Festival de Cinema de Locarno 2019: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor

swinguerralocarnoEduarda Lemos no curta Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

Foram anunciados nesta semana, os filmes selecionados para a 72ª edição do Festival de Cinema de Locarno, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de agosto. Com uma programação eclética, o evento é considerado um dos principais festivais de cinema autoral do mundo e, neste ano, conta com 29 longas e 50 curtas-metragens na seleção. Esta edição é dedicada ao jornalista e crítico de cinema Freddy Buache, que faleceu em maio.

Neste ano, o cinema brasileiro está representado com quatro produções em competição: A Febre, de Maya Da-Rin, na Competição Internacional e disputará o Leopardo de Ouro; os curtas Carne, de Camila Kater, e Chão de Rua, de Tomás von der Osten, na mostra Pardi di domani, que exibe médias e curtas de cineastas independentes ou estudantes que ainda não realizaram seus longas; e o curta Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, na mostra Moving Ahead, antes chamada de Signs of Life e que mudou de nome em homenagem ao cineasta Jonas Mekas, que morreu em janeiro deste ano, e destaca a inovação da linguagem cinematográfica com a intenção de investigar novas formas narrativas.

O longa A Febre, narra a história do indígena Justino, de 45 anos, interpretado por Regis Myrupu, que trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive em uma casa na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, papel de Rosa Peixoto, que está de partida para estudar Medicina, em Brasília. Sob o sol escaldante e as chuvas tropicais, Justino se esforça para se manter concentrado no trabalho, quando de repente, é tomado por uma febre forte. Enquanto isso, na televisão, fala-se de um animal selvagem à espreita no bairro.

afebrelocarnoCena do longa A Febre, de Maya Da-Rin: na disputa pelo Leopardo de Ouro.

Além disso, os filmes brasileiros Abolição, de Zózimo Bulbul (1988), Amor Maldito, de Adélia Sampaio (1984) e Orfeu Negro, de Marcel Camus, coprodução entre França, Brasil e Itália, de 1959, terão exibições especiais na mostra Retrospettiva: Black Light.

A cineasta francesa Catherine Breillat vai presidir o júri da Competição Internacional deste ano e escolherá o vencedor do Leopardo de Ouro ao lado da produtora holandesa Ilse Hughan, do crítico italiano Emiliano Morreale, do ator argentino Nahuel Pérez Biscayart e da cineasta alemã Angela Schanelec; o júri da mostra Concorso Cineasti del presente será formado pelo produtor americano Jake Perlin, pela cineasta chinesa Shengze Zhu e pela diretora francesa Yolande Zauberman; o cineasta chinês Bi Gan, a diretora francesa Alice Diop e o americano Mike Plante, curador dos curtas do Festival de Sundance, foram o júri da Pardi di domani; o júri da mostra Moving Ahead será composto pelo historiador americano Michael Boyce Gillespie, pela produtora suíça Aline Schmid e pelo cineasta argentino Eduardo Williams; a italiana Margherita Chiti, o crítico Frédéric Jaeger e a americana Jacqueline Lyanga completam o time de jurados da First Feature.

A atriz americana Hilary Swank será homenageada com o Leopard Club Award; a montadora Claire Atherton receberá o Prêmio Vision Ticinomod, dedicado a todos aqueles que utilizaram seus talentos para criar novas perspectivas no mundo do cinema. O Pardo d’onore Manor será entregue para o diretor americano John Waters; o Prêmio Excellence homenageará o ator sul-coreano Song Kang-ho; a produtora Komplizen Film receberá o Prêmio Raimondo Rezzonico; o Pardo alla carriera será entregue para o cineasta suíço Fredi M. Murer; e o roteirista italiano Enrico Ghezzi receberá o novíssimo Prêmio Utopia.

