Dilma Rousseff no longa Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi.
Foram anunciados nesta terça-feira, 23/03, em uma coletiva de imprensa virtual, os filmes selecionados para a 26ª edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários. Neste ano, a programação exibirá 69 títulos, de 23 países, entre os dias 8 e 18 de abril.
Por conta da pandemia de Covid-19, o festival será, mais uma vez, on-line e gratuito, com acesso da programação em todo território nacional. A programação em streaming de filmes, master classes e debates, será distribuída pelas plataformas Looke, Itaú Cultural, Sesc em Casa, Spcine Play, YouTube do É Tudo Verdade e Canal Brasil.
“O documentário não foi freado nem mesmo pela pior pandemia do último século. Alguns olhares inesquecíveis sobre este período cruel já marcam a seleção deste ano. É também extraordinário o vigor da produção brasileira, numa conjuntura tão adversa. Uma nova safra nacional e internacional pede passagem e merece toda atenção. Mesmo inviabilizado em seu formato convivial, o É Tudo Verdade, ao lado de seus parceiros, tem a honra de apresentá-la num festival digital com o mesmo padrão de excelência de suas edições presenciais”, disse Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade.
Aclamado pelo público e pela crítica, o vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Sundance deste ano, Fuga (Flee), dirigido por Jonas Poher Rasmussen, será o filme de abertura da 26ª edição do É Tudo Verdade. Na trama, um intelectual altamente graduado, de 36 anos, luta com um segredo doloroso que manteve escondido por vinte anos e que ameaça desestabilizar a vida que construiu para si e para o futuro marido.
Exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, o longa-metragem brasileiro A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi, encerra o festival. Produzido pela Buriti Filmes e Gullane, o filme se passa em uma tribo Yanomami isolada na Amazônia, na qual o xamã Davi Kopenawa Yanomami tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições, enquanto a chegada de garimpeiros traz morte e doenças para a comunidade.
Sete longas-metragens brasileiros em competição serão exibidos para o público em sessões diárias. No dia seguinte de cada estreia em streaming, os diretores participam de um debate virtual, na plataforma do festival. Entre os curtas, serão nove títulos nacionais. Doze longas e nove curtas internacionais em competição completam a programação.
Caetano Veloso em cena do filme Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil.
De 14 a 16 de abril, pela plataforma do Sesc 24 de Maio, o É Tudo Verdade apresenta debates diários com os realizadores brasileiros de curtas em competição. Sempre às 11h, com mediação da jornalista Ana Paula Sousa e da Doutora em Cinema Patrícia Rebello, ambas do comitê de seleção do festival.
Os filmes vencedores dos prêmios dos júris nas competições brasileiras e internacionais de longas/médias-metragens e de curtas-metragens estarão automaticamente classificados para apreciação à disputa pelo Oscar do ano que vem.
A 26ª edição do É Tudo Verdade apresenta um ciclo especial de documentários que traça um panorama da vida e obra do cantor e compositor baiano Caetano Veloso, de sua participação nos festivais dos anos 1960 até as turnês internacionais dos anos 2000.
A seleção traz também a mostra O Estado das Coisas, com documentários que apresentam um viés informativo e jornalístico. Além disso, a 26ª edição do É Tudo Verdade faz uma homenagem a Ruy Guerra, no marco da celebração de seus 90 anos em agosto próximo. Além da mostra de filmes, o cineasta ministrará uma masterclass on-line na plataforma do Sesc 24 de Maio.
E mais: mestre do cinema documental, o francês Chris Marker ganha uma retrospectiva com algumas de suas obras mais importantes no ano de seu centenário. Nesta edição, o Itaú Cultural e o É Tudo Verdade aliam-se para a realização, nos dias 7 e 8 de abril, da 18ª Conferência Internacional do Documentário. Todas as atividades acontecerão na plataforma Itaú Cultural, tendo como tema central a obra de Chris Marker. A programação contará com: Masterclass: Jean-Michel Frodon; Marker por Tendler; a palestra Chris Marker e a América Latina, Trânsitos Estéticos e Políticos, com Carolina Amaral; e Masterclass: Bill Nichols.
