Depois de anunciar a seleção de longas, a 76ª edição do Festival de Cannes, que acontecerá entre os dias 16 e 27 de maio, revelou os curtas-metragens selecionados para a Competição Oficial e também para a mostra La Cinef, anteriormente conhecida como Cinéfondation, criada para inspirar e apoiar a próxima geração de cineastas.
Neste ano, o comitê de seleção assistiu 4.288 curtas; onze foram escolhidos. Os filmes disputam a Palma de Ouro, que será entregue pelo Júri Oficial, presidido pela cineasta húngara Ildikó Enyedi e que contará também com: Ana Lily Amirpour, roteirista e diretora americana; Charlotte Le Bon, atriz canadense; Shlomi Elkabetz, cineasta israelense; e Karidja Touré, atriz francesa. O grupo também será responsável pelos prêmios da mostra La Cinef.
Para a 26ª edição da La Cinef, 16 filmes foram selecionados, dentre os dois mil inscritos por escolas e universidades de cinema do mundo todo. A lista conta com 14 ficções e 2 animações, de 13 países. Criada em 1998 por Gilles Jacob e dedicada à busca de novos talentos, a La Cinef, chamada anteriormente de Cinéfondation, proporciona uma oportunidade para que jovens realizadores vejam os melhores filmes do ano exibidos no festival e absorvam a atmosfera inspiradora na companhia de realizadores de renome.
O cinema brasileiro marca presença na mostra La Cinef com Solos, de Pedro Vargas, filme de conclusão de curso de alunos da FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado, de São Paulo. Na trama, Leonardo, interpretado por Jorge Neto, é um jovem pedreiro que passa a escutar um estranho som vindo do chão na obra em que está trabalhando. O filme passa por temas como a expansão desenfreada do mercado imobiliário e a ligação desse fato com o apagamento das nossas memórias ancestrais e originárias.
Escrito e dirigido pelo paulista Pedro Vargas, de 25 anos, foi produzido durante a pandemia e contou com muitos cuidados e precauções durante as filmagens. A temporalidade da obra ficou registrada nas máscaras usadas pelos personagens, mas sem transformar a Covid-19 no tema principal do filme.
Além de Jorge Neto, o elenco conta também com Hellen Nicolau. Com orientação de Mariana Lucas Setubal, produção de Nathalya Macchia e montagem de Marina Kosa, a fotografia é assinada por Raffaella Rosset. A direção de som e trilha sonora é de Igor Yamawaki; Paula Soares e Giulia Zanini assinam a direção de arte; e Miguel Monori como assistente de direção. A equipe segue com Malu Girossol no figurino e Gabriela Schumaker na maquiagem; Felipe Manoel assina a cor, a mixagem é de Talissa Gracio e Enrico Alchimin na continuidade.
Pedro Vargas é recém formado em Cinema pela FAAP e Solos é seu segundo filme; o primeiro foi o curta Estação-Senhora. Além disso, também trabalhou como assistente de direção, tendo atuado em grandes produções como Aruanas, de Estela Renner; Barba Ensopada de Sangue, de Aly Muritiba; e Marcelo Marmelo Martelo, de Duda Vasmen. Atualmente, Pedro se dedica ao desenvolvimento de seu primeiro longa-metragem, Tubarão de Guaratuba, e também está em fase de captação de recursos para seu próximo curta-metragem: Peixes, produzido pela Ladaia Filmes.
Conheça os curtas-metragens selecionados para o Festival de Cannes 2023:
CURTAS-METRAGENS | COMPETIÇÃO
27, de Flóra Anna Buda (Hungria/França)
As It Was, de Anastasia Solonevych e Damian Kocur (Polônia/Ucrânia)
Aunque es de Noche, de Guillermo García López (Espanha/França)
Basri & Salma in a Never-Ending Comedy, de Khozy Rizal (Indonésia)
Fár, de Gunnur Martinsdóttir Schlüter (Islândia)
La Perra, de Carla Melo Gampert (Colômbia/França)
Le Sexe de ma Mère, de Francis Canitrot (França)
Nada de Todo Esto, de Patricio Martínez e Francisco Canton (Argentina/Espanha)
Poof, de Margaret Miller (EUA)
Tits, de Eivind Landsvik (Noruega)
Wild Summon, de Karni Arieli e Saul Freed (Reino Unido)
LA CINEF
A Bright Sunny Day, de Yupeng He (EUA) (Columbia University)
Al Toraa’, de Jad Chahine (Egito) (High Cinema Institute)
Ayyur, de Zineb Wakrim (Marrocos) (ÉSAV Marrakech)
Daroone Poust, de Shafagh Abosaba e Maryam Mahdiye (Irã) (Karnameh Film School)
Electra, de Daria Kashcheeva (República Checa) (FAMU)
Hole, de Hwang Hyein (Coreia do Sul) (KAFA)
Imogene, de Katie Blair (EUA) (Columbia University)
Killing Boris Johnson, de Musa Alderson-Clarke (Reino Unido) (NFTS)
La Voix des Autres, de Fatima Kaci (França) (La Fémis)
Nehemich, de Yudhajit Basu (Índia) (FTII)
Norwegian Offspring, de Marlene Emilie Lyngstad (Dinamarca) (Den Danske Filmskole)
Osmý Den, de Petr Pylypčuk (República Checa) (FAMU)
Solos, de Pedro Vargas (Brasil) (FAAP)
The Lee Families, de Seo Jeong-mi (Coreia do Sul) (Korea National University of Arts)
Trenc D’alba, de Anna Llargués (Espanha) (ESCAC)
Uhrmenschen, de Yu Hao (Alemanha) (Filmuniversität Babelsberg KONRAD WOLF)
Foto: Divulgação.