Foram anunciados nesta quarta-feira, 23/08, os vencedores da 22ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que consagrou o longa Marte Um, de Gabriel Martins, com oito troféus Grande Otelo, entre eles, o de melhor longa-metragem de ficção.
A cerimônia, que é realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, aconteceu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, e teve apresentação de Cláudia Abreu e Silvio Guindane. Foram anunciados 29 prêmios para longas-metragens, curtas e séries brasileiras, escolhidos pelo amplo júri formado por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, além do prêmio de melhor filme pelo Júri Popular, que teve votação pelo site da instituição.
Nesta 22ª edição, Medida Provisória, de Lázaro Ramos, liderava a lista com 15 indicações, e levou o troféu de melhor atriz coadjuvante para Adriana Esteves. Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, Marte Um recebeu 13 indicações e foi consagrado pela Academia.
O cineasta paraibano Vladimir Carvalho foi o grande homenageado desta edição. Aos 88 anos, Vladimir segue como referência do cinema verdade e inspiração para novas gerações de documentaristas. Suas produções, carregadas com elementos do Cinema Novo, contam a história da nossa gente, permitindo que o Brasil se reconheça diante da tela. Ainda em celebração ao documentário, a Academia também homenageou o crítico de cinema, escritor e jornalista Amir Labaki, idealizador do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.
Com direção de Batman Zavareze, roteiro de Bebeto Abrantes e performances do pianista, orquestrador e compositor pernambucano Vitor Araújo, a cerimônia foi transmitida ao vivo pelo YouTube da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais e pelo Canal Brasil, com sinal aberto para não assinantes no Globoplay. A transmissão teve apresentação de Simone Zuccolotto, com comentários da atriz Bárbara Paz e reportagem de Maria Clara Senra e Kiko Mollica.
Na cerimônia, Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, celebrou a nova retomada do cinema nacional e lembrou que a edição do ano passado se encerrou com uma performance de Silvero Pereira cantando Dias Melhores Virão, música de Rita Lee e Roberto Carvalho, composta para o filme de Cacá Diegues em 1989: “Dias melhores chegaram! Mas isso não significa que ainda não haja muito trabalho pela frente para garantir que dias melhores sejam constantes. Esse é um ano muito especial para o cinema brasileiro: são 125 anos de existência, valendo lembrar que o Brasil, o Rio de Janeiro especificamente, foi um dos primeiros lugares do mundo onde se filmou. Essa noite é uma celebração a toda essa história. Uma viagem através do tempo e dos olhares desses nossos grandes documentaristas”.
O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero, esteve na cerimônia e destacou a capacidade de resistência do setor audiovisual brasileiro: “Quando pegamos a prefeitura, encaramos um cenário muito hostil à cultura e ao audiovisual. Ainda na campanha, nós conversamos com muitos produtores que sinalizaram sobre a importância de se reconstruir a RioFilme. Às vezes, a sociedade até esmorece e nós provamos a resiliência que temos”, concluiu.
Conheça os vencedores do 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro:
MELHOR LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Marte Um, de Gabriel Martins
MELHOR FILME | JÚRI POPULAR
Bem-vinda a Quixeramobim, de Halder Gomes
MELHOR DIREÇÃO
Gabriel Martins, por Marte Um
MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM
Carolina Markowicz, por Carvão
MELHOR ATRIZ
Dira Paes, por Pureza
MELHOR ATOR
Carlos Francisco, por Marte Um
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Adriana Esteves, por Medida Provisória
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Cícero Lucas, por Marte Um
MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie
MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO
Tarsilinha, de Celia Catunda e Kiko Mistrorigo
MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL
Pluft, o Fantasminha, de Rosane Svartman
MELHOR FILME INTERNACIONAL
Elvis, de Baz Luhrmann (EUA)
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO
Argentina, 1985, de Santiago Mitre (Argentina)
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Marte Um, escrito por Gabriel Martins
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
O Clube dos Anjos, escrito por Angelo Defanti; adaptado da obra de Luis Fernando Veríssimo
MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno
MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
Big Bang, de Carlos Segundo
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Território Pequi, de Takumã Kuikuro
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Marte Um, por Leonardo Feliciano
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
A Viagem de Pedro, por Adrian Cooper
MELHOR MAQUIAGEM
A Viagem de Pedro, por Tayce Vale e Blue
MELHOR FIGURINO
A Viagem de Pedro, por Marjorie Gueller, Joana Porto e Patricia Dória
MELHOR MONTAGEM
Marte Um, por Thiago Ricarte e Gabriel Martins
MELHOR EFEITO VISUAL
Pluft, o Fantasminha, por Sandro Di Segni
MELHOR SOM
Marte Um, por Marcos Lopes e Tiago Bello
MELHOR TRILHA SONORA
Eduardo e Mônica, por Pedro Guedes, Fabiano Krieger e Lucas Marcier
MELHOR SÉRIE DOCUMENTÁRIO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez (1ª Temporada) (HBO Max)
MELHOR SÉRIE ANIMAÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Vamos Brincar com a Turma da Mônica (1ª Temporada) (Giga Gloob)
MELHOR SÉRIE FICÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV PAGA/OTT
Manhãs de Setembro (2ª Temporada) (Amazon Prime Video)
Foto: Rogerio Resende.