que tive ao longo desses meses de isolamento social em função da pandemia do novo coronavírus. Ao longo de 18 semanas assistimos centenas de filmes, que são uma comprovação da extraordinária diversidade do cinema brasileiro contemporâneo”. Para ele, mesmo em um momento tão dramático, em que o Governo Federal claramente quer acabar com a produção audiovisual no Brasil, “nossos cineastas resistem, apresentando filmes de grande vitalidade e força criativa”, ressaltou. Ainda segundo o jornalista, é bastante significativa a presença de cinco títulos realizados em cidades do interior, bem como de obras vindas de estados que costumam ficar esquecidas na seleção de festivais, como o Piauí e o Maranhão.
Para a jornalista Suyene Correia, de Sergipe, que participou pelo terceiro ano consecutivo do comitê e, por essa razão, será seu último ano na função, foi um duplo sentimento experimentado na maratona 2020: “Se fico triste, por um lado, por ser o último ano, por outro, alegro-me pela oportunidade de assistir produções audiovisuais tão ricas de temáticas urgentes, criativas em sua artesania e oriundas de todas as regiões do Brasil. Não foi tarefa fácil chegar aos 15 curtas selecionados de um universo de 666 inscritos. Mas a satisfação foi grande ao ver a região Nordeste pulsando no setor do audiovisual, mesmo em tempos adversos, e constatar a presença significativa das mulheres por trás das câmeras. Agora, é esperar a realização da 15ª edição do Fest Aruanda e conferir quais os filmes que sairão vencedores desta edição histórica”.
Conheça os filmes selecionados para a Mostra Competitiva de curtas-metragens do Fest Aruanda 2020:
À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente, de Bruna Barros e Bruna Castro (Salvador/BA)
A Pontualidade dos Tubarões, de Raysa Prado (João Pessoa/PB)
A Profundidade da Areia, de Hugo Reis (Vitória/ES)
Construção, de Leonardo de Rosa (Pelotas/RS)
Filme_Urgência_Curte1, de Paulo Silver (Maceió/AL)
La Travessia, de Otávio Almeida (Teresina/PI)
Mãtãnãg, a Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (Ladainha/Belo Horizonte/MG)
Piu Piu, de Alexandre Figueirôa (Recife/PE)
Pranto, de Jaime Guimarães (Campina Grande/PB)
Rasga Mortalha, de Thiago Martins de Mello (São Luís/MA)
Recôncavo, de Pedro Henrique Barbosa (Brasília/DF)
Reinado Imaginário, de Hipólito Lucena (Campina Grande/PB)
Remoinho, de Tiago A. Neves (Ingá/PB)
Sobre Nossas Cabeças, de Susan Kalik e Thiago Gomes (Salvador/BA)
Vai Melhorar, de Pedro Fiuza (Natal/RN)
Foto: Divulgação/Cinema Instantâneo.