Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra: na disputa pelo kikito.
Foram anunciados nesta terça-feira, 18/08, em uma coletiva de imprensa transmitida pela TV Educativa de Porto Alegre (TVE RS), pelos sites tanto da TV quanto do festival e também pelas redes sociais, os filmes selecionados para as mostras competitivas de longas brasileiros e latinos e o time completo de homenageados do 48º Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 18 e 26 de setembro.
Com as presenças físicas do curador Marcos Santuario e do presidente da Gramadotur, Rafael Carniel, e com a participação virtual dos curadores Pedro Bial e Soledad Villamil, o apresentador do festival e jornalista Roger Lerina conduziu a divulgação dos longas-metragens brasileiros e estrangeiros selecionados e dos homenageados e, também, a interação com os jornalistas, que participaram enviando perguntas pelo WhatsApp. Em um ano desafiador por conta da pandemia de Covid-19, em que o mundo precisou encontrar outras formas de existir e continuar, o Festival de Gramado também se reinventa; a 48ª edição será multiplataforma.
Neste ano, 146 longas-metragens brasileiros e 93 estrangeiros participaram da seleção. As inscrições dão a dimensão da diversidade cultural do Brasil e dos países ibero-americanos. São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideraram as inscrições na categoria LMB, com 46, 30 e 13 títulos inscritos, respectivamente. Já Argentina, Espanha, Uruguai e México saíram à frente com as inscrições entre os longas-metragens estrangeiros, com 49, 10, 6 e 5 títulos inscritos, respectivamente. Ao todo, foram 15 estados mais o DF e 14 países.
“Sempre tivemos orgulho do festival que construímos, mas este ano tem um sabor ainda mais especial. Sabemos o impacto que o Festival de Cinema de Gramado tem para a carreira dos filmes. Manter a realização do evento e essa janela aberta para o mundo é, sobretudo, um compromisso que há 48 anos mantemos com o setor. E como sempre podemos tirar o melhor das situações adversas, não podemos deixar de comemorar o alcance extraordinário que o Festival de Cinema de Gramado terá a partir da exibição pela televisão e por streaming. Esta já é uma edição histórica”, avalia o presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do festival, Rafael Carniel.
Completando o time de homenageados em 2020, ao lado de Laís Bodanzky, que receberá o Troféu Eduardo Abelin, e Marco Nanini, homenageado com o Troféu Oscarito, a organização do festival divulga os novos homenageados.
O Troféu Cidade de Gramado será entregue para Denise Fraga. Atriz, autora de dois livros e produtora de teatro, televisão e cinema. Na telona, atuou em doze longas-metragens, entre os quais As Melhores Coisas do Mundo, dirigido pela também homenageada Laís Bodanzky, e Por Trás do Pano, que deu à Denise o kikito de melhor atriz durante o 27º Festival de Cinema de Gramado, em 1999. “O Festival de Gramado é particularmente importante na minha vida. Fui muito feliz em Gramado quando a gente fez Por trás do pano, nosso primeiro filme juntos [Denise se refere ao cineasta e também marido Luiz Villaça, que dirigiu o longa vencedor nas categorias de melhor filme e melhor atriz]. Temos essa parceria sólida na vida e na arte. Nossos filhos eram pequenos, o mais novo estava com seis meses, mas a gente foi. Era muito importante estar no festival. E foi lindo ter ganho o festival”, disse a homenageada.
O Kikito de Cristal será entregue para o ator uruguaio César Troncoso. Habitué do Festival de Cinema de Gramado há mais de 30 anos, frequenta o evento desde quando fazia a cobertura para a Revista da Cinemateca Uruguaia. O primeiro prêmio internacional do ator foi conquistado no Festival de Gramado. Em 2007, Troncoso recebeu o kikito de melhor ator entre os longas-metragens estrangeiros pela atuação em O Banheiro do Papa, dirigido por César Charlone e Enrique Fernández. Rosto conhecido do público brasileiro, César participou, ao longo da carreira, de 15 longas-metragens, muitos deles no Brasil.
Além disso, o espaço do Festival de Gramado dedicado ao mercado também acontece de forma virtual. Já na sua quarta edição, o Gramado Film Market mantém as tradicionais rodadas de negócios. Este ano, a edição acontece em sinergia com o Forcine – Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual. Mais informações sobre a programação serão anunciadas em breve.
Os tradicionais debates e coletivas dos filmes em disputa desta vez acontecem pela internet. As conversas serão transmitidas pelo site, pelo YouTube e pelo Facebook do festival. E mais: o podcast do Festival de Cinema de Gramado segue com programas produzidos pela Pauta Conexão e Conteúdo, agência que coordena a comunicação do evento, que vão repercutir as principais notícias e etapas do festival. Dois episódios já estão no ar e podem ser conferidos no Spotify.
Os filmes concorrentes serão transmitidos pelo Canal Brasil, tanto pela televisão quanto pelo serviço de streaming, na Globosat. Para ter acesso ao conteúdo, é necessário ser assinante de TV, cujo plano contemple o Canal Brasil. Os filmes têm suas peculiaridades de exibição, conforme a categoria. Os longas-metragens brasileiros e estrangeiros terão uma única exibição pela TV. Os curtas-metragens brasileiros serão exibidos uma vez pela TV e ficarão disponíveis por 24 horas através do serviço de streaming. Os curtas-metragens gaúchos serão exibidos pelo streaming em quatro programas, com títulos agrupados conforme a classificação indicativa. O programas serão disponibilizados às 14h do dia 19 de setembro e seguem no ar até as 23h59 do dia 22 de setembro. Já os longas-metragens gaúchos, cujos títulos que ainda serão divulgados, terão exibição por streaming entre os dias 19 e 23 de setembro. A programação do Festival de Cinema no Canal Brasil inicia todas as noites, às 19h.
Conheça os longas-metragens selecionados para o Festival de Gramado 2020:
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS BRASILEIROS
Aos Pedaços, de Ruy Guerra (RJ)
King Kong em Asunción, de Camilo Cavalcante (PE)
Um Animal Amarelo, de Felipe Bragança (RJ)
Por que você não chora?, de Cibele Amaral (DF)
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (SP)
O Samba é primo do Jazz, de Angela Zoé (RJ)
Me Chama que eu Vou, de Joana Mariani (SP)
MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS ESTRANGEIROS
Dias de Inverno, de Jaiziel Hernández (México)
El gran viaje al país pequeño, de Mariana Viñoles (Uruguai)
El Silencio del Cazador, de Martín De Salvo (Argentina)
La Frontera, de David David (Colômbia)
Los Fuertes, de Omar Zúñiga Hidalgo (Chile)
Matar a un Muerto, de Hugo Giménez (Paraguai)
Tu me manques, de Rodrigo Bellott (Bolívia)
*Clique aqui e conheça os curtas brasileiros selecionados e aqui para conhecer os curtas gaúchos.
Foto: Hélène Louvart.