A Caméra d’or, criada em 1978 por Gilles Jacob, destaca cineastas estreantes e seus primeiros longas-metragens exibidos ao longo do Festival de Cannes na Competição Oficial, Semana da Crítica e Quinzena dos Realizadores.
Nesta 75ª edição, que acontecerá entre os dias 17 e 28 de maio, a atriz espanhola Rossy de Palma será a presidente do júri, que escolherá o melhor primeiro filme em exibição no festival e em suas mostras paralelas. No ano passado, a grande vencedora foi Antoneta Alamat Kusijanović pelo filme Murina; nomes como Jim Jarmusch, Mira Nair, Jaco Van Dormael, Naomi Kawase, Bahman Ghobadi, Steve McQueen e Lukas Dhont já foram premiados nesta categoria.
Em comunicado oficial, Rossy de Palma disse: “A criação de um filme é a história de uma obsessão, um ato de vontade desproporcional que desafia a lógica, impulsionado pela necessidade vital de expressar uma visão; atravessar desertos repletos de miragens, ousar se expor a quem está assistindo, transmitir o desejo de dominar, transformar, transcender. Mas no caso de um primeiro filme, é ainda mais heroico, mais assustador. Porque, como em tudo que é feito pela primeira vez, há um ingrediente do inesperado, um elemento de magia. E celebramos o nascimento de um cineasta! Minha história de amor com o cinema e com o Festival de Cannes é uma história de pura alegria que se estende a ser o presidente do júri da Caméra d’or. Do fundo do meu coração, espero ser digna desta grande honra”.
O Festival de Cannes também comentou: “A ousadia e a espontaneidade são os principais impulsionadores dos primeiros filmes que concorrem à Caméra d’or. Então, quem poderia apoiar melhor a estreia desses diretores do que Rossy de Palma, uma atriz conhecida por sua originalidade e brio? Seu rosto, seu carisma, seu comportamento, ela é a musa final. Quando se inventou como atriz em A Lei do Desejo, de Pedro Almodóvar, sua extravagância e energia atraíram os espectadores. Desde então, ela foi escalada para vários filmes internacionais e trabalhou muitas vezes na França. Ela vem como uma surpresa constante e mostra muitos talentos: cantora, atriz, ícone. Cada aparição é uma oportunidade para ela regenerar e reprojetar o susto inicial”.
Presença constante em Cannes, Rossy participou da Competição Oficial com Abraços Partidos e Julieta, ambos de Pedro Almodóvar; e também com O Homem que Matou Dom Quixote, de Terry Gilliam, exibido no encerramento do evento em 2018.
De acordo com a tradição, o júri é composto por representantes franceses da indústria (mídia, indústria, associações de cineastas) e dois artistas convidados, juntamente com Rossy de Palma. Completam o time: Natasza Chroscicki, CEO da ARRI France; Jean-Claude Larrieu, diretor de fotografia; Éléonore Weber, cineasta; Olivier Pelisson, jornalista e crítico de cinema; Lucien Jean-Baptiste, ator e diretor; e Samuel Le Bihan, ator francês.
Foto: Pascal Le Segretain/Getty Images Europe.