
O BIFF, Festival Internacional de Cinema de Brasília, comemora uma década em 2022 com uma programação especial. O evento, que este ano acontecerá em formato híbrido, presencial e on-line, entre os dias 23 e 30 de setembro, foi o festival pioneiro no formato virtual.
Para a diretora geral do BIFF 2022, Anna Karina de Carvalho, o maior desafio desta edição foi costurar uma programação potente que refletisse o mundo pandêmico de 2020 em diante: “Para minha surpresa foram inscritos nas plataformas mais de 3 mil filmes em vários formatos, onde a comissão de seleção assistiu a mais de 800 longas que cumpriram os critérios curatoriais das inscrições. Mostrando que o mundo mesmo diante de uma situação atípica conseguiu produzir essa quantidade de filmes”, disse. Em parceria com o SESC e com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o festival amplia seus canais de exibição por toda a cidade de Brasília.
A curadoria da mostra competitiva Internacional foi comandada pelo crítico Miguel Barbieri e sua equipe de seleção, que contou com profissionais especializados em cinema. A programação faz um passeio virtual por três continentes: América, Ásia e Europa. Quatro dos dez filmes são dirigidos por mulheres; há também quatro documentários na competição e dois híbridos. Há desde registros reais sobre a rotina de uma advogada para livrar um ativista da cadeia no russo The Case, exibido no IDFA, até as campanhas de candidatos LGBTQIA+ a vereador(a) na eleição de 2020 no brasileiro Corpolítica, dirigido por Pedro Henrique França e produzido pelo ator Marco Pigossi, também selecionado para o Queer Lisboa.
O amor explode no espanhol Ramona e a realidade da pandemia é retratada no filipino Broken Blooms. O tom dramático está presente na difícil convivência de um adolescente com seu pai no grego .dog e na decisão de um senhor em decretar o dia de sua morte no holandês Pink Moon, premiado no Festival de Tribeca. O Japão comparece em dois longas-metragens: no francês Umami, o personagem de Gérard Depardieu vai ao Oriente descobrir os prazeres da gastronomia local; no japonês Yamabuki, exibido no Festival de Roterdã, um operário sul-coreano vê sua vida se desintegrar após se apossar de uma fortuna em dinheiro.
O BIFF, também conhecido como Brasília International Film Festival, apresenta presencialmente a iniciativa inovadora e competitiva do BIFF JR, que oferece aos estudantes e ao público em geral uma programação internacional potente e diversa para um público geralmente esquecido das grandes produções cinematográficas. Outro destaque desta edição é a mostra Mosaico, o Novo Cinema Brasileiro: pela primeira vez o BIFF aposta na vitrine e janela de produções nacionais que dialogam com novas tendências, conteúdos e olhares.
Agnès Varda, a diretora belgo-francesa falecida em 2019, uma das principais referências da Nouvelle Vague e ícone do cinema feito por mulheres, é a homenageada desta oitava edição com uma mostra especial. Além disso, estão na seleção do festival: o Cinema Latino, uma seleção com mulheres cineastas latinas; Panorama África, com novas produções; e Arco-íris Sueco, com curtas LGBTQIA+.
Complementam a programação: oficinas, debates e fóruns, realizados em parceria com a ABCV, Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo, dentre elas, dublagem, princípios e desafios com profissionais da AllDub acessibilidade. Com a Academia de TikTokers, pela primeira vez o BIFF faz um mergulho nas novas ferramentas de conteúdo e realiza um workshop presencial com o objetivo de capacitar o público a criar conteúdos audiovisuais na plataforma do entretenimento e rede social que mais cresce no mundo, o TikTok.
Conheça os filmes selecionados para o BIFF 2022:
INTERNACIONAL COMPETITIVA
.dog, de Yianna Americanou (Chipre/Grécia)
Broken Blossoms, de Luisito Agdameu Ignacio (Filipinas)
Corpolítica, de Pedro Henrique França (Brasil)
Home is Somewhere Else, de Carlos Hagerman e Jorge Villalobos (EUA/México)
Pink Moon, de Floor Van Der Meulen (Países Baixos/Eslovênia)
Quantum Cowboys, de Geoff Marslett (EUA)
Ramona, de Andrea Bagney (Espanha)
The Case, de Nina Guseva (Rússia)
Umami, de Slony Sow (França/Japão)
Yamabuki, de Juichiro Yamasaki (Japão/França)
BIFF JR.
A Second Life, de Anis Lassoued (Tunísia)
Desconectados, de Pedro Ladeira, Paulo Saldaña e Ana Graziela Aguiar (Brasil)
Miúda e o guarda-chuva, de Amadeu Alban (Brasil)
Meu Tio José, de Ducca Rios (Brasil)
O Tesouro do Pequeno Nicolau, de Julien Rappeneau (França)
Souvenir, Souvenir, de Bastien Dubois (França)
Todo Mundo Já Foi para Marte, de Telmo Carvalho (Brasil)
PRÉ-ESTREIAS
Carmen, de Valerie Buhagiar (Malta/Canadá)
Esperando Bojangles, de Régis Roinsard (França/Bélgica)
Kompromat: O Dossiê Russo, de Jérôme Salle (França)
HOMENAGEM AGNÈS VARDA
Cléo das 5 às 7 (França/Itália) (1962)
Elsa la Rose (França) (1966)
Ô saisons, ô châteaux (França) (1957)
Visages, Villages (França) (2017)
MOSAICO, O NOVO CINEMA BRASILEIRO
Abdzé wede’o, o vírus tem cura?, de Divino Tserewahú
Até o Fim, de Ary Rosa e Glenda Nicácio
Chico Rei Entre Nós, de Joyce Prado
Entre Nós Talvez Estejam Multidões, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito
Rama Pankararu, de Pedro Sodré
Sementes, mulheres negras no poder, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano
CINEMA LATINO
Bajo Un Sol Poderoso, de Kiki Alvarez (Cuba)
Berta soy Yo, de Kátia Lara (Honduras)
La Afinadora de Árboles, de Natalia Smirnoff (Argentina/México)
La Chica Nueva, de Micaela Gonzalo (Argentina)
Mis Hermanos Sueñan Despiertos, de Claudia Huaiquimilla (Chile)
Travessias, de Ana Graziela Aguiar (Brasil/Cuba)
PANORAMA ÁFRICA
Ar-Condicionado, de Fradique (Angola)
Bonny & Clara, de Yemi Jolaoso (Nigéria)
Destin Tracé, de Carlo Lechea (Congo)
Necktie Youth (Eles só usam Black Tie), de Sibs Shongwe-La Mer (África do Sul/Holanda)
Neptune Frost, de Saul Williams e Anisia Uzeyman (Ruanda/EUA)
Zinder, de Aicha Macky (Níger)
ARCO-ÍRIS SUECO | CURTAS LGBTQIA+
A Simpler Life (Ett enklare liv), de Gunhild Enger (2013)
Birthday (Födelsedag), de Jenifer Malmqvist (2010)
Boygame, de Anna Österlund Nolskog (2013)
Grandpa and Me and a Helicopter to Heaven (Morfar och jag och helikoptern till himlen), de Åsa Blanck e Johan Palmgren (2013)
Ladyboy, de Claes Lundin e David F. Sandberg (2012)
Next Door Letters, de Sascha Fülscher (2012)
On Suffocation, de Jenifer Malmqvist (2013)
Peace Talk, de Jenifer Malmqvist (2004)
Reel, de Jens Choong (2013)
The Butcher’s Waltz (Slaktarens vals), de Anna Zackrisson (2014)
Foto: Divulgação.