Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, é selecionado para o 68º Festival de San Sebastián

por: Cinevitor

casaantiguidadessansebastianCena do filme brasileiro Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria.

Considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián é também um dos mais prestigiados do mundo. Seu principal prêmio, a Concha de Ouro, é concedido ao melhor filme em competição da Seleção Oficial.

Os selecionados da 68ª edição, que acontecerá entre os dias 18 e 26 de setembro, foram anunciados nesta semana. O cinema brasileiro está na disputa com Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, na seção New Directors. No longa, também selecionado para Cannes e Toronto, Antonio Pitanga dá vida a Cristovam, um homem simples do interior que precisa mudar de cidade em busca de melhores condições de vida e trabalho. Porém, ele precisa se adaptar a uma realidade diferente daquela que estava acostumado, sofrendo com a solidão e o preconceito dos moradores locais.

A sinopse diz: Cristovam é um caipira do interior do Brasil que busca em outras terras melhores condições de trabalho. Mas, o contraste cultural e étnico da nova morada em relação à sua terra natal provoca no vaqueiro um processo de solidão e perda de identidade. Boatos e maldades dos habitantes locais o levam ao desespero e a decisões equivocadas, fazendo-o perder a razão e a lucidez. Sem saída, ele passa a reviver o passado para suportar o presente. O elenco conta também com Ana Flavia Cavalcanti, Aline Marta Maia, Gilda Nomacce e Sam Louwyck. A direção de fotografia é de Benjamín Echazarreta, de Uma Mulher Fantástica; a montagem é de Benjamin Mirguet, de Batalla En El Cielo; e a composição sonora musical é de Nicolas Becker, de Gravidade.

Por conta da pandemia de Covid-19, a organização do festival anunciou que a edição deste ano apresentará algumas mudanças necessárias de acordo com os protocolos de segurança. Depois do fim do estado de alerta e na esperança de que os casos do novo coronavírus continuem a diminuir no país, o festival adotou algumas decisões: redução no número de exibições (30% a menos), formato on-line de algumas de suas atividades (fórum de coprodução, mesa redonda, entre outros) e formato presencial e virtual para a WIP Latam, Europa e Ikusmira Berriak. O evento também dispensará alguns de seus locais habituais e exibição de estreias de filmes populares para o público em geral. A retrospectiva sobre cinema coreano das décadas de 1950 e 1960 foi adiada para 2021 e este ano não haverá a seção Klasikoak.

Ainda assim, o festival manterá o restante de sua programação de forma presencial com exibições da Seleção Oficial, New Directors, Horizontes Latinos, Zabaltegi-Tabakalera, Perlak e Nest. O filme de abertura desta edição será a comédia Rifkin’s Festival, de Woody Allen, que traz Gina Gershon, Christoph Waltz, Wallace Shawn, Steve Guttenberg, Louis Garrel e Elena Anaya  no elenco.

Além dos filmes, o festival também presta homenagens a grandes nomes da sétima arte com o Prêmio Donostia, que este ano será entregue para o ator americano Viggo Mortensen, que também exibirá seu primeiro filme como diretor, o drama Falling.

Conheça os filmes selecionados para o Festival de San Sebastián 2020:

SELEÇÃO OFICIAL

Rifkin’s Festival, de Woody Allen (Espanha/EUA/Itália) (filme de abertura)
Akelarre, de Pablo Agüero (Espanha/França/Argentina)
Asa Ga Kuru (True Mothers), de Naomi Kawase (Japão)
Courtroom 3H, de Antonio Méndez Esparza (Espanha/EUA)
Dasatskisi (Beginning), de Dea Kulumbegashvili (França/Geórgia)
Druk (Another Round), de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
Eté 85 (Summer of 85), de François Ozon (França)
In the Dusk, de Sharunas Bartas (Lituânia/França/República Tcheca/Sérvia/Portugal/Letônia)
Nakuko wa ineega (Any Crybabies Around?), de Takuma Sato (Japão)
Antidisturbios (Riot Police), de Rodrigo Sorogoyen (Espanha) (fora de competição)
Patria, de Aitor Gabilondo (Espanha) (fora de competição)

NEW DIRECTORS

16 Printemps (Spring Blossom), de Suzanne Lindon (França)
Ane, de David Pérez Sañudo (Espanha)
Casa de Antiguidades (Memory House), de João Paulo Miranda Maria (Brasil/França)
Chupacabra, de Grigory Kolomytsev (Rússia)
Gal-mae-gi (Gull), de Kim Mi-jo (Coreia do Sul)
Gē shēng yuán hé màn bàn pāi (Slow Singing), de Xingyi Dong (China)
Hil kanpaiak (Death Knell), de Imanol Rayo (Espanha)
Jak Najdalej Stąd (I Never Cry), de Piotr Domalewski (Polônia/Irlanda)
La última primavera (Last Days of Spring), de Isabel Lamberti (Holanda/Espanha)
Limbo, de Ben Sharrock (Reino Unido)
Umibe no Kanojotachi (Along the Sea), de Akio Fujimoto (Japão/Vietnã)

ZABALTEGI TABAKALERA

Autoficción (Autofiction), de Laida Lertxundi (EUA/Espanha/Nova Zelândia)
Correspondencia (Correspondence), de Carla Simón e Dominga Sotomayor (Espanha/Chile)
Un efecto óptico (An optical illusion/Interval), de Juan Cavestany (Espanha)
Ya no duermo, de Marina Palacio Burgueño (Espanha)

PERLAK

El agente topo (The Mole Agent), de Maite Alberdi (Chile/EUA/Alemanha/Holanda/Espanha)

DONOSTIA AWARD SCREENINGS

Falling, de Viggo Mortensen (Canadá/Reino Unido)

*Novos títulos serão anunciados em breve, assim como os selecionados para a mostra Horizontes Latinos.

Foto: Divulgação/Pandora Filmes.

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