A atriz Roberta Rangel em Fendas, de Carlos Segundo.
A edição 2020 do BIFF, Brasília International Film Festival, acontecerá totalmente on-line. Serão quatro mostras: Competitiva, Grandes pré-estreias, Spotlight Brasília e Homenagem a Kirk Douglas, além da realização do inédito BIFF Junior, com uma programação especialmente criada para o público teen, além de um título inédito na abertura e de uma intensa grade de atividades formativas.
O evento acontecerá entre os dias 21 e 26 de abril, com acesso pelo site (clique aqui). Para assistir, basta clicar no filme da mostra e, após preencher um cadastro, ter acesso a toda programação diária gratuitamente. A maior parte dos filmes estará disponível durante todo o período de duração do festival, mas alguns títulos só poderão ser acessados em horários predeterminados. O conselho é seguir a sugestão da programação ofertada pelo festival e participar da votação popular.
Maior festival internacional de cinema da região central do Brasil, o BIFF acontecerá on-line, transferindo toda a programação originalmente concebida para as salas de cinema para a sala da casa de cada um dos espectadores. Coube à equipe do evento transformar o que viria a ser um empecilho, a pandemia do coronavírus, em motor de maior alcance do festival. Com acesso livre pela internet, espectadores de todo o Brasil poderão assistir aos filmes selecionados para o festival, que tem direção geral e curadoria da jornalista, produtora e cineasta Anna Karina de Carvalho.
A 7ª edição do Festival Internacional de Cinema de Brasília apresenta outras novidades, como o BIFF Junior, que oferece uma programação especial com atrações voltadas para crianças e adolescentes, e as mostras Grandes pré-estreias e Spotlight Brasília. A primeira apresenta títulos premiados em alguns dos maiores festivais de cinema no mundo e inéditos no Brasil e na América Latina. A segunda dedica-se a mostrar um pouco do cinema produzido no Distrito Federal.
Sara Luna Zoric em Me Leve para um Lugar Legal, de Ena Sendijarevic.
Já na abertura, o festival confirma sua vocação para o ineditismo. O filme que dará início à programação do 7º BIFF é o inédito Anna Karina, para você lembrar (Anna Karina, souviens-toi), de Dennis Berry, companheiro da atriz falecida em dezembro passado, documentário no qual a musa da Nouvelle Vague relembra sua trajetória, desde a infância em Copenhagen, na Dinamarca, a fuga para Paris, aos 17 anos, a carreira de modelo, e o convite para estrelar O Pequeno Soldado, de Jean-Luc Godard, que daria início a uma parceria profissional e amorosa que durou seis anos e lançaria a atriz como um dos maiores nomes do cinema na França. Também cantora e escritora, Anna Karina foi homenageada na primeira edição do BIFF.
A mostra Competitiva apresenta oito títulos, entre ficções e documentários, selecionados por uma curadoria que, além de Anna Karina de Carvalho, inclui o jornalista e crítico de cinema Pedro Butcher, a produtora e criadora da distribuidora Fênix Filmes, Priscila Miranda, e o cineasta e repórter Marcio de Andrade.
Integram a mostra: o polonês Corpus Christi, de Jan Komasa, indicado ao Oscar de melhor filme internacional; o comovente The French Teacher – Um amor a três, drama dirigido por Stefania Vasconcellos sobre a relação entre mãe e filha num triângulo amoroso; Encantado, o Brasil em Desencanto, de Filipe Galvon, que conta com a participação de Jean Wyllys e Leandro Karnal numa análise da mais recente história brasileira; Me Leve para um Lugar Legal (Take Me Somewhere Nice), road movie dirigido por Ena Sendijarevic e premiado nos festivais de Roterdã, Sarajevo e Vancouver; Mapa de sonhos Latino-americanos (Mapa de Sueños Latinoamericanos), documentário de Martin Weber, que investiga a concretização de desejos alimentados há décadas por diferentes povos da América Latina; a ficção brasileira Fendas, do cineasta Carlos Segundo, que parte do universo subjetivo de uma pesquisadora de física quântica; Hálito Azul, documentário dirigido pelo cineasta português Rodrigo Areias, sobre os pescadores da Ilha São Miguel, nos Açores; e o documentário Blue Girl, de Keivan Majidi, uma coprodução entre Curdistão e Irã, sobre as crianças das montanhas e a paixão pelo futebol.
