Cineasta argentina Lucrecia Martel presidirá o júri do Festival de Cinema de Veneza 2019

por: Cinevitor

lucreciamartelveneza2019Depois de passar pelo festival com Zama, ela volta ao evento como presidente do júri.

O Conselho Administrativo da Biennale di Venezia, presidido por Paolo Baratta, anunciou nesta segunda-feira, 24/06, que a cineasta argentina Lucrecia Martel presidirá o Júri Internacional da 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro. O nome da diretora, que designará o Leão de Ouro e outros prêmios oficiais, foi recomendado por Alberto Barbera, diretor do festival.

Em comunicado oficial, Lucrecia disse: “É uma honra, uma responsabilidade e um prazer fazer parte desta celebração do cinema, do imenso desejo da humanidade de se compreender”. Alberto Barbera comentou: “Quatro longas-metragens e vários curtas, em pouco menos de duas décadas, foram suficientes para fazer de Lucrecia Martel a mais importante diretora feminina da América Latina e uma das principais do mundo. Em seus filmes, a originalidade de sua pesquisa estilística e sua meticulosa mise-en-scène estão a serviço de uma cosmovisão livre de compromissos, dedicada a explorar os mistérios da sexualidade feminina e a dinâmica de grupos e classes. Somos gratos por ter concordado entusiasticamente em expor sua exigência, mas nada menos que caridosa, ao serviço desse compromisso que pedimos”.

Nascida em Salta, na Argentina, Lucrecia Martel fez sua estreia como diretora em 1988, com o curta-metragem animado El 56. Depois de diversas produções nesse formato, realizou o longa Historias Breves 1, que dividiu a direção com outros nomes, como Daniel Burman e Israel Adrián Caetano. Seu primeiro longa solo foi O Pântano, lançado em 2001, e premiado nos festivais de Berlim, Havana, Sundance e Toulouse.

Depois disso, disputou a Palma de Ouro, em 2004, com A Menina Santa, que foi premiado na Mostra de São Paulo daquele ano. Em 2008, dirigiu A Mulher Sem Cabeça, que também fez parte da Competição Oficial do Festival de Cannes e foi premiado pela FIPRESCI no Festival do Rio. Zama, seu quarto longa-metragem e uma coprodução brasileira, fez sua estreia no Festival de Veneza, em 2017. O filme foi premiado em Roterdã e Havana, exibido em diversos festivais, como San Sebastián, Palm Springs e Cartagena, e escolhido para representar a Argentina no Oscar 2018.

Retrospectivas de seu trabalho foram exibidas em muitas instituições culturais e de arte, como Harvard, MoMA, Lincoln Center, Cambridge e Tate Modern, juntamente com uma série de masterclass sobre som e narrativa que a cineasta ensinou em todo o mundo. Em paralelo, Martel também mostrou interesse em outras linguagens artísticas fora do cinema. Sua colaboração mais recente foi com a cantora Björk, para quem ela dirigiu o concerto Cornucopia no The Shed, em Manhattan, reconhecido como o mais sofisticado show da artista islandesa até hoje.

Além de Lucrecia Martel como presidente do júri, outra novidade foi anunciada recentemente: o cineasta espanhol Pedro Almodóvar receberá o Leão de Ouro honorário por sua carreira.

Foto: Vittorio Zunino Celotto/Getty Images Europe.

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