Filmes brasileiros são premiados no Queer Lisboa 2018

por: Cinevitor

inferninhoqueerlisboaRafael Martins em Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes: premiado.

Foram anunciados neste sábado, 22/09, os vencedores do 22º Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer, que aborda novas propostas cinematográficas de temática gay, lésbica, bissexual, transgênero e transexual.

Criado em 1997, o Queer Lisboa é considerado um dos festivais de gênero mais reconhecidos mundialmente e neste ano exibiu 100 filmes, de 32 países, ao longo de sua programação. Além disso, é o festival de cinema mais antigo de Lisboa, em Portugal.

O júri da Competição de longas atribuiu uma Menção Especial ao brasileiro Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon: “Uma narrativa com uma linguagem orgânica sobre uma geração num universo agressivo. Um filme representativo de um país que se tornou uma prisão para as minorias e para a sua juventude”, diz a justificativa.

Na Competição de documentários, o júri concedeu uma Menção Especial para outro filme brasileiro: Cartas Para um Ladrão de Livros, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. A justificativa diz: “Os realizadores relatam de forma meticulosa a história de Laéssio Rodrigues de Oliveira, cuja paixão por Carmen Miranda o tornou num talentoso ladrão de livros e num afamado ‘criminoso’. Expondo a podridão do sistema e as controversas alternativas queer de Laéssio, cheias de humor e sarcasmo, o filme confronta-nos com as fronteiras da ética, a hipocrisia da justiça e a dura realidade da luta de classes”.

O curta-metragem brasileiro O Órfão, de Carolina Markowicz, também recebeu uma Menção Especial: “Pelo simples e belíssimo retrato desta realidade que nos pareceu muito relevante destacar. Baseado numa história real, trata-se de um comovente e terno retrato de um órfão queer em São Paulo”, defendeu o júri.

Na Competição Queer Art, dedicada ao cinema experimental, o prêmio de melhor filme foi entregue para o brasileiro Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes. Segundo o júri: “Pela sua poética visual e narrativa que transcende a dimensão teatral e celebra acima de tudo os seus protagonistas, ressaltando a sua ternura, vulnerabilidade e coragem. Refugiados e enclausurados num não lugar e num estado de espera, falam-nos da importância de nos abrirmos ao desconhecido e partir”.

O cinema brasileiro também marcou presença na programação com: A Moça do Calendário, de Helena Ignez; Azouge Nazaré, de Tiago Melo; Superpina, de Jean Santos; Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, exibido na noite de encerramento; e com os curtas Inconfissões, de Ana Galizia, Rio de Janeiro, de Luiz Roque, e Vaca Profana, de René Guerra.

Conheça os vencedores do Queer Lisboa 2018:

COMPETIÇÃO | LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: Marilyn, de Martín Rodríguez Redondo (Argentina/Chile)
Melhor Atriz: Kristín Thóra Haraldsdóttir, por And Breathe Normally (Andið Eðlilega)
Melhor Ator: Victor Polster, por Girl
Menção Especial: Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (Brasil)
Prêmio do Público: Girl, de Lukas Dhont (Bélgica/Holanda)

COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIOS

Melhor Filme: Room for a Man, de Anthony Chidiac (Líbano/EUA)
Menção Especial: Cartas Para um Ladrão de Livros, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros (Brasil)
Prêmio do Público: Lunàdigas – ovvero delle Donne senza Figli (Lunàdigas – or Concerning Childfree Women), de Nicoletta Nesler e Marilisa Piga (Itália)

COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS

Melhor curta-metragem: Would You Look At Her, de Goran Stolevski (Macedônia)
Menção Especial: O Órfão, de Carolina Markowicz (Brasil)
Prêmio do Público: O Órfão, de Carolina Markowicz

COMPETIÇÃO | IN MY SHORTS

Melhor curta-metragem universitário: Mathias, de Clara Stern (Áustria)
Menção Especial: Three Centimetres, de Lara Zeidan (Reino Unido)

COMPETIÇÃO QUEER ART

Melhor FilmeInferninho, de Guto Parente e Pedro Diogenes (Brasil)
Menção EspecialMartyr, de Mazen Khaled (Líbano/Itália)

Foto: Marrevolto Filmes/Divulgação.

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