Yuri Yamamoto e Fátima Muniz em Pajeú, de Pedro Diógenes.
A nona edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba acontecerá entre os dias 7 e 15 de outubro de forma on-line por conta da pandemia de Covid-19. O ambiente digital é uma novidade para o festival, mas a inspiração e o cuidado da seleção de filmes continuam os mesmos, sendo que agora todo o país terá a oportunidade de conhecê-lo.
Neste ano, a mostra Novos Olhares, dedicada aos longas-metragens com propostas estéticas mais arriscadas e radicais, dá uma atenção especial ao resgate de um passado que deixou feridas e ausências; destaca a força do cinema em sua relação com o indivíduo e o enxerga como possibilidade de acesso, memória e cura. São seis títulos inéditos no país.
“Vai ser uma edição histórica, a programação já está quase 100% fechada, os filmes estão incríveis. A gente fica triste de não estar exibindo na sala de cinema, mas fica muito feliz de poder estrear esses filmes aqui”, diz Antonio Gonçalves Júnior, diretor do festival. “Agora com o Olhar on-line temos o Brasil inteiro para nos comunicar, o Brasil inteiro como público do festival, e estamos animados com esse desafio”, completa. Para Eugenia Castello, também diretora do festival: “Isso é o mais importante, o que a gente resgata de tudo. O que nos empolga é a possibilidade de pessoas no Brasil inteiro poderem conhecer os filmes que o Olhar traz e com o quais se identifica”.
No dia 7 de outubro, o festival começa em grande estilo com uma produção coletiva, em vários sentidos. O filme escolhido para abrir a 9ª edição do Olhar de Cinema é o brasileiro Para Onde Voam as Feiticeiras, de Beto Amaral, Eliane Caffé e Carla Café, que une encenações e improvisos de sete artistas de rua de São Paulo, expondo a permanência de antigos preconceitos de gênero e raça. O longa foi selecionado para o Cinelatino Rencontres de Toulouse, mas não chegou a ser exibido por causa da pandemia.
O Olhar de Cinema é um festival que busca destacar e celebrar o cinema independente produzido no mundo. São propostas estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático, que abrange desde a abordagem de inquietações contemporâneas acerca do micro universo cotidiano de relacionamentos, até interpretações e posicionamentos sobre política e economia mundial.
A seleção apresenta ao público filmes que se arriscam em novas formas de linguagem cinematográfica, que estão abertos ao experimentalismo e que, ainda assim, possuem um grande potencial de comunicação com o público. Nesta edição, serão seis mostras: Competitiva, Novos Olhares, Outros Olhares, Exibições Especiais, Olhares Brasil e Mirada Paranaense (estas duas últimas com os filmes já anunciados).
Conheça os filmes selecionados para a mostra Novos Olhares do 9º Olhar de Cinema:
Agora, de Dea Ferraz (Brasil)
O Ano do Descobrimento (El año del descubrimiento), de Luis López Carrasco (Espanha/Suíça)
Los Conductos, de Camilo Restrepo (Colômbia/França/Brasil)
Pajeú, de Pedro Diógenes (Brasil)
Letra Maiúscula (Uppercase Print), de Radu Jude (Romênia)
O que resta/Revisitado (Was bleibt I Šta ostaje I What remains/Re-visited), de Clarissa Thieme (Alemanha/Áustria/Bósnia e Herzegovina)
Foto: Divulgação/Embaúba Filmes.