Conheça os filmes selecionados para o É Tudo Verdade 2021:
COMPETIÇÃO BRASILEIRA | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM
Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi (SP)
Dois Tempos, de Pablo Francischelli (RJ)
Edna, de Eryk Rocha (SP)
Máquina do Desejo – Os 60 Anos do Teatro Oficina, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro (SP)
Os Arrependidos, de Armando Antenore e Ricardo Calil (SP)
Paulo César Pinheiro – Letra e Alma, de Cleisson Vidal e Andrea Prates (SP)
Zimba, de Joel Pizzini (SP)
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | LONGA OU MÉDIA-METRAGEM
9 Dias em Raqqa (9 jours à Raqqa), de Xavier de Lauzanne (França)
Eu e o Líder da Seita (Aganai: The Cult Leader and Me), de Atsushi Sakahara (Japão)
Glória à Rainha (Glory to the Queen), de Tatia Skhirtladze (Geórgia/Áustria/Sérvia)
Gorbachev.Céu (Gorbachev. Heaven), de Vitaly Mansky (Letônia/República Tcheca)
História de um Olhar (Histoire d’un regard), de Mariana Otero (França)
Leonie, Atriz e Espiã (Leonie, actrice en spionne), de Annette Apon (Holanda)
Mil Cortes (A Thousand Cuts), de Ramona S. Diaz (EUA/Filipinas)
MLK/FBI, de Sam Pollard (EUA)
Paraíso (Paradise), de Sérgio Tréfaut (Portugal/Brasil/França)
Presidente (President), de Camilla Nielsson (EUA/Dinamarca/Norugea/Zimbábue)
Sob Total Controle (Totally Under Control), de Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger (EUA)
Vicenta, de Darío Doria (Argentina)
COMPETIÇÃO BRASILEIRA | CURTA-METRAGEM
A Vida que eu Sonhava Ter, de Eliane Scardovelli Pereira (SP)
Cartas de Brasília, de Larissa Leite (DF)
Coleção Preciosa, de Rayssa Fernandes Coelho e Filipe Gama (BA)
João por Inez, de Bebeto Abrantes (RJ)
O Karaokê de Isadora, de Thiago B. Mendonça (SP)
Review, de Tyrell Spencer (SP)
Sem Título #7 Rara, de Carlos Adriano (SP)
Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi dos Santos (RJ)
Yãokwa, Imagem e Memória, de Vincent Carelli e Rita Carelli (MT/PE)
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | CURTA-METRAGEM
A Montanha Lembra? (Puede Una Montaña Recordar), de Delfina Carlota Vazquez (Argentina/México)
E14, de Peiman Zekavat (Reino Unido)
Num Piscar de Olhos (In Ictu Oculi), de Jorge Moneo Quintana (Espanha)
Projetando a Utopia (Tracing Utopia), de Catarina de Sousa e Nick Tyson (Portugal/EUA)
Quando o Mar Manda uma Floresta (When the Sea Sends Forth a Forest), de Guangli Liu (França)
Sequência de Lacunas sem Nome (Untitled Sequence of Gaps), de Vika Kirchenbauer (Alemanha)
Terapia Deepfake (DeepfakeTherapy), de Roshan Nejal (Holanda)
Um Pai que Você Nunca Teve (Dad You’ve Never Had), de Dominika Lapka (Polônia)
Uma Cidade e uma Mulher (Une Ville Et Une Femme), de Nicolas Khoury (Líbano)
FOCO LATINO-AMERICANO
Cantos de Repressão (Songs of Repression), de Marianne Hougen-Moraga e Estephan Wagner (Chile/Dinamarca)
Cinemas de Bairro (Cines de Video), de Wari Gálvez (Peru)
Sexo e Revolução (Sexo y Revolución), de Ernesto Ardito (Argentina)
CAETANO.DOC
Canções do Exílio: A Labareda que Lambeu Tudo, de Geneton Moraes Neto (2011)
Coração Vagabundo, de Fernando Grostein Andrade (2008)
Narciso em Férias, de Ricardo Calil e Renato Terra (2020)
O Sol – Caminhando contra o Vento, de Tetê Moraes e Martha Alencar (2006)
Os Doces Bárbaros, de Jom Tob Azulay (1977)
Rogério Duarte, o Tropikaoslista, de José Walter Lima (2018)
Torquato Neto – Todas as Horas do Fim, de Eduardo Ades e Marcus Fernando (2018)
Tropicália, de Marcelo Machado (2012)
Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil (2010)
SESSÕES ESPECIAIS
Charlie Chaplin, o Gênio da Liberdade (Charlie Chaplin, le génie de la liberté), de Yves Jeuland (França)
Evento de TV (Television Event), de Jeff Daniels (Austrália)
O Dissidente (The Dissident), de Bryan Fogel (EUA)
O Monopólio da Violência (Un pays qui se tient sage), de David Dufresne (França)
Zappa, de Alex Winter (EUA)
O ESTADO DAS COISAS
2020, de Hernán Zin (Espanha)
Golpe de Ouro (The Golden Cup), de Chaim Litewski (Brasil, SP)
Okinawa/Santos, de Yoju Matsubayashi (Japão)
Paul Singer, uma Utopia Militante, de Ugo Giorgetti (Brasil)
Tio Tommy, o Homem que Fundou a Newsweek, de Loli Menezes (Brasil, SC)
MARKER, 100
A Solidão do Cantor (La Solitude du Chanteur de fond), de Chris Marker (1974)
Carta da Sibéria (Lettre de Sibérie), de Chris Marker (1958)
Chris Marker – Nunca se Explique, Nunca se Desculpe (Chris Marker – Never Explain, Never Complain), de Jean-Marie Barbe e Arnaud Lambert (2016)
Paris 1900 (Paris mil neuf cent), de Nicole Védrès (1947)
Sem Sol (Sans Soleil), de Chris Marker (1983)
HOMENAGEM RUY GUERRA
Mueda: Memória e Massacre, de Ruy Guerra (1979/80)
O Homem que Matou John Wayne, de Bruno Laet e Diogo Oliveira (2017)
Os Comprometidos – Actas de um processo de descolonização, de Ruy Guerra (1984)
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Fotos: Divulgação.