O Festival de Cinema de Tribeca reúne artistas e diversos públicos para celebrar a narrativa em todas as suas formas, incluindo cinema, TV, música, áudio, jogos e realidade virtual. Com fortes raízes no cinema independente, o evento é sinônimo de expressão criativa e entretenimento.
Fundado em 2001 por Robert De Niro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff com a intenção de estimular a revitalização econômica e cultural de Manhattan depois dos ataques ao World Trade Center, o festival defende vozes emergentes e estabelecidas, descobre talentos premiados, organiza experiências inovadoras e apresenta novas ideias por meio de estreias, exposições, conversas e apresentações ao vivo exclusivas.
Neste ano, em sua 22ª edição, o Festival de Tribeca acontecerá entre os dias 7 e 18 de junho em Nova York com uma programação que conta com 109 longas-metragens de 127 cineastas, vindos de 36 países. A seleção inclui 93 estreias mundiais, 43 diretores estreantes e 29 cineastas retornando ao festival; 41% dos longas são dirigidos por mulheres e, pela primeira vez, mais da metade dos longas-metragens da competição, somando 68%, são dirigidos por mulheres. Além disso, 36% dos títulos são realizados por cineastas BIPOC (negros, indígenas e povos de cor, na tradução).
O cinema brasileiro ganha destaque no Festival de Tribeca 2023 com Estranho Caminho, do cineasta cearense Guto Parente, na mostra International Narrative Competition, que quebra fronteiras geográficas acolhendo realizadores do exterior em uma plataforma global do cinema mundial contemporâneo. O filme é um drama fantástico que acompanha a trajetória de David, um jovem cineasta que, ao visitar sua cidade natal, Fortaleza, é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia de Covid-19 e se vê obrigado a procurar o pai, Geraldo, um sujeito peculiar com quem não fala ou tem notícias há mais de dez anos. Após o reencontro dos dois, coisas estranhas começam a acontecer.
O elenco conta com Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene, Fab Nardy, Noá Bonoba, Jennifer Joingley, Déo Cardoso, Larissa Goés, Mumutante, Solon Ribeiro, David Santos, Pedro Breculê e Gabriel de Sousa.
Realizado inteiramente na cidade Fortaleza, financiado pela Secretaria de Cultura do Ceará por meio de recursos da Lei Aldir Blanc, o longa, que será distribuído pela Embaúba Filmes, foi rodado entre maio e junho de 2021 com uma equipe formada majoritariamente por profissionais cearenses, como: Guto Parente no roteiro e direção; Ticiana Augusto Lima na produção; Linga Acácio na direção de fotografia; Taís Augusto na direção de arte; Lucas Coelho no som e Thais de Campos no figurino; Noá Bonoba na preparação de elenco; e Uirá dos Reis e Fafa Nascimento na trilha musical.
Além disso, o festival deste ano também inclui um número notável de filmes dirigidos por atores, como: First Time Female, de Chelsea Peretti; Maggie Moore(s), de John Slattery; Bucky F*cking Dent, de David Duchovny; Downtown Owl, de Lily Rabe e Hamish Linklater; Eric LaRue, de Michael Shannon; Fresh Kills, de Jennifer Esposito; The Listener, de Steve Buscemi; Shortcomings, de Randall Park; entre outros.
A seleção traz 53 documentários, entre eles, a estreia mundial da primeira obra documental da Marvel: Stan Lee, dirigido por David Gelb, que narra a trajetória do consagrado editor-chefe e presidente da Marvel Comics, que morreu em novembro de 2018. A lista traz também filmes de Waad al-Kateab, Julie Cohen, Morgan Neville, Sam Pollard, Rob Epstein e Jeffrey Friedman, além de títulos que abordam a guerra na Ucrânia, bem como o silenciamento de artistas no Irã.
Outros destaques do 22º Festival de Tribeca são: o documentário All Up in the Biz, de Sacha Jenkins, que traz entrevistas com celebridades, filmes raros, encenações e animações lúdicas sobre o rapper Biz Markie, que deixou sua marca na história do hip-hop; a ficção Cinnamon, de Bryian Keith Montgomery Jr., protagonizado por Pam Grier e Damon Wayans, sobre o movimento cinematográfico Blaxploitation; e Gloria Gaynor: I Will Survive, documentário dirigido por Betsy Schechter, que narra a trajetória da lendária cantora, que fará uma apresentação especial depois da exibição na mostra Spotlight.
Em comunicado oficial, Jane Rosenthal, cofundadora do Tribeca Festival, disse: “O festival é um evento comemorativo que homenageia artistas e eleva os participantes. Este ano não será diferente com uma programação de 109 longas-metragens de 127 cineastas. Ao longo de 12 dias emocionantes, convidamos o público a explorar a magia de contar histórias como uma ferramenta poderosa de democracia, ativismo e consciência social. Também estamos orgulhosos de destacar o 50º aniversário do hip-hop como um gênero definidor de cultura que se originou bem aqui na cidade de Nova York, com estreias mundiais perspicazes sobre lendas do beatbox e apresentações ao vivo dos melhores músicos da atualidade”.
Neste ano, o Human/Nature Award, prêmio criado para ampliar um filme que melhor exemplifique a narrativa ambiental voltada para soluções, será entregue para Common Ground, de Rebecca Harrell Tickell e Josh Tickell, que fará sua estreia mundial no festival.
Além dos longas, o festival apresentará 12 programas de curtas-metragens com histórias diversificadas e criativas. A programação traz 76 títulos, de 91 cineastas vindos de 25 países: 62 curtas em competição, oito videoclipes e seis curtas em exibição especial.
Com um total recorde de 8.096 inscrições, as categorias de curtas-metragens são selecionadas em programas temáticos que destacam amor, relações familiares, histórias LGBTQ+, expressões da liberdade negra, América Latina, resiliência e muito mais.
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Foto: Divulgação/Tardo Filmes.