Valmir do Côco é Catita em Azougue Nazaré: filme brasileiro premiado em festival holandês.
Foram anunciados nesta sexta-feira, 02/02, os vencedores da 47ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, considerado um dos maiores do mundo e que destaca talentos cinematográficos dirigidos por novos cineastas.
O brasileiro Azougue Nazaré, dirigido pelo recifense Tiago Melo, foi eleito o melhor filme da mostra Bright Future, que destaca uma seleção de descobertas para o futuro e exibe talentos emergentes com temáticas originais e estilos individuais. A justificativa do júri, formado pela produtora polonesa Ania Trzebiatowska, pela atriz francesa Nathalie Alonso Casale e por Ryan Krivoshey, da distribuidora Grasshopper Films, diz: “Por sua visão singular, linguagem cinematográfica eletrizante, representação da coexistência explosiva entre o bem e o mal e pela capacidade de incorporar elementos sobrenaturais em um retrato quase antropológico de uma pequena comunidade, apresentamos com orgulho o Prêmio Bright Future para Tiago Melo por seu filme Azougue Nazaré”.
Mergulhado no universo canavieiro, o longa se baseia em temáticas populares com a atuação de integrantes do grupo de maracatu Cambinda Brasileira e acompanha personagens envolvidos em questões pessoais em meio à tensão e a expectativa dos meses que antecedem o Carnaval. Azougue Nazaré se passa em Nazaré da Mata, uma pequena cidade perto de Recife, em Pernambuco, e destaca a cultura afro-brasileira do maracatu. Na história, um pastor evangélico local acredita que este patrimônio cultural é inspirado pelo diabo e que as pessoas devem renunciar ao maracatu para deixar Deus entrar em suas vidas. Enquanto seus personagens enfrentam problemas cotidianos, situações estranhas e sobrenaturais acontecem na cidade.
Além disso, o cinema brasileiro estava representado com muitas outras produções, inclusive na Hivos Tiger Competition com Mormaço, de Marina Meliande e Djon África, coprodução com Portugal, de João Miller Guerra e Filipa Reis; o argentino Zama, de Lucrecia Martel, uma coprodução com o Brasil e diversos outros países, recebeu o Prêmio KNF, concedido pelo Circle of Dutch Film Journalists ao melhor filme coproduzido pela Holanda.
Conheça os vencedores do International Film Festival Rotterdam 2018:
HIVOS TIGER COMPETITION:
Melhor Filme: The Widowed Witch, de Cai Chengjie (China)
Prêmio Especial do Júri | Melhor Roteiro: The Reports on Sarah and Saleem, escrito por Rami Alayan (Palestina/Holanda/Alemanha/México)
BRIGHT FUTURE
Melhor Filme: Azougue Nazaré, de Tiago Melo (Brasil)
Menção Especial: The Return, de Malene Choi Jensen (Dinamarca/Coreia do Sul)
PRÊMIO VPRO BIG SCREEN:
Melhor Filme: Nina, de Olga Chajdas (Polônia)
Menção Especial: The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)
PRÊMIO DO PÚBLICO:
The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)
PRÊMIO DO PÚBLICO | HUBERT BALS FUND:
The Reports on Sarah and Saleem, de Muayad Alayan (Palestina/Holanda/Alemanha/México)
PRÊMIO DO PÚBLICO | VOICES SHORT:
Joy in People, de Oscar Hudson (Reino Unido/França)
PRÊMIO FIPRESCI:
Balekempa (The Bangle Seller), de Ere Gowda (Índia)
PRÊMIO KNF:
Zama, de Lucrecia Martel (Argentina/Brasil/Espanha/França/Holanda/México/Suíça/EUA/Portugal/República Dominicana/Líbano)
PRÊMIO NETPAC:
Nervous Translation, de Shireen Seno (Filipinas)
PRÊMIO YOUTH JURY:
The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)
PRÊMIO FOUND FOOTAGE:
Newsreel 63 – The Train of Shadows (Obzornik 63 – Vlak senc), de Nika Autor (Eslovênia)
Foto: Divulgação/Urânio Filmes.