The Danish Girl
Diretor: Tom Hooper
Elenco: Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Ben Whishaw, Amber Heard, Adrian Schiller, Emerald Fennell, Claus Bue, Pip Torrens, Tusse Silberg, Henry Pettigrew, Peter Krag, Angela Curran, Pixie, Richard Dixon, Paul Bigley, Nancy Crane, Matthias Schoenaerts, Clare Fettarappa, Jake Graf, Victoria Emslie, Alexander Devrient, Nicholas Woodeson, Philip Arditti, Miltos Yerolemou, Sebastian Koch, Cosima Shaw, Sophie Kennedy Clark, Rebecca Root, Holly Weston, Eleanor Hafner, Maya Lindh, Erich Redman, Jeanne Abraham, Ole Dupont, Julia Effertz, Adam Fischer, Paul Kerry, Ida Emilie Krarup, Allan Krueger, Stephen Parker, Johanna Smitz, Niki Topgaard, Nadia Townsend, Jacob Clement Utzon Krefeld, Stephanie Wiese, Alicia Woodhouse.
Ano: 2015
Sinopse: O filme retrata a notável e inspiradora história da artista Lili Elbe: sua carreira, seu casamento e seus dramas pessoais. Casada com Gerda Wegener, Lili, que nasceu Einar Mogens Wegener, é hoje considerada pioneira transgênero uma vez que foi a primeira mulher a realizar cirurgia de redesignação de sexo, em uma época em que não havia nenhuma referência sobre o assunto.
Crítica do CINEVITOR: A Garota Dinamarquesa poderia ser um filme ruim, que, mesmo assim, já valeria a pena só por contar a história de Lili Elbe nas telonas. Mas, graças a sensibilidade do diretor Tom Hooper, de O Discurso do Rei e Os Miseráveis, o longa apresenta uma narrativa delicada acompanhado de uma belíssima trilha sonora de Alexandre Desplat. Eddie Redmayne, premiado com o Oscar de melhor ator por seu incrível desempenho em A Teoria de Tudo, volta a emocionar o público ao interpretar um homem que se tornou a primeira mulher a realizar uma cirurgia de redesignação de sexo. Lili nasceu Einar Wegener e se tornou um famoso pintor na Dinamarca. Casou-se com a também pintora Greta Wegener, que conheceu na faculdade e, juntos, levavam uma vida comum como qualquer casal. As coisas começam a mudar quando Einar percebe que seu corpo não corresponde mais às suas atitudes e a seus pensamentos. Ele, que até então interpretava o papel masculino/heterossexual perante a sociedade, se depara com questões pessoais que geram inúmeros conflitos internos. É nesse ponto que o filme se destaca. A sutileza do diretor em retratar as angústias de Einar, que agora quer ser Lili, coloca o espectador bem próximo da personagem de maneira envolvente. Outros elementos contribuem para isso, como o figurino requintado e o belo design de produção. Vale destacar a brilhante atuação de Alicia Vikander, que se mostra uma mulher forte e segura, pronta para encarar as dificuldades de seu cônjuge. Apesar de alguns clichês no roteiro, o filme chega no momento certo, em uma época em que a transição de gênero tem sido pauta constante por aí (ainda bem!). Essa discussão fica ainda mais válida e interessante quando temos histórias como a de Lili sendo mostradas para pessoas com as mais diversas opiniões. Se o filme conseguir emocionar minimamente aquele espectador que entrou na sala de cinema sem saber muito sobre o assunto, já vai valer a pena. Fazer o público sentir um pouco do sofrimento do protagonista, que por muitas vezes foi diagnosticado como doente e esquizofrênico, também será um ponto positivo. As lágrimas que A Garota Dinamarquesa provoca são reflexos de um sofrimento real de um ser humano que só queria ser feliz, mas não era aceito pela sociedade. Com o passar dos anos, as pessoas evoluíram e mudanças aconteceram, mas ainda falta muito para que barreiras sejam ultrapassadas. Ninguém tem o direito de interferir na felicidade alheia, mas, infelizmente, para muitos, julgar o outro ainda é motivo de satisfação. Porém, a sétima arte também serve para ensinar e não só entreter, e A Garota Dinamarquesa consegue encantar, emocionar e passar uma lição por meio de uma história afetuosa e humana, que mescla alegria, no sentido de realização pessoal, com tristeza. Lili Elbe, uma pioneira transgênero, enfim teve um final feliz. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: