A 29ª edição do Festival Mix Brasil, o mais importante e celebrado evento de cultura dedicado à diversidade da América Latina, acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro, em formato híbrido e gratuito.
Parte da programação será de forma presencial em cinco espaços culturais da capital paulista (CineSesc, Centro Cultural São Paulo – Sala Lima Barreto, MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo, Teatro Paulo Eiró e Centro Cultural da Diversidade) e a outra parte será on-line, podendo ser assistida de qualquer parte do país e acessada a partir do site oficial. Os eventos presenciais seguirão os protocolos de segurança contra a Covid-19 exigidos pelos locais, inclusive a exigência do comprovante de vacinação.
Com direção de André Fischer, direção executiva de Josi Geller e direção de programação de Cinema de João Federici, o Festival Mix Brasil traz em 2021 um total de 117 filmes, de 28 países, e de todas as regiões do Brasil, cinco espetáculos teatrais inéditos, shows musicais, literatura, palestras e workshops sobre temas relevantes para comunidade LGBTQIA+, Crescendo com a Diversidade, Show do Gongo, além de homenagear com o prêmio Ícone Mix o cantor Ney Matogrosso.
Para os diretores do Mix, essa programação diversificada e híbrida reconquista o espaço público e mantém o acesso ampliado e democrático, graças às plataformas digitais; aliás, foi através delas que, no ano passado, segundo eles, o número de público do festival triplicou.
O festival abrirá com o aguardado filme Benedetta, de Paul Verhoeven, que faz a sua première latino-americana no evento, em uma sessão para convidados no CineSesc. Já para o público de casa, a abertura será com o show da cantora e compositora Ellen Oléria. Selecionado para o Festival de Cannes e San Sebastián, Benedetta conta a história de uma freira italiana que faz parte de um convento na Toscana desde sua infância. Perturbada por visões religiosas e eróticas, Benedetta é assistida por uma companheira de quarto. A relação entre as duas se transformará em um romance conturbado, ameaçando a permanência das irmãs no convento.
Neste ano, o Panorama Internacional traz títulos inéditos no Brasil de diretores e atores consagrados que tiveram suas obras premiadas e selecionadas nas últimas edições de festivais importantes. Entre os destaques estão: A Fratura, de Catherine Corsini, vencedor da Queer Palm no Festival de Cannes; Being BeBe – A História de BeBe Zahara Benet, de Emily Branham, documentário sobre a primeira vencedora de RuPaul’s Drag Race, BeBe Zahara Benet; e os alemães Instruções de Sobrevivência, de Yana Ugrekhelidze, ganhador do Prêmio Especial do Júri do Teddy em Berlim, Bliss, de Henrika Kull, exibido na mostra Panorama da Berlinale e no Queer Lisboa, Boy Meets Boy, de Daniel Sánchez Lopéz, Prêmio Especial do Júri no Festival Molodist de Kiev, e Genderation, de Monika Treut, que quase duas décadas depois de lançar seu documentário Gendernauts, em 1999, volta à Califórnia para reencontrar seus protagonistas, em um filme que teve sua estreia na mostra Panorama do Festival de Berlim.
Udo Kier em O Canto do Cisne, de Todd Stephens.
Outras atrações internacionais confirmadas são: Canela, de Cecilia Del Valle, melhor filme da crítica no Vancouver Latin American Film Festival; No Ritmo da Vida, de Phil Connell, Menção Honrosa de Atuação em longa estrangeiro para Cloris Leachman no Outfest Los Angeles; O Canto do Cisne, de Todd Stephens, protagonizado por Udo Kier e vencedor do Prêmio do Público no NewFest; Os Amores de Anaïs, de Charline Bourgeois-Tacquet, exibido na Semana da Crítica em Cannes; Um Lugar Distante, de Park Kun-young, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Outfest Los Angeles; Sedimentos, de Adrian Silvestre, Menção Honrosa no Outfest Los Angeles; Esse Fim de Semana, de Mara Pescio, exibido em San Sebastián; Wigudun, Alma de Dois Espíritos, de Fernando Muñoz e Raphael Salazar, que fará sua estreia mundial no festival; entre outros títulos aguardados.
Já a Mostra Competitiva de longas e médias nacionais apresenta sete títulos concorrendo ao Coelho de Ouro de melhor filme brasileiro, entre eles, Deserto Particular, de Aly Muritiba, indicado do Brasil ao Oscar 2022. Clique aqui e confira a seleção de longas, curtas e apresentações especiais do Mix Brasil 2021.
O panorama nacional traz também cinco filmes dedicados ao cantor Ney Matogrosso, homenageado com o prêmio Ícone Mix deste ano. O festival traz ainda o programa REFRAME, com um recorte de filmes de forte inventividade. Para completar a programação de longas e médias brasileiros, o programa Queer.doc destaca a boa safra de documentários nacionais.
A Spcine participa do 29º Festival Mix Brasil promovendo o MixLab Spcine com mesas, workshop e uma masterclass com a cineasta Monika Treut, pioneira do cinema LGBTQIA+ alemão, que conta com dois filmes seus na programação deste ano: o clássico Gendernauts (1999) e Genderation (2021). A parceria com a Spcine também é representada por uma vitrine exclusiva de destaques do festival, que será exibida dentro da plataforma Spcine Play durante 90 dias a partir do início do evento.