Conheça os filmes selecionados para o Festival de Locarno 2019:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL:

A Febre, de Maya Da-Rin (Brasil/França/Alemanha)
Bergmál (Echo), de Rúnar Rúnarsson (Islândia/França/Suíça)
Cat in the Wall, de Mina Mileva e Vesela Kazakova (Bulgária/Reino Unido/França)
Das freiwillige Jahr (A Voluntary Year), de Ulrich Köhler e Henner Winckler (Alemanha)
Douze Mille, de Nadège Trebal (França)
Fi Al-Thawra (During Revolution), de Maya Khoury (Síria/Suécia)
Hiruk-pikuk si al-kisah (The Science of Fictions), de Yosep Anggi Noen (Indonésia/Malásia/França)
Hogar (Maternal), de Maura Delpero (Itália/Argentina)
Les Enfants d’Isadora (Isadora’s Children), de Damien Manivel (França/Coreia do Sul)
Longa Noite (Endless Night), de Eloy Enciso (Espanha)
O Fim do Mundo, de Basil Da Cunha (Suíça)
Pa-go (Height of the Wave), de Park Jung-Bum (Coreia do Sul)
Technoboss, de João Nicolau (Portugal/França)
Terminal Sud (South Terminal), de Rabah Ameur-Zaïmeche (França)
The Last Black Man in San Francisco, de Joe Talbot (EUA)
Vitalina Varela, de Pedro Costa (Portugal)
Yokogao (A Girl Missing), de Kôji Fukada (Japão/França)

PIAZZA GRANDE:

7500, de Patrick Vollrath (Alemanha/Áustria)
Adoration, de Fabrice Du Welz (Bélgica/França)
Camille, de Boris Lojkine (França)
Days of the Bagnold Summer, de Simon Bird (Reino Unido)
Diego Maradona, de Asif Kapadia (Reino Unido)
Instinct, de Halina Reijn (Holanda)
La Fille au Bracelet (The Girl with a Bracelet), de Stéphane Demoustier (França/Bélgica)
Lettre à Freddy Buache, de Jean-Luc Godard (Suíça, 1982)
Magari (Magari (If Only)), de Ginevra Elkann (Itália/França)
New Acid, de Basim Magdy (França/Suíça)
Notre Dame, de Valérie Donzelli (França/Bélgica)
Era Uma Vez em… Hollywood (Once Upon a Time … in Hollywood), de Quentin Tarantino (EUA)
Tabi no Owari Sekai no Hajimari (To the Ends of the Earth), de Kiyoshi Kurosawa (Japão/Uzbequistão/Qatar)

CONCORSO CINEASTI DEL PRESENTE:

143 rue du désert (143 sahara street), de Hassen Ferhani (Argélia/França/Qatar)
Baamum Nafi (Nafi’s Father), de Mamadou Dia (Senegal)
Ham on Rye, de Tyler Taormina (EUA)
Here for Life, de Andrea Luka Zimmerman e Adrian Jackson (Reino Unido)
Ivana cea Groaznica (Ivana the Terrible), de Ivana Mladenović (Romênia/Sérvia)
L’apprendistato (The Young Observant), de Davide Maldi (Itália)
L’Île aux oiseaux (Bird Island), de Maya Kosa e Sergio da Costa (Suíça)
La Paloma y el Lobo (The Dove and the Wolf), de Carlos Lenin (México)
Lengmo weiyang lengmo (The Cold Raising The Cold), de Rong Guang Rong (Itália)
Love Me Tender, de Klaudia Reynicke (Suíça)
Mariam, de Sharipa Urazbayeva (Cazaquistão)
Merveilles à Montfermeil (Wonders in the Suburbs), de Jeanne Balibar (França)
Nhà Cây (The Tree House), de Minh Quý Trương (Singapura/Vietnã/Alemanha/França/China)
Oroslan, de Matjaž Ivanišin (Eslovênia/República Tcheca)
Overseas, de Yoon Sung-A (Bélgica/França)
Space Dogs, de Elsa Kremser d Levin Peter (Áustria/Alemanha)

