Filmes brasileiros são selecionados para a segunda etapa do Festival de Roterdã 2021

por: Cinevitor
Mariana Ximenes em Capitu e o Capítulo, de Júlio Bressane.

O Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), que acontece na Holanda, é considerado um dos maiores do mundo e destaca obras cinematográficos dirigidas por novos cineastas. Além das seções oficiais em sua programação, há também espaço para nomes consagrados, retrospectivas e programas temáticos.

Neste ano, para comemorar sua 50ª edição, o evento acontecerá em formato híbrido e em duas etapas por conta da pandemia de Covid-19. Em fevereiro, foram realizadas exibições físicas e virtuais das mostras competitivas; filmes brasileiros marcaram presença. Agora, o IFFR encerrará seu aniversário entre os dias 2 e 6 de junho, com uma celebração festiva, incluindo apresentações ao ar livre e exibições virtuais e em cinemas de todo o país.

A programação da segunda parte incluirá o novo programa Harbour, juntamente com a tradicional mostra Bright Future, Cinema Regained e o programa Short & Mid-length. A sessão Art Directions completa a seleção com performances ao vivo, realidade virtual, uma instalação itinerante e 50 especiais, que juntos vão oferecer a oportunidade de comemorar o encerramento desta edição de aniversário presencialmente.

Para esta edição comemorativa, cada um dos programadores de longas selecionou um filme de estreia para a mostra Bright Future, criando uma linha diversificada composta de novos talentos. Aqui, o cinema brasileiro aparece representado com A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga. Produzido pela Filmes de Plástico e protagonizado por Patricia Saravy, o longa se passa em uma casa de praia quando os esforços de uma mãe para construir uma piscina se chocam com os problemas financeiros. Com isso, todas as suas frustrações vêm à tona, afastando-a de seus planos e de sua família. O drama também conta uma história maior: sobre a maternidade e o senso de responsabilidade; e sobre o Brasil, onde quem você é acaba sendo determinado pelo que você tem. Magali Biff, Messias Gois e Lavinia Castelari completam o elenco.

Patricia Saravy em A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga.

Enquanto isso, no novo programa Harbour, que apresenta a profundidade do cinema contemporâneo, duas produções brasileiras se destacam; o documentário Lutar, lutar, lutar, de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr., é uma delas. O filme conta a história centenária do Clube Atlético Mineiro, desde sua fundação, em 1908, até o título da Copa do Brasil de 2014, passando pela épica conquista da Libertadores de 2013.

A outra produção brasileira selecionada para a mesma mostra é Capitu e o Capítulo, do veterano Júlio Bressane, figura lendária do Cinema Marginal e que já passou pelo IFFR. O filme é inspirado em Machado de Assis, mas, segundo o diretor “não é uma tradução, nem uma adaptação de Dom Casmurro, e sim uma distorção desse romance”, no qual uma figura do livro se torna um personagem importante, que é o Capítulo. Na trama, ele aborda as crises de epilepsia das quais o escritor sofria. O elenco conta com Mariana Ximenes, Enrique Diaz, Vladimir Brichta, Djin Sganzerla, Saulo Rodrigues, Josie Antello e Cláudio Mendes; Tande Bressane e Bruno Safadi assinam a produção.

A Short & Mid-length, seleção de curtas e médias da 50ª edição, traz dois títulos brasileiros: Veronica, de Talita Caselato, sobre a profissional de limpeza Veronica Oliveira e seu projeto Faxina Boa; e Rafameia (Riff-Raff), de Mariah Teixeira e Nanda Félix, sobre uma série de eventos comuns e inquietantes, com Daniel Porpino, Thardelly Lima, Suzy Lopes, Buda Lira e Mariah Teixeira no elenco.

Em comunicado oficial, Vanja Kaludjercic, diretora do festival, disse: “Enquanto testemunhamos pequenos sinais da sociedade se abrindo gradualmente, estamos extremamente orgulhosos de celebrar o cinema em junho, durante o capítulo final de nossa 50ª edição. Se os cinemas reabrirem, estaremos lá para dar as boas-vindas ao público. Como em fevereiro, também estaremos presentes virtualmente com nosso programa completo. Não importa o que aconteça, estaremos aqui para que nosso público e cineastas ofereçam novas perspectivas e uma grande pluralidade de vozes”. Novas informações e novos títulos serão anunciados em breve.

Conheça os selecionados para a segunda etapa do Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2021:

BRIGHT FUTURE

A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga (Brasil)
All About My Sisters, de Wang Qiong (EUA)
BERG, de Joke Olthaar (Holanda)
Damascus Dreams, de Émilie Serri (Canadá)
Faya Dayi, de Jessica Beshir (Etiópia/EUA/Qatar)
Lumina, de Samuele Sestieri (Itália)
OK Computer, de Pooja Shetty e Neil Pagedar (Índia)
Phoenix, de Bram Droulers (Bélgica/França/Reino Unido)
Rock Bottom Riser, de Fern Silva (EUA)
The Son, de Noushin Meraji (Irã)
Thomas der Hochspringer, de Leri Matehha (Alemanha)
Woodlands Dark and Days Bewitched: a History of Folk Horror, de Kier-La Janisse (EUA)

HARBOUR

A Man and a Camera, de Guido Hendrikx (Holanda)
A Song for You, de Dukar Tserang (China)
Accidental Luxuriance of the Translucent Watery Rebus, de Dalibor Barić (Croácia)
Amor fati, de Cláudia Varejão (Portugal/Suíça/França)
An Unusual Summer, de Kamal Aljafari (Palestina)
Au jour d’aujourd’hui, de Maxence Stamatiadis (França)
Bengali Variation, de Siegfried (França)
Birds of America, de Jacques Lœuille (França)
Bottled Songs 1-4, de Chloé Gailbert-Laîné e Kevin B. Lee (Alemanha/França/EUA)
Capitu e o Capítulo (Capitu and the Chapter), de Júlio Bressane (Brasil)
Davos, de Daniel Hoesl e Julia Niemann (Áustria)
Death on the Streets, de Johan Carlsen (Alemanha/Dinamarca/Grécia)
Decameron, de Rita Hui Nga Shu (Hong Kong)
Dune Dreams, de Samuel Doux (França/Bélgica)
El ventre del mar, de Agustí Villaronga (Espanha)
Fan Girl, de Antoinette Jadaone (Filipinas)
Homeless, de Lim Seung-hyeun (Coreia do Sul)
Hotele Lerallaneng, de Charlie Vundla (África do Sul)
Lutar, lutar, lutar, de Sérgio Borges e Helvécio Marins Jr. (Brasil)
MINAMATA Mandala, de Hara Kazuo (Japão)
Nudo Mixteco, de Ángeles Cruz (México)
Only the Winds, de Karim Kassem (Líbano/EUA)
Persona Non Grata, de Lisa Jespersen (Dinamarca)
Scarecrow, de Dmitry Davydov (Rússia)
Self-portrait 2020, de Lee Dongwoo (Coreia do Sul)
The Blue Danube, de Ikeda Akira (Japão)
Time, de Ricky Ko (Hong Kong)

Fotos: Divulgação.

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