O festival traz para os amantes de teatro mais uma edição do Dramática com cinco espetáculos inéditos, selecionados a partir de edital com 61 inscritos, que estão sendo desenvolvidos em residências desde setembro no Centro Cultural da Diversidade e que levantam temas fundamentais para comunidade LGBTQIA+. As estreias acontecerão entre os dias 12 e 14 de novembro no Teatro Paulo Eiró e serão disponibilizadas a partir do dia 17 de novembro nas plataformas digitais.
O tradicionalíssimo Show do Gongo, em que desapegados realizadores apresentam seus vídeos para o julgamento do público do Mix Brasil, cabendo à fabulosa Marisa Orth traduzir o anseio popular e decidir se os filmes serão gongados ou avaliados pelo júri, volta a contar com seu cativante público presencial. Com o avanço da vacinação e a abertura gradativa dos espaços, Marisa Orth terá novamente a alegria de interagir com a plateia no dia 11 de novembro, às 21h, direto do Teatro Paulo Eiró.
O Mix Music, programação musical voltada para o público LGBTQIA+ no Brasil, traz além do show de abertura com a cantora Ellen Oléria, o aguardado concurso Novos Talentos com apresentação de Silvetty Montilla; e para fechar, a cantora Raquel, uma das fundadoras da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, e agora em carreira solo com a música Las Muchachas de Copacabana, clássico de Chico Buarque.
O Mix Literário, que conta com curadoria de Alexandre Rabello, celebra sua quarta edição trazendo mesas com a participação de nomes fundamentais do mercado editorial nacional, autores e editores que discutem o lugar da comunidade LGBTQIA+ na produção literária, além de lançamentos editoriais e sarau. Já o Mix Talks traz debates sobre temas atuais e relevantes com atores, jornalistas, publicitários, escritores, professores, influencers e poetas.
Toda a programação on-line do 29º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade poderá ser acessada gratuitamente a partir do site oficial e também pelas redes sociais. Os filmes poderão ser assistidos pelas plataformas digitais InnSaei, Sesc Digital e Spcine Play. O acesso a alguns filmes será limitado e alguns longas serão exibidos apenas em sessões presenciais.
Conheça as novas atrações do Mix Brasil 2021:
PANORAMA INTERNACIONAL
A Fratura (La fracture), de Catherine Corsini (França)
Being BeBe – A História de BeBe Zahara Benet, de Emily Branham (EUA/Camarões)
Benedetta, de Paul Verhoeven (França/Holanda)
Bliss (Glück), de Henrika Kull (Alemanha)
Boy Meets Boy, de Daniel Sánchez Lopéz (Alemanha)
Campo de Papoulas (Câmp de maci), de Eugen Jebeleanu (Romênia)
Canela, de Cecilia Del Vall (Argentina)
Esse Fim de Semana (Ese fin de semana), de Mara Pescio (Argentina/Brasil)
Genderation, de Monika Treut (Alemanha)
Gendernauts (Gendernauts – Eine Reise durch die Geschlechter), de Monika Treut (Alemanha)
Hello World (Hei verden), de Kenneth Elvebakk (Noruega)
Instruções de Sobrevivência (Instructions for Survival), de Yana Ugrekhelidze (Alemanha/Geórgia)
Leading Ladies, de Ruth Caudeli (Colômbia)
No Ritmo da Vida (Jump, Darling), de Phil Connell (Canadá)
O Canto do Cisne (Swan Song), de Todd Stephens (EUA)
Os Amores de Anaïs (Les amours d’Anaïs), de Charline Bourgeois-Tacquet (França)
Potato Sonha com a América (Potato Dreams of America), de Wes Hurley (EUA)
Sedimentos, de Adrian Silvestre (Espanha)
Sweetheart, de Marley Morrison (Reino Unido)
Um Lugar Distante (A Distant Place), de Park Kun-young (Coreia do Sul)
Wigudun, Alma de Dois Espíritos, de Fernando Muñoz e Raphael Salazar (Panamá/Brasil)
MOSTRA TRIBUTO A NEY MATOGROSSO
Caramujo-Flor, de Joel Pizzini
Depois de Tudo, de Rafael Saar
Ney à Flor da Pele, de Felipe Nepomuceno
Olho Nu, de Joel Pizzini
Ralé, de Helena Ignez
MOSTRA REFRAME
A Cidade dos Abismos, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (SP)
Bori, de Luiz Anastácio (SP)
Desaprender a Dormir, de Gustavo Vinagre (SP)
Dois Garotos que se Afastaram Demais do Sol, de Lucelia Sergio e Cibele Appes (SP)
PROGRAMA QUEER.DOC
A Última Imagem, de Benedito Ferreira (GO)
Perto de Você, de Cássio Kelm (PR)
Transversais, de Émerson Maranhão (CE)
PROGRAMAÇÃO TEATRO
Ele, de Oliver OLivia
O Que Resta?, de Edson Thiago Rossi
O Silêncio Anuncia o Grito ou Voz Bixa, de Marco Antonio Oliveira
Sobrevida, de Jacques Machado
Venganza: pega Homem?, de Dana Lisboa
Fotos: Divulgação.