Considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián é também um dos mais prestigiados do mundo. Seu principal prêmio, a Concha de Ouro, é entregue ao melhor filme em competição da Seleção Oficial.
Nesta 70ª edição, que acontecerá entre os dias 16 e 24 de setembro, o cinema brasileiro ganha destaque na mostra Horizontes Latinos com Carvão, de Carolina Markowicz; a seção apresenta uma seleção de longas-metragens ainda não lançados na Espanha, produzidos na América Latina, dirigidos por cineastas de origem latina ou que abordem temas sobre comunidades latinas no resto do mundo.
No filme, que também foi selecionado recentemente para o Festival de Toronto, Maeve Jinkings interpreta Irene que, com seu marido, Jairo, papel de Rômulo Braga, tem uma pequena carvoaria no quintal de casa. Eles têm um filho pequeno, Jean, vivido por Jean Costa, e o pai dela não sai mais da cama, não fala e não ouve. A família recebe uma boa proposta, mas também perigosa: hospedar um desconhecido em sua casa, numa pequena cidade no interior. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar; nem sempre para melhor.
O Brasil também marca presença na mostra WIP LATAM, que traz seis filmes latino-americanos em fase de pós-produção, que serão exibidos para um público de profissionais especializados. Todos os títulos concorrem ao WIP Latam Industry e ao EGEDA Platino Industria Awards, e também são elegíveis ao Prêmio Projeto Paradiso. Aqui, o cinema nacional aparece com Casa no Campo, de Davi Pretto; e Estranho Caminho, de Guto Parente, uma coprodução com Portugal.
Paralelo ao festival, o cinema brasileiro também se destaca no 10º Prêmio Sebastian Latino, que elege o melhor longa latino-americano que representa a defesa das demandas e valores da comunidade LGTBI em toda a extensão do continente. Os títulos nacionais que estão na disputa são: Marte Um, de Gabriel Martins; e Coração Errante, de Leonardo Brzezicki, coprodução entre Argentina, Brasil, Holanda e Chile. O vencedor será anunciado ainda em agosto e escolhido por um júri formado por membros da GEHITU, Associação Basca de Gays, Lésbicas, Transexuais e Bissexuais; no ano passado, o brasileiro Medusa, de Anita Rocha da Silveira, foi o grande vencedor.
Enquanto isso, na disputa pela Concha de Ouro, prêmio máximo do evento, vale destacar a presença de Pornomelancolía, de Manuel Abramovich, uma coprodução entre Argentina, França, Brasil (representado por Rachel Daisy Ellis, da Desvia Filmes) e México.
Neste ano, o cineasta canadense David Cronenberg e a atriz francesa Juliette Binoche, que estampa o pôster do festival, serão homenageados com o Donostia Award. Além disso, a programação contará também com uma retrospectiva do cineasta francês Claude Sautet e a exibição da série inédita Apagón, de cinco episódios, dirigida por Rodrigo Sorogoyen, Raúl Arévalo, Isa Campo, Alberto Rodríguez e Isaki Lacuesta.
