Enrique Diaz e Marleyda Soto em Los Silencios, de Beatriz Seigner: produção brasileira.
Organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF), em 1969, a Quinzena dos Realizadores (La Quinzaine des Réalisateurs), mostra paralela ao Festival de Cannes, colabora com a descoberta de novos cineastas independentes e contemporâneos.
Com o objetivo de ser eclética e receptiva a todas as formas de expressão cinematográfica, a Quinzena dos Realizadores destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular, com diretores talentosos e originais.
Neste ano, em sua 50ª edição, vale destacar a presença de duas produções brasileiras: o curta-metragem O Órfão, de Carolina Markowicz e protagonizado por Kauan Alvarenga, Clarisse Abujamra, Georgina Castro, Ivo Müller e Julia Costa; e o longa Los Silencios, de Beatriz Seigner, filmado na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, que conta a história de Amparo, interpretada por Marleyda Soto, e seus dois filhos Núria, papel de María Paula Tabares Peña, e Fabio, vivido por Adolfo Savinvino, que reencontram o pai Adão, interpretado por Enrique Diaz, supostamente morto, vivendo numa ilha repleta de casas de palafitas no meio do Rio Amazonas.
Com medo de trair o segredo de família, Núria emudece, enquanto Fábio parece conviver com isso sem problemas. Em meio a esse processo, a família tenta receber uma indenização pela morte do pai e obter um visto para fugir para o Brasil. Ao encobrir essa história, descobrem mais sobre o passado da família, intrincados nos conflitos armados que já duram mais de meio século na Colômbia.
Além disso, outra brasileira se destaca entre os selecionados: a cineasta Ivete Lucas, que hoje mora nos Estados Unidos, e divide a direção do curta-metragem Skip Day, com o americano Patrick Bresnan.
Confira a lista completa com os filmes selecionados para a Quinzena dos Realizadores 2018, que acontecerá entre os dias 9 e 19 de maio:
LONGAS-METRAGENS:
Amin, de Philippe Faucon (França)
Carmen y Lola, de Arantxa Echevarria (Espanha)
Climax, de Gaspar Noé
Cómprame un revólver (Buy Me a Gun), de Julio Hernández Cordón (México)
Les Confins du monde, de Guillaume Nicloux (França)
El Motoarrebatador (The Snatch Thief), de Agustín Toscano (Argentina/Uruguai)
En Liberté!, de Pierre Salvadori (França)
Joueurs (Treat Me Like Fire), de Marie Monge (França)
Leave No Trace, de Debra Granik (EUA)
Los Silencios, de Beatriz Seigner (Brasil/França/Colômbia)
Ming wang xing shi ke (The Pluto Moment), de Ming Zhang (China)
Mandy, de Panos Cosmatos (EUA)
Mirai, de Mamoru Hosoda (Japão)
Le monde est à toi, de Romain Gavras (França)
Pájaros de verano, de Ciro Guerra e Cristina Gallego (Colômbia/Dinamarca) (filme de abertura)
Petra, de Jaime Rosales (Espanha/França)
Samouni Road, de Stefano Savona (Itália/França)
Teret (The Load), de Ognjen Glavonic (Sérvia/França/Croácia/Irã/Qatar)
Troppa Grazia, de Gianni Zanasi (Itália) (filme de encerramento)
Weldi, de Mohamed Ben Attia (Tunísia/Bélgica/França)
CURTAS-METRAGENS:
Basses, de Félix Imbert (França)
Ce magnifique gâteau! (This Magnificient Cake!), de Emma De Swaef e Marc Roels (Bélgica/França/Holanda)
La Chanson (The Song), de Tiphaine Raffier (França)
La lotta, de Marco Bellocchio (Itália)
Las cruces, de Nicolas Boone (Colômbia)
La Nuit des sacs plastiques (The Night of the Plastic Bags), de Gabriel Harel (França)
O Órfão (The Orphan), de Carolina Markowicz (Brasil)
Our Song to War, de Juanita Onzaga (Índia/Bélgica)
Skip Day, de Patrick Bresnan e Ivete Lucas (EUA)
Le Sujet, de Patrick Bouchard (Canadá)
Foto: Juliana Vasconcelos.