MOVING AHEAD:

(tourism studies), de Joshua Gen Solondz (EUA)
A Topography of Memory, de Burak Çevik (Turquia/Canadá)
Black Hole, de Emmanuel Grimaud e Arnaud Deshayes (França)
Color-blind, de Ben Russell (França/Alemanha)
Distancing, de Miko Revereza (EUA)
In Memoriam, de Jean-Claude Rousseau (França)
Kasiterit, de Riar Rizaldi (Indonésia)
Krabi, 2562, de Ben Rivers e Anocha Suwichakornpong (Reino Unido/Tailândia)
Lore, de Sky Hopinka (EUA)
Ralfs Farben (Ralf’s Colors), de Lukas Marxt (Áustria/Alemanha/Espanha/França)
Shān Zhī Běi (Osmosis), de Zhou Tao (China)
Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca (Brasil)
The Giverny Document (Single Channel), de Ja’Tovia M. Gary (EUA/França)
The Invisible Hand, de Omer Fast (China/Alemanha)
Those That, at a Distance, Resemble Another, de Jessica Sarah Rinland (Reino Unido/Argentina/Espanha)
Un film dramatique, de Éric Baudelaire (França)

PARDI DI DOMANI:

16 de decembro (16 December), de Álvaro Gago (Espanha)
Ahlou al kahef (Companions of the Cave), de Fakhri El Ghezal (Tunísia)
All Come From Dust, de Younes Ben Slimane (Tunísia)
All the Fires the Fire, de Efthimis Kosemund Sanidis (Grécia)
Carne (Flesh), de Camila Kater (Brasil/Espanha)
Chão de Rua (A Street Under), de Tomás von der Osten (Brasil)
Dossier of the Dossier, de Sorayos Prapapan (Tailândia)
Douma taht al ard (Douma Underground), de Tim Alsiofi (Líbano/Síria)
El hacedor de muebles (The Furniture Maker), de David Avilés (Cuba)
Eyes on the Road, de Stefanie Kolk (Holanda)
Frisson d’amour (Shiver of Love), de Maxence Stamatiadis (França)
How to Tell a True Immigrant Story, de Aggie Ebrahimi Bazaz (EUA)
In Vitro, de Larissa Sansour e Søren Lind (Reino Unido/Palestina/Dinamarca)
Incompiuta (Unfinished), de Samira Guadagnuolo e Tiziano Doria (Itália)
Marée (Tide), de Manon Coubia (Bélgica/França)
Mom’s Movie, de Stella Kyriakopoulos (Grécia/Espanha)
Moutons, loup et tasse de thé… (Sheep, Wolf and a Cup of Tea…), de Marion Lacourt (França)
Mthunzi, de Tebogo Malebogo (África do Sul)
Notre territoire (Our Territory), de Mathieu Volpe (Bélgica)
Otpusk (Leave of Absence), de Anton Sazonov (Rússia)
Poslednja slika o ocu (The Last Image of Father), de Stefan Djordjevic (Sérvia)
Pyar pyar nyo yaung maing ta-lei-lei (Cobalt Blue), de Aung Phyoe (Myanmar)
Râang Ton Taan (Enduring Body), de Ukrit Sa-nguanhai (Tailândia)
Siyah güneş (Black Sun), de Arda Çiltepe (Turquia/Alemanha)
Tskhoveli (The Animal), de Amiran Dolidze (Geórgia)
Umbilical, de Danski Tang (EUA)
Vader (Father), de Isabel Lamberti (Holanda)
Vulcão: O Que Sonha um Lago? (Volcano: What Does a Lake Dream?), de Diana Vidrascu (França/Portugal/Romênia)
White Afro, de Akosua Adoma Owusu (Gana/EUA)

Clique aqui e confira a programação completa com os filmes selecionados.

Foto: Divulgação/Ponte Produtoras.

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