Marcélia Cartaxo em Pacarrete: melhor atriz.
O FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa tem como missão a difusão e o desenvolvimento do cinema nos países de língua portuguesa. Com isso, procura promover e estimular o audiovisual através do intercâmbio cultural, de modo que sejam celebrados encontros entre as diferentes expressões dos países lusófonos.
Neste ano, em sua 11ª edição, o evento aconteceu em formato inédito por conta da pandemia de Covid-19. Entre os dias 9 e 15 de dezembro, os filmes foram exibidos presencialmente no Cinema São Jorge, em Lisboa. Depois disso, o festival passou a acontecer virtualmente na plataforma FESTin ON e segue até o dia 30 de dezembro.
Na impossibilidade de realizar presencialmente a cerimônia de premiação, o FESTin anunciou neste domingo, 27/12, os vencedores em um vídeo especial transmitido no YouTube e apresentado por Fabiana Avelar. Neste ano, o cinema brasileiro dominou o festival com vários prêmios.
O júri de longas de ficção foi formado por: Carlos Gonçalves, jornalista angolano; César Meneghetti, cineasta brasileiro; e Isa Catarina Mateus, programadora cultural. Os documentários foram avaliados por: Isabel Leitão, cantora e compositora portuguesa; Luca Alverdi, editor e produtor; e Paulo André Moraes de Lima, diplomata brasileiro. O time de jurados dos curtas contou com Clébio Viriato Ribeiro, realizador, produtor e gestor cultural brasileiro; Hamilton Trindade, realizador de São Tomé e Príncipe; e Luis Dias, realizador português. Na Mostra FESTinha, o júri foi composto por crianças de 6 a 9 anos de idade.
Dirigido por Allan Deberton, Pacarrete levou o Troféu Pessoa de melhor longa de ficção. Sobre a escolha, o júri justificou: “Por representar um tema tão atual, como a desconstrução da cultura, que narra perfeitamente as contradições de um país profundamente ferido, Allan Deberton faz uma síntese do artista brasileiro contemporâneo”.
A protagonista de Pacarrete, Marcélia Cartaxo, foi consagrada como melhor atriz: “Pela interpretação apurada e repleta de carisma, capaz de envolver progressivamente o espectador a ponto de fazê-lo aceitar a personagem de uma artista aparentemente louca e distante da realidade, mas que no final revelará toda sua determinação e humanidade evocando uma forte emoção levando o espectador a encontrar a beleza onde ela parecia não existir”, definiu o júri.
Entre tantos prêmios, o cinema brasileiro estava representado por outros diversos longas-metragens, como: Lamento, de Diego Lopes e Claudio Bitencourt; Raia 4, de Emiliano Cunha; Volume Morto, de Kauê Telloli; A Jangada de Welles, de Petrus Cariry e Firmino Holanda; Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, de Bárbara Paz; Flores do Cárcere, de Paulo Caldas e Barbara Cunha; e Quero Botar Meu Bloco na Rua, de Adriana L. Dutra.
Os curtas-metragens brasileiros também marcaram presença: A Margem, de Rodrigo Tavares; A Pedra, de Iuli Gerbase; Aqui e Agora, de Diogo Soares Martins; Brasil x Holanda, de Caroline Biagi; Cultural, de Armando Lima; Fotografias, de Marcelo Giannini; Mood, de Raquel Freire; O Pião, de Karina Mello; Roupa de Sair, de Amarildo Martins; Transfugo, de Rodrigo Tavares; O Véu de Amani, de Renata Diniz; A Galinha Ruiva, de Irson Jr. e alunos do CMEI Princípio do Saber; As Aventuras de Pety, de Anahí Borges; Lá do Alto, de Luciano Vidigal; Nana & Nilo em dia de sol e chuva, de Sandro Lopes; O Menino que foi na Casa do Vento Norte, de Irson Jr. e alunos do CMEI Princípio do Saber; Os Guerreiros da Rua, de Erickson Marinho; SeuBôla encontrando os Nôuras, de Bruno de Castro; Vivi Lobo e o Quarto Mágico, de Isabelle Santos e Edu MZ Camargo; e Zana, O Filho da Mata, de Augustto Gomes.
Neste ano, a Mostra Cinema Brasileiro, exibida fora de competição, que ocorre desde o primeiro ano do FESTin, apresentou quatro longas de ficção, três documentários e cinco curtas-metragens, sendo uma delas coprodução de Brasil com Senegal. Os longas exibidos foram: Ara Pyau – A Primavera Guarani, de Carlos Eduardo Magalhães; Boca de Ouro, de Daniel Filho; José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo, de Mário Lúcio Brandão Filho e Gustavo Brandão; Legalidade, de Zeca Brito; Maria do Caritó, de João Paulo Jabur; Palace II – 3 Quartos com Vista para o Mar, de Rafael Machado; Simonal, de Leonardo Domingues; e Vidas Descartáveis, de Alexandre Valenti e Alberto Graça.
Os curtas exibidos na Mostra Cinema Brasileiro foram: As Janelas que Encontramos no Caminho, de Thaís Orchi Abdala; Doberman, de Ernesto Solis; Olhos de Cachoeira, de Adler Kibe Paz; Palanteer M’Bedd, de Mamadou Diop; e Soccer Boys, de Carlos Guilherme Vogel.
Ao longo de sua história o FESTIn já exibiu mais de 850 filmes, entre ficções, documentários e animações, nos formatos curta, média e longa-metragem. Há também atividades paralelas voltadas ao diálogo, à difusão e à formação no âmbito do audiovisual. O Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa é referência no setor por ser o único evento em Portugal dedicado exclusivamente à cultura cinematográfica lusófona.
Conheça os vencedores do FESTin 2020:
MELHOR FILME
Pacarrete, de Allan Deberton (Brasil)
MELHOR DIREÇÃO
Kauê Teloli, por Volume Morto (Brasil)
MELHOR ATOR
Marco Ricca, por Lamento
MENÇÃO HONROSA | MELHOR ATOR
Daniel Infantini, por Volume Morto
MELHOR ATRIZ
Marcélia Cartaxo, por Pacarrete
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Os Últimos Dias, de Cristina Ferreira Gomes (Portugal)
MENÇÃO HONROSA | MELHOR DOCUMENTÁRIO
Flores do Cárcere, de Paulo Caldas e Barbara Cunha (Brasil)
MELHOR CURTA-METRAGEM
A Margem, de Rodrigo Tavares (Portugal)
MELHOR CURTA-METRAGEM | MENÇÃO HONROSA
A Gravidez é Nossa, de David Aguacheiro e Tina Krüger (Moçambique)
O Véu de Amani, de Renata Diniz (Brasil)
MELHOR FILME INFANTIL
Os Guerreiros da Rua, de Erickson Marinho (Brasil)
MENÇÃO HONROSA | MELHOR FILME INFANTIL
Zana, O Filho da Mata, de Augustto Gomes (Brasil)
Foto: Luiz Alves.