Júlia Stockler e Carol Duarte em cena.
A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta terça-feira, 27/08, na Cinemateca, em São Paulo, o longa brasileiro que vai disputar uma vaga entre os cinco finalistas na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) no Oscar 2020.
Entre 12 inscritos, o escolhido foi A Vida Invisível, dirigido por Karim Aïnouz, que foi premiado recentemente como melhor filme da mostra Un Certain Regard, paralela ao Festival de Cannes. Além da consagração no festival francês, sendo o primeiro filme brasileiro a receber o prêmio máximo na categoria, o longa foi contemplado com o CineCoPro Award no Filmfest München, na Alemanha.
O filme conta a história das irmãs inseparáveis Guida, que sonha em casar e ter uma família, e Eurídice, a mais nova, pianista prodígio. Um dia, as duas são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.
O longa é uma livre adaptação da obra homônima de Martha Batalha e traz Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregorio Duvivier, Maria Manoella, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Flavio Bauraqui no elenco. Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, ambientado majoritariamente na década de 1950, foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão. A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, de As Praias de Agnès e Lazzaro Felice, que assina seu primeiro longa brasileiro, e a alemã Heike Parplies, de Toni Erdmann, assina a montagem.
Além de Cannes e Munique, o filme esteve nas seleções oficiais dos festivais de Sydney, do Midnight Sun, na Finlândia, e de Karlovy Vary, na República Tcheca, e será exibido no Transatlantyk Festival, na Polônia, e no Festival de Cinema da Nova Zelândia; e nas próximas semanas novos anúncios virão.
Em cartaz no circuito comercial a partir do dia 31 de outubro, A Vida Invisível é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures Brasil, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.
Com distribuição conjunta da Vitrine Filmes e Sony Pictures, o filme se tornou o primeiro título latino-americano a ganhar distribuição pela Amazon Studios nos cinemas dos Estados Unidos. Além disso, estreará antecipadamente nas telonas do Nordeste no dia 19 de setembro e ganhará sua primeira exibição em território brasileiro na abertura do Cine Ceará 2019, no dia 30 de agosto.
A definição dos membros da comissão ficou a critério da Academia Brasileira de Cinema, entidade formada por mais de 200 profissionais da área cinematográfica nacional. Ricardo Rihan, da Secretaria do Audiovisual, acompanhou a coletiva ao lado de Jorge Peregrino, Presidente da Academia.
A Comissão Especial de Seleção foi composta pelos seguintes nomes: a cineasta Anna Muylaert, que representou o Brasil com Que Horas Ela Volta?; David Schurmann, diretor de Pequeno Segredo, representante do Brasil no Oscar 2017; o diretor de fotografia Walter Carvalho; o cineasta Zelito Viana; as produtoras Sara Silveira e Vania Catani; o roteirista Mikael de Albuquerque, de A Glória e a Graça; o crítico e fundador do festival É Tudo Verdade, Amir Labaki; e a diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago. Além dos membros titulares, fizeram parte da comissão de suplentes: o distribuidor e produtor Marcio Fraccaroli e a documentarista e produtora Adriana Dutra.
Estavam na disputa este ano: A Última Abolição, de Alice Gomes; A Voz do Silêncio, de André Ristum; Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles; Bio – Construindo uma Vida, de Carlos Gerbase; Chorar de Rir, de Toniko Melo; Espero Tua (Re)volta, de Eliza Capai; Humberto Mauro, de André Di Mauro; Legalidade, de Zeca Brito; Los Silencios, de Beatriz Seigner; Simonal, de Leonardo Domingues; e Sócrates, de Alex Moratto.
Em dezembro, antes do anúncio final, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood selecionará nove produções estrangeiras. Desse grupo, saem os cinco finalistas. A lista com os indicados ao Oscar 2020 será divulgada no dia 13 de janeiro e a cerimônia está marcada para o dia 9 de fevereiro, em Los Angeles.
O representante brasileiro disputará uma vaga na 92ª edição da premiação mais importante do cinema com diversas produções de outros países, como: o sul-coreano Parasite, de Bong Joon-ho; La mala noche, de Gabriela Calvache, do Equador; o japonês Weathering With You, de Makoto Shinkai; Papicha, de Mounia Meddour, da Argélia; It Must Be Heaven, de Elia Suleiman, da Palestina; entre outros.
No ano passado, o longa selecionado para disputar uma vaga entre os indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro foi O Grande Circo Místico, de Carlos Diegues. Nos últimos anos foram selecionados os seguintes longas: Bingo: O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende; Pequeno Segredo, de David Schurmann; Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro; O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho; O Palhaço, de Selton Mello; Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, de José Padilha; Lula, o Filho do Brasil, de Fabio Barreto; e Salve Geral, de Sérgio Rezende.
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