Azougue Nazaré, de Tiago Melo, é premiado no Festival de Roterdã 2018

por: Cinevitor

azougeroterdaValmir do Côco é Catita em Azougue Nazaré: filme brasileiro premiado em festival holandês.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 02/02, os vencedores da 47ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, considerado um dos maiores do mundo e que destaca talentos cinematográficos dirigidos por novos cineastas.

O brasileiro Azougue Nazaré, dirigido pelo recifense Tiago Melo, foi eleito o melhor filme da mostra Bright Future, que destaca uma seleção de descobertas para o futuro e exibe talentos emergentes com temáticas originais e estilos individuais. A justificativa do júri, formado pela produtora polonesa Ania Trzebiatowska, pela atriz francesa Nathalie Alonso Casale e por Ryan Krivoshey, da distribuidora Grasshopper Films, diz: “Por sua visão singular, linguagem cinematográfica eletrizante, representação da coexistência explosiva entre o bem e o mal e pela capacidade de incorporar elementos sobrenaturais em um retrato quase antropológico de uma pequena comunidade, apresentamos com orgulho o Prêmio Bright Future para Tiago Melo por seu filme Azougue Nazaré”.

Mergulhado no universo canavieiro, o longa se baseia em temáticas populares com a atuação de integrantes do grupo de maracatu Cambinda Brasileira e acompanha personagens envolvidos em questões pessoais em meio à tensão e a expectativa dos meses que antecedem o Carnaval. Azougue Nazaré se passa em Nazaré da Mata, uma pequena cidade perto de Recife, em Pernambuco, e destaca a cultura afro-brasileira do maracatu. Na história, um pastor evangélico local acredita que este patrimônio cultural é inspirado pelo diabo e que as pessoas devem renunciar ao maracatu para deixar Deus entrar em suas vidas. Enquanto seus personagens enfrentam problemas cotidianos, situações estranhas e sobrenaturais acontecem na cidade.

Além disso, o cinema brasileiro estava representado com muitas outras produções, inclusive na Hivos Tiger Competition com Mormaço, de Marina Meliande e Djon África, coprodução com Portugal, de João Miller Guerra e Filipa Reis; o argentino Zama, de Lucrecia Martel, uma coprodução com o Brasil e diversos outros países, recebeu o Prêmio KNF, concedido pelo Circle of Dutch Film Journalists ao melhor filme coproduzido pela Holanda.

Conheça os vencedores do International Film Festival Rotterdam 2018:

HIVOS TIGER COMPETITION:
Melhor Filme: The Widowed Witch, de Cai Chengjie (China)
Prêmio Especial do Júri | Melhor Roteiro: The Reports on Sarah and Saleem, escrito por Rami Alayan (Palestina/Holanda/Alemanha/México)

BRIGHT FUTURE
Melhor Filme: Azougue Nazaré, de Tiago Melo (Brasil)
Menção Especial: The Return, de Malene Choi Jensen (Dinamarca/Coreia do Sul)

PRÊMIO VPRO BIG SCREEN:
Melhor Filme: Nina, de Olga Chajdas (Polônia)
Menção Especial: The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)

PRÊMIO DO PÚBLICO:
The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)

PRÊMIO DO PÚBLICO | HUBERT BALS FUND:
The Reports on Sarah and Saleem, de Muayad Alayan (Palestina/Holanda/Alemanha/México)

PRÊMIO DO PÚBLICO | VOICES SHORT:
Joy in People, de Oscar Hudson (Reino Unido/França)

PRÊMIO FIPRESCI:
Balekempa (The Bangle Seller), de Ere Gowda (Índia)

PRÊMIO KNF:
Zama, de Lucrecia Martel (Argentina/Brasil/Espanha/França/Holanda/México/Suíça/EUA/Portugal/República Dominicana/Líbano)

PRÊMIO NETPAC:
Nervous Translation, de Shireen Seno (Filipinas)

PRÊMIO YOUTH JURY:
The Guilty (Den Skyldige), de Gustav Möller (Dinamarca)

PRÊMIO FOUND FOOTAGE:
Newsreel 63 – The Train of Shadows (Obzornik 63 – Vlak senc), de Nika Autor (Eslovênia)

Foto: Divulgação/Urânio Filmes.

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