Diretor: Gaspar Noé
Elenco: Karl Glusman, Aomi Muyock, Klara Kristin, Juan Saavedra, Gaspar Noé, Vincent Maraval, Benoît Debie, Isabelle Nicou, Stella Rocha, Déborah Révy, Xamira Zuloaga.
Ano: 2015
Sinopse: Primeiro de janeiro, manhã. O telefone toca. Murphy acorda junto à sua jovem esposa e filho. Ele ouve o recado na caixa postal: a mãe de Electra, extremamente preocupada, quer saber se ele sabe alguma coisa dela. Electra desapareceu há algum tempo e ela tem medo que algo de mau lhe tenha acontecido. Ao longo de um dia chuvoso, Murphy fica sozinho no seu apartamento, lembrando-se da relação mais marcante de sua vida, aquela que viveu com Electra durante dois anos. Uma paixão repleta de promessas, jogos, excessos e erros.
Crítica do CINEVITOR: Quando exibido em Cannes, neste ano, Love causou polêmica e dividiu opiniões na plateia. O diretor Gaspar Noé já está acostumado a tais reações em relação a seus filmes. Em 2002, Irreversível também polemizou ao exibir uma longa cena de estupro com a atriz Monica Bellucci. Agora, anos depois, ele volta a falar de sexo nas telonas em uma história que mostra a intimidade de um casal. Filmado em 3D, Love se desenrola em uma temática erótica, mas, ao mesmo tempo, escancara os desejos e as fantasias de seus protagonistas com toques dramáticos como pano de fundo. As cenas de sexo explícito se encaixam no contexto da história e não aparecem no filme à toa. Elas apenas representam as íntimas relações entre os personagens, escancarando suas vidas privadas para o público, sem pudor algum. Nu frontal, ménage à trois, troca de casais e muitos outros elementos ligados ao sexo estão presentes constantemente no filme. Mas, o que mais incomoda em Love é a estrutura de seu roteiro não-linear e melancólico que, em certos momentos se perde ao desenrolar a história. Logo nos primeiros minutos, o filme entretém o espectador causando a sensação de que algo interessante está por vir. Tal sentimento se deve à estética usada pelo diretor, que optou por cortes secos em algumas cenas bem fotografadas, que funcionam muito bem. Mas, isso logo é deixado de lado e o filme ruma para um lugar comum, pecando na direção. Love fala de amor, mas não é um filme romântico. Longe disso. O novo longa de Gaspar Noé nos deixa com a sensação de que as controversas cenas de sexo sem inibições causaram mais polêmica do que deveriam. Mas, cada um escolhe o jeito de contar sua história. E lembre-se: no cinema vale tudo. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: