A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, é exibido na noite de abertura do 29º Cine Ceará

por: Cinevitor

aberturacinecearakarim1Equipe do filme reunida no palco.

Depois de receber uma emocionante homenagem na primeira noite do 29º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, o cineasta cearense Karim Aïnouz continuou no palco para apresentar A Vida Invisível, o filme de abertura deste ano.

Escolhido recentemente para ser o representante brasileiro na disputa por uma vaga entre os finalistas da categoria de melhor filme internacional no Oscar 2020, o longa foi premiado como melhor filme da mostra Un Certain Regard, paralela ao Festival de Cannes. Além da consagração no festival francês, sendo o primeiro filme brasileiro a receber o prêmio máximo na categoria, também foi contemplado com o CineCoPro Award no Filmfest München, na Alemanha, e consagrado no Festival de Cine de Lima.

O filme conta a história das irmãs inseparáveis Guida, que sonha em casar e ter uma família, e Eurídice, a mais nova, pianista prodígio. Um dia, as duas são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

O longa é uma livre adaptação da obra homônima de Martha Batalha e traz Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregorio Duvivier, Maria Manoella, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Flavio Bauraqui no elenco. Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa, ambientado majoritariamente na década de 1950, foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão. A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, de As Praias de Agnès e Lazzaro Felice, que assina seu primeiro longa brasileiro, e a alemã Heike Parplies, de Toni Erdmann, assina a montagem.

No palco, ainda emocionado com as palavras de Fernanda Montenegro em sua homenagem, Karim apoiou o protesto dos estudantes da Universidade Federal do Ceará, UFC, contra a intervenção na instituição em relação ao reitor. Depois, chamou outros integrantes de sua equipe, como as protagonistas Carol Duarte e Júlia Stockler e o ator Flavio Bauraqui.

“O Cineteatro São Luiz foi o lugar que eu vi meu primeiro filme numa tela de cinema. Estar aqui com vocês é uma alegria gigante. A Vida Invisível tem me dado muitas razões para eu estar feliz hoje; o prêmio em Cannes e agora a indicação para representar o Brasil numa possível corrida no Oscar”, disse. E completou: “É importante que esse país defenda seus artistas, defenda seu cinema. É importante a defesa da Agência Nacional do Cinema [Ancine], que virou alvo do obscurantismo. Um país que não protege sua cultura é um país sem nome e sem história”, discursou.

Entre aplausos, finalizou seu discurso: “Esse filme tem o DNA cearense porque é muito pessoal. Fala da vida de tantas mulheres que abdicaram seus sonhos por conta do regime patriarcal. Um filme que fala da minha mãe, da minha avó, das minhas tias”.

Aperte o play e assista aos melhores momentos da apresentação do filme no Cine Ceará 2019:

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Foto: Rogerio Resende.

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