Foram anunciados nesta quinta-feira, 25/11, os vencedores da 12ª edição do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, já considerado um evento habitual no panorama cultural da cidade de Lisboa.
Centrado na divulgação de uma realidade com raízes históricas comuns, é um festival de cinema que permite, pelo seu caráter itinerante, uma intensa interação, partilha de vivências e criação de uma produção cinematográfica baseada no reconhecimento de diferenças e semelhanças dos povos que constituem a CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Realizado em formato híbrido, por conta da pandemia de Covid-19, os longas em competição foram exibidos presencialmente no Cinema São Jorge; os outros selecionados ficaram disponíveis numa plataforma especial. A programação contou com títulos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O cinema brasileiro, que marcou presença com diversas obras, conquistou os principais prêmios. Dirigido por Renato Barbieri, Pureza foi eleito o melhor filme deste ano; a justificativa do júri diz: “Pelo modo exemplar como a forma narrativa serve um argumento que desvenda um dos grandes problemas atuais, a manutenção de redes de trabalho escravo”. O longa também foi premiado na categoria de melhor atriz pelo trabalho de Dira Paes: “Pela forma como nos transmite o percurso de consciencialização de uma mulher que, a partir da preocupação com o destino do seu filho, torna-se um elemento essencial na denúncia de uma chaga social”, disse o júri.
Curral, de Marcelo Brennand, recebeu uma Menção Honrosa com a seguinte justificativa: “Pelo modo eficaz como denuncia a corrupção em torno de atos eleitorais, que, servindo-se da pobreza das populações, põe em causa a própria legitimidade da democracia”. Lázaro Ramos levou o prêmio de melhor direção por Medida Provisória: “Pelo modo como, através de uma metáfora, apresenta-nos a extrema complexidade do racismo que ainda reina em tantas das sociedades atuais”, disse o júri. O filme também foi premiado na categoria de melhor ator para Alfred Enoch: “Pela interpretação de uma personagem que, ao longo da narrativa, debate-se com as suas próprias dúvidas e ambiguidades”.
Espero Que Esta Te Encontre e Que Estejas Bem, de Natara Ney, foi eleito o melhor documentário: “Dotado de um excelente roteiro, o documentário é de grande riqueza visual, pautada em uma narrativa preciosa que vai criando conexões com outros assuntos, como o tempo e a memória. Poético e bem construído”, disse o júri.
Neste ano, em sua 12ª edição, o júri foi formado por: Diana Andringa, Fernando Muniz e Meirinho Mendes na mostra de longas de ficção; Claudio Savaget, Mariana Pimentel e Patrícia Niedermeier para os longas documentais; e Miller Castro, Paula Passos e Sandra Ilharco na mostra de curtas.
Conheça os vencedores do FESTin 2021:
MELHOR FILME
Pureza, de Renato Barbieri (Brasil)
MELHOR FILME | MENÇÃO HONROSA
Curral, de Marcelo Brennand (Brasil)
MELHOR DIREÇÃO
Lázaro Ramos, por Medida Provisória
MELHOR ATOR
Alfred Enoch, por Medida Provisória
MELHOR ATRIZ
Dira Paes, por Pureza
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Espero que Esta Te Encontre e que Estejas Bem, de Natara Ney (Brasil)
MENÇÃO HONROSA | MELHOR DOCUMENTÁRIO
Se o Mar Deixar, de Luís Alves de Mato (Portugal)
Sementes: Mulheres Pretas no Poder, de Éthel Oliveira e Júlia Mariano (Brasil)
MELHOR CURTA-METRAGEM
Nzila Ngola, de António Pedro e coletivo (Angola)
MELHOR CURTA-METRAGEM | MENÇÃO HONROSA
Lora, de Mariana Moraga (Brasil/Portugal)
O Babado da Toinha, de Sérgio Bloch (Brasil)
Foto: Divulgação/Elo Company.