Manchester by the Sea
Diretor: Kenneth Lonergan
Elenco: Casey Affleck, Michelle Williams, Kyle Chandler, Lucas Hedges, Ben O’Brien, Gretchen Mol, Quincy Tyler Bernstine, Missy Yager, Stephen Henderson, Virginia Loring Cooke, Richard Donelly, Mary Mallen, Lewis D. Wheeler, Anthony Estrella, C.J. Wilson, Susan Pourfar, Robert Sella, Ruibo Qian, Tom Kemp, Chloe Dixon, Ellie Teves, Paul Meredith, Carolyn Pickman, Tate Donovan, Christian Mallen, Oscar Wahlberg, Kara Hayward, Josh Hamilton, Wendy Overly, Shawn Fitzgibbon, Joe Stapleton, Brian Chamberlain, Anna Baryshnikov, Jackson Damon, Heather Burns, Jami Tennille Mingo, Liam McNeill, Erica McDermott, Matthew Broderick, Danae Nason.
Ano: 2016
Sinopse: Após a morte de seu irmão mais velho, Lee Chandler fica chocado ao saber que Joe o fez guardião de seu sobrinho Patrick. De férias de seu trabalho, Lee retorna, de forma relutante, à sua cidade natal para cuidar de Patrick, um espirituoso menino de 16 anos e ainda vê-se forçado a lidar com o passado que o separou de sua mulher Randi e da comunidade onde ele nasceu e foi criado. Ligados pelo homem que manteve a família unida, Lee e Patrick encontram dificuldades de se ajustarem ao mundo sem ele.
Crítica do CINEVITOR: Kenneth Lonergan transita muito bem pelas artes. Como dramaturgo, possui um currículo prestigiado. Na sétima arte, atua tanto como roteirista quanto diretor; entre diversos trabalhos, escreveu Máfia no Divã e Gangues de Nova York, este último lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Em 2000, dirigiu o drama Conte Comigo, também indicado a estatueta dourada. Anos depois, apresentou Margaret, com Anna Paquin, Matt Damon e Mark Ruffalo no elenco. Agora, volta às telonas com Manchester À Beira-Mar, um dos filmes mais cotados para a temporada de premiações, no qual assina roteiro e direção (e também faz uma ponta como ator). Aqui, Lonergan fala de perdas e não economiza na carga dramática. O luto de seus personagens centrais rodeia a história contada brilhantemente de forma não linear. Por conta disso, consegue conectar o espectador com as relações familiares apresentadas antes e depois dos desabamentos emocionais. O elenco de Manchester À Beira-Mar é peça fundamental nesse turbilhão de emoções. Michelle Williams aparece em poucos e diferentes momentos, mas quando dá as caras, toma conta da cena por conta da diversidade emocional de sua atuação. O novato Lucas Hedges também não decepciona ao contracenar com colegas experientes. Mas, é Casey Affleck quem potencializa o entrosamento entre os personagens. O ator surge de forma arrebatadora ao interpretar um homem visivelmente abalado por um passado que aos poucos é revelado. Sua frieza e seu comportamento agressivo explodem nos momentos mais densos e dramáticos do filme e por conta dessa entrega tão verdadeira, aproxima a ficção da realidade, trazendo o espectador para dentro da história. Em Manchester À Beira-Mar, Lonergan engrandece a narrativa ao mostrar, de forma visceral e profunda, vidas traumatizadas por tragédias pessoais, modificadas pelo tempo e atropeladas pelo destino. A calmaria do mar se contrapõe à realidade apresentada no filme, pois os traumas, as dores e as mágoas se cruzam constantemente neste drama familiar, que, apesar de momentos devastadores e cenas emocionalmente intensas, traz uma sensibilidade com tons melancólicos em sua narrativa. Kenneth Lonergan entrega uma obra muito bem estruturada, que te leva a um lugar íntimo de reflexão ao se deparar com momentos dolorosos. Em Manchester À Beira-Mar nada será como antes. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: