Equipe reunida no palco do Palácio dos Festivais.
O filme Introdução à Música do Sangue, dirigido por Luiz Carlos Lacerda, foi exibido no sábado, 08/08, no 43º Festival de Cinema de Gramado. Selecionado para a Mostra Competitiva de longas-metragens brasileiros, o drama se passa no interior do Brasil, entre o mundo arcaico e o contemporâneo, e mostra uma família que vive suas angústias numa atmosfera de desejo e repressão.
Para falar mais sobre o filme, alguns integrantes da equipe participaram de um coletiva de imprensa no dia seguinte à exibição.
Quando questionado sobre seu elenco, o diretor foi só elogios: “Eu conheci o trabalho do [Armando] Babaioff no teatro. Ele foi muito generoso, porque é um filme de baixíssimo orçamento. Além disso, me ajudou a compor seu personagem sem cair na caricatura”. Sobre a jovem atriz Greta Antoine, disse: “Eu vi uns trabalhos da Greta na internet, umas cenas, um curta, ela na [novela] Chiquititas. Vi também duas entrevistas dela falando de Nelson Rodrigues, muito inteligente, e liguei pra ela. Ela leu o roteiro e adorou”.
Coletiva: Alisson Prodlik, diretor de fotografia, ao lado do diretor Luiz Carlos Lacerda.
Luiz Carlos Lacerda também falou de Ney Latorraca: “Ney é um grande amigo, meu melhor amigo. Ele é uma persona forte, que está aprisionado pela camisa de força da comédia há 30 anos. Ele é um palhaço e no set eu pedia pra não deixar o clima de comédia. Foi um trabalho muito minucioso com ele”. A atriz Bete Mendes também foi lembrada com carinho pelo diretor: “A Bete traz alegria para o set”.
Respondendo aos elogios, Armando Babaioff falou de sua experiência ao trabalhar com Luiz Carlos: “O Bigode [apelido do cineasta] como diretor é um cara que absorve. Não que ele absorva tudo. Ele absorve boas ideias, pois a gente discutia o tempo inteiro. Com isso, eu tive a possibilidade de criar, de dar corpo e uma alma completamente nova ao personagem”.
Bete Mendes e Armando Babaioff ao lado de Oswaldo Eduardo Lioi, diretor de arte do filme.
Bete Mendes, que interpreta a personagem Ernestina, disse: “Quando eu li o roteiro fiquei apaixonada. O filme é conduzido pelas mulheres. E a sexualidade da [atriz] Greta Antoine [que interpreta Maria Isabel] é aquela coisa maravilhosa porque aí a gente já vai para um outro universo, que é Humberto Mauro; o interior do interior, uma sexualidade reprimida e ao mesmo tempo a mulher-objeto da sexualidade”.
Ao final da coletiva, Luiz Carlos Lacerda revelou: “Meu filme é uma mistura de Humberto Mauro com [Ingmar] Bergman”.
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Texto e fotos: Vitor Búrigo.