IndieLisboa 2020: conheça os vencedores; filmes brasileiros são premiados

por: Cinevitor

afebreindielisboa2020Regis Myrupu e Rosa Peixoto em A Febre, de Maya Da-Rin: vencedor.

Foram anunciados neste sábado, 05/09, os vencedores da 17ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema, conhecido por promover filmes independentes e apoiar a divulgação destes títulos na capital portuguesa, sendo considerado o maior festival português de cinema.

O cinema brasileiro, que marcou presença com diversas produções, foi consagrado nesta edição. A Febre, de Maya Da-Rin, venceu o principal prêmio da Competição Internacional. O júri, formado por Caroline Maleville, Cristina Nord e Mamadou Ba declarou: “O filme acompanha Justino, um homem de quase quarenta anos que trabalha como guarda no porto de Manaus, às margens do rio Amazonas. Justino é de uma comunidade indígena em algum lugar na floresta, que ele abandonou há décadas. A filha adulta está prestes a partir para Brasília para estudar medicina. Uma estranha febre se abate sobre Justino ao ouvir a notícia e, ao mesmo tempo, uma fera não identificada começa a assombrar o bairro em que ele mora. Maya Da-Rin observa o cotidiano dos personagens com paciência e gentileza. Seu filme mostra uma grande sensibilidade pela mistura particular de paisagem urbana, rio e floresta tão característica de Manaus. Também se apega à percepção de mundo dos personagens e adota uma perspectiva que excede a racionalidade ocidental, no entanto, o filme nunca corre o risco de criar um contraste simplista de modernidade versus tradição. A mise en scène de Maya Da-Rin pode parecer discreta, mas na verdade, é extremamente bem trabalhada. O resultado é um filme rico e cheio de nuances e uma exploração altamente realizada da situação difícil que os indígenas enfrentam no Brasil contemporâneo”.

Os longas Breve Miragem de Sol, de Eryk Rocha, e Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, foram premiados na mostra Silvestre, que apresenta obras de jovens cineastas e autores consagrados, que despertam novas linguagens. O júri, formado por Paulo Cunha, Marta Lança, Pedro Borges, Alexandra Ramires e Filipe Raposo, declarou: “Celebrando a vitalidade do cinema brasileiro, num momento em que se encontra gravemente ameaçado, premiamos dois filmes que se destacam pela abordagem às complexidades históricas, sociais e raciais do Brasil. Elogiamos ainda o caráter reflexivo e a pertinência destes filmes, contra uma tendência atual de asfixiar e reduzir o cinema a uma cultura de entretenimento e de alienação”.

Dirigido por Felipe Bragança, que foi júri da mostra Novíssimos, o longa Um Animal Amarelo, uma coprodução entre Brasil, Portugal e Moçambique, foi o filme de encerramento desta edição. Vale lembrar que os prêmios do público (longa, curta e IndieJúnior) serão revelados ao final do festival, que segue com exibições até o dia 11 de setembro.

Conheça os vencedores do IndieLisboa 2020:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | LONGA-METRAGEM

Grande Prêmio Cidade de Lisboa: A Febre, de Maya Da-Rin (Brasil/França/Alemanha)
Prêmio Especial do Júri: Victoria, de Isabelle Tollenaere, Liesbeth De Ceulaer e Sofie Benoot (Bélgica)

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL | CURTA-METRAGEM

Grande Prêmio: Tendre, de Isabel Pagliai (França)
Melhor Curta de Animação: This Means More, de Nicolas Gourault (França)
Melhor Curta Documentário: Douma Underground, de Tim Alsiofi (Líbano)
Melhor Curta Ficção: Shānzhài Screens, de Paul Heintz (França/China)

COMPETIÇÃO NACIONAL

Melhor Filme Português: O Fim do Mundo, de Basil da Cunha
Melhor Direção: A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos
Melhor curta-metragem português: Meine Liebe, de Clara Jost
Prêmio Novo Talento: Corte, de Bernardo Rapazote e Afonso Rapazote

COMPETIÇÃO NOVÍSSIMOS

Prêmio Novíssimos The Yellow Color + Portugal Film: Contrafogo, de Carolina Vieira
Menção Especial: Nestor, de João Gonzalez

MOSTRA SILVESTRE

Melhor longa-metragem (empate): Breve Miragem de Sol, de Eryk Rocha (Brasil/França/Argentina) e Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)
Melhor curta-metragem: Apparition, de Ismaïl Bahri (Tunísia/França)

MOSTRA INDIEMUSIC

Prêmio IndieMusic (empate): White Riot, de Rubika Shah (Reino Unido) e Keyboard Fantasies: The Beverly Glenn-Copeland Story, de Posy Dixon (Reino Unido)

OUTROS PRÊMIOS

Prêmio Árvore da Vida | Melhor Filme Português: O Fim do Mundo, de Basil da Cunha
Prêmio Amnistia Internacional: Douma Underground, de Tim Alsiofi (Líbano)

Foto: Divulgação.

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