Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é eleito o melhor filme do Festival de Cinema de Munique

por: Cinevitor

bacurauvencemuniquePremiados: a produtora Emilie Lesclaux e o diretor Juliano Dornelles.

Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Bacurau venceu o prêmio de melhor filme da 37ª edição do Festival de Cinema de Munique, Filmfest München, na principal mostra, a CineMasters Competition. Em maio, o longa havia sido contemplado com o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, onde teve sua première mundial.

O prêmio em Munique prevê 50 mil euros em equipamentos Arri para o próximo filme dos realizadores. Juliano Dornelles, codiretor e coroteirista, e a produtora Emilie Lesclaux foram à Munique receber o prêmio: “Uma honra poder receber esse prêmio que já permite pensar num próximo projeto”, disse Emilie. Fora isso, Bacurau teve sua première portuguesa sábado à noite abrindo o Festival de Vila do Conde para um Teatro Municipal lotado. A sessão foi apresentada por Kleber Mendonça Filho.

O Festival de Munique também consagrou outro filme brasileiro: A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, de Karim Aïnouz, com o CineCoPro Award, que confere à melhor coprodução local com países estrangeiros uma bonificação no valor de 100 mil euros. Os atores Ralph Fiennes e Antonio Banderas receberam o CineMerit Award.

Desde a sua estreia na Competição Oficial do Festival de Cannes, Bacurau já recebeu convites para mais de 100 festivais e mostras ao redor do mundo e já foi vendido para inúmeros territórios em cerca de, até agora, 30 países. A distribuição internacional inclui lançamentos em salas, home video e streaming nos Estados Unidos e Canadá, Reino Unido, França, Japão, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, República Checa, Taiwan, em países da América Latina e Escandinávia.

Nos Estados Unidos, os direitos de distribuição foram comprados pela prestigiosa Kino Lorber, que tem lançado filmes como o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Sono de Inverno, de Nuri Bilge Ceylan, o Urso de Prata em Berlim, Tabu, de Miguel Gomes e A Visitante Francesa, de Hong Sang-Soo. Em entrevista à revista Variety, esta semana, a vice-presidente da distribuidora Wendy Lidell afirmou que Bacurau tem potencial: “Plateias certamente serão seduzidas pela atmosfera fantástica do filme, que mistura questões políticas, humanismo, ficção científica e elementos do gênero western, e há elementos para tornar-se um sucesso de bilheteria”.

Bacurau também já foi exibido no Sydney Film Festival, na Austrália, no SoFilm Summercamp, em Nantes, e no Festival La Rochelle Cinéma, ambos na França (onde o filme estreia em setembro), e segue esta semana para a competição do Neuchâtel International Fantastic Film Festival, na Suíça. No Brasil, o longa terá sua primeira projeção no Festival de Cinema de Gramado, como filme de abertura e fora de competição. A estreia nas salas brasileiras será no dia 29 de agosto, com distribuição da Vitrine Filmes.

Na descrição de seus diretores, Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil daqui a alguns anos. O longa foi rodado no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba, exatamente um ano atrás. As locações foram encontradas depois da equipe percorrer mais de dez mil quilômetros em Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. As filmagens duraram dois meses e três dias, com uma equipe de 150 pessoas. As cidades de Parelhas e Acari serviram de base para a produção.

A sinopse oficial de Bacurau diz: um western brasileiro, um filme de aventura e ficção científica. Daqui a alguns anos… Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro, dá adeus a Dona Carmelita, mulher forte e querida, falecida aos 94 anos. Dias depois, os moradores de Bacurau percebem que a comunidade não consta mais nos mapas. Sonia Braga, o alemão Udo Kier e Karine Teles fazem parte de um elenco composto por dezenas de atores, como Bárbara Colen, Silvero Pereira, Thomás Aquino, Antonio Saboia, Rubens Santos e Lia de Itamaracá.

Foto: Divulgação/Filmfest München.

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