Bartosz Bielenia em Corpus Christi: representante polonês no Oscar 2020.
Estes oito títulos concorrem aos prêmios de melhor filme da Mostra Competitiva pelo Júri Oficial (R$ 10.000,00) e Júri Popular (R$ 10.000,00) e o Prêmio da Crítica José Carlos Avellar. O Júri Oficial será presidido pela atriz, diretora e produtora Bárbara Paz e contará com o crítico de cinema Miguel Barbieri e com a cineasta, roteirista, atriz e produtora Sabrina Fidalgo. O crítico e professor Pablo Gonçalo será jurado do Prêmio José Carlos Avellar. A votação do Júri Popular será feita pela própria plataforma da Looke.
Também de cunho competitivo, o BIFF Junior, apresentará seis filmes, que concorrerão ao troféu de melhor filme concedido por um júri formado por crianças e adolescentes convidados. Sob a curadoria da CEO da Druzina Content, Luciana Druzina, e da diretora do festival, Anna Karina de Carvalho, estão na programação títulos como: a animação espanhola Mortadelo e Salaminho: Missão Inacreditável, de Javier Fesser; e a animação brasileira Peixonauta – O Filme, de Célia Catunda, Kiko Mistrorigo e Rodrigo EBA!.
Em parceria com grandes distribuidoras, o BIFF exibe, em primeira mão, relevantes obras do cinema mundial, destaques em importantes festivais internacionais. São filmes inéditos como: Liberté, a mais recente produção do espanhol Albert Serra, vencedor do Prêmio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard, em Cannes; o suspense Até que Você me Ame (Hippopotamus), de Edward A. Palmer; o italiano Um Sonho de Família (Magari), de Ginevra Elkann e exibido em Locarno, sobre o anseio de ter uma família perfeita; e Uma Lição de Amor (Drôle de père), da cineasta belga Amélie van Elmbt, sobre a relação de um pai com a filha de cinco anos que ele havia abandonado.
O homenageado desta edição em Spartacus, de Stanley Kubrick: sucesso nas telonas.
Outro destaque da programação é o espaço especial que o 7º BIFF dedica ao cinema da capital brasileira, hoje um importante polo de produção audiovisual. Serão exibidos: o longa-metragem Cano Serrado, filme de ação produzido e filmado na capital federal com direção de Erik de Castro; e o documentário O Tesouro Esquecido, de Tom Ehrhardt, que conta a história de uma importante coleção de arte da Alemanha Oriental que se encontra escondida em Brasília.
O jornalista, crítico de cinema, escritor, professor, pesquisador e cineasta brasileiro Mario Abbade selecionou cinco filmes que percorrem o período de ouro da carreira do grande ator Kirk Douglas, falecido em fevereiro. Estão na programação: A Montanha dos Sete Abutres, de Billy Wilder; Assim Estava Escrito e Sede de Viver, ambos de Vincente Minnelli; o épico Spartacus, de Stanley Kubrick; e Sua Última Façanha, de David Miller.
O BIFF também concebeu uma programação formativa totalmente gratuita, com acesso on-line. Entre os dias 21 e 26 de abril, será possível participar do workshop Documentário: Da origem à Produção Contemporânea, com a documentarista e jornalista Flavia Guerra; do debate Mulheres em Protagonismo: A batalha feminina por espaço no mercado audiovisual, com mediação da cineasta Cibele Amaral e tendo como convidadas a advogada e produtora cinematográfica Debora Ivanov, Flavia Guerra e Krishna Mahon, criadora do canal Imprensa Mahon, no Youtube; e cinco aulas magnas sobre o homenageado Kirk Douglas, ministradas pelo curador Mario Abbade antes de cada filme da Mostra Tributo a Kirk Douglas.
Confira a programação completa, com datas e horários, aqui.
Fotos: Divulgação.