Conheça os filmes selecionados para o 70º Festival de San Sebastián:
SELEÇÃO OFICIAL
El Sostre Groc, de Isabel Coixet (Espanha) (fora de competição)
El suplente, de Diego Lerman (Argentina/Espanha/Itália/México/França)
Girasoles silvestres, de Jaime Rosales (Espanha/França)
Great Yarmouth: Provisional Figures, de Marco Martins (Portugal/França/Reino Unido)
Hyakka (A Hundred Flowers), de Genki Kawamura (Japão)
Il Boemo, de Petr Václav (República Checa/Itália/Eslováquia)
La consagración de la primavera, de Fernando Franco (Espanha)
La Maternal, de Pilar Palomero (Espanha)
La (très) grande évasion (Tax Me If You Can), de Yannick Kergoat (França) (fora de competição)
Le Lycéen, de Christophe Honoré (França)
Los reyes del mundo, de Laura Mora (Colômbia/Luxemburgo/França/México/Noruega)
Modelo 77, de Alberto Rodríguez (Espanha) (filme de abertura) (fora de competição)
Pornomelancolía, de Manuel Abramovich (Argentina/França/Brasil/México)
Resten af livet (Forever), de Frelle Petersen (Dinamarca)
Runner, de Marian Mathias (EUA/Alemanha/França)
Sparta, de Ulrich Seidl (Áustria/França/Alemanha)
Suro, de Mikel Gurrea (Espanha)
The Wonder, de Sebastián Lelio (Reino Unido/Irlanda)
Top (Walk Up), de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
NEW DIRECTORS
A los libros y a las mujeres canto, de Maria Elorza (Espanha)
CARBON, de Ion Borș (Moldávia/Romênia/Espanha)
Den Store Stilhed (The Great Silence), de Katrine Brocks (Dinamarca)
Fifi, de Jeanne Aslan e Paul Saintillan (França)
Foudre (Thunder), de Carmen Jaquier (Suíça)
Garbura (Carbide), de Josip Žuvan (Croácia)
Grand Marin, de Dinara Drukarova (França)
Jeong-sun, de Ji-hye Jeong (Coreia do Sul)
La hija de todas las rabias, de Laura Baumeister (Nicarágua/México/Holanda/Alemanha/França/Noruega/Espanha)
Miyamatsu to Yamashita (Roleless), de Masahiko Sato, Yutaro Seki e Kentaro Hirase (Japão)
Nagisa, de Takeshi Kogahara (Japão)
Pokhar ke dunu paar (On Either Sides of the Pond), de Parth Saurabh (Índia)
Secaderos (Tobacco Barns), de Rocío Mesa (Espanha/EUA)
HORIZONTES LATINOS
1976, de Manuela Martelli (Chile)
Carvão, de Carolina Markowicz (Brasil)
Dos Estaciones, de Juan Pablo González (México/França/EUA)
El caso Padilla, de Pavel Giroud (Espanha/Cuba)
La jauría, de Andrés Ramírez Pulido (França/Colômbia)
La piel pulpo, de Ana Cristina Barragán (Equador/Grécia/México/Alemanha/França) (filme de encerramento)
Mi país imaginario, de Patricio Guzmán (França/Chile) (filme de abertura)
Ruido, de Natalia Beristain (México)
Sublime, de Mariano Biasin (Argentina)
Tengo sueños eléctricos, de Valentina Maurel (Bélgica/França/Costa Rica)
Un varón, de Fabián Hernández (Colômbia/França/Holanda/Alemanha)
Vicenta B., de Carlos Lechuga (Cuba/França/EUA/Colômbia/Noruega)
ZABALTEGI TABAKALERA
Cerdita (Piggy), de Carlota Pereda (Espanha/França)
Cuerdas, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
El agua (The Water), de Elena López Riera (Suíça/França/Espanha)
Hirugarren koadernoa (The Third Notebook), de Lur Olaizola (Espanha)
PERLAK
As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen (Espanha/França)
Los renglones torcidos de Dios, de Oriol Paulo (Espanha) (filme de encerramento)
Un año, una noche, de Isaki Lacuesta (Espanha/França)
PRÊMIO DONOSTIA | EXIBIÇÕES
Avec amour et acharnement, de Claire Denis (França)
Crimes of the Future, de David Cronenberg (Canadá/Grécia)
VELODROME
Black is Beltza II: Ainhoa, de Fermin Muguruza (Espanha)
Rainbow, de Paco León (Espanha)
Sintiéndolo mucho, de Fernando León de Aranoa (Espanha/México)
10º SEBASTIAN LATINO AWARD
Coração Errante, de Leonardo Brzezicki (Argentina/Brasil/Holanda/Chile)
Marte Um, de Gabriel Martins (Brasil)
Petit Mal, de Ruth CaudelI (Colômbia)
Sublime, de Mariano Biasin (Argentina)
Un Varón, de Fabián Hernández (Colômbia/França/Holanda/Alemanha)
*Novos filmes serão anunciados em breve.
Foto: Divulgação.