Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza, é premiado na mostra Generation do Festival de Berlim 2020

por: Cinevitor

nomebagdaberlimvencePaulette Pink, Grace Orsato e Karina Buhr em Meu Nome é Bagdá.

O grande vencedor do Urso de Ouro da 70ª edição do Festival de Berlim será anunciado neste sábado, 29/02, porém, alguns prêmios já foram revelados nesta sexta-feira, 28/02.

Com um programa abrangente de filmes contemporâneos que explora a vida e o mundo de crianças e adolescentes, a Berlinale Generation desfruta de uma posição única como instigadora do cinema de jovens que quebram convenções. Dirigida por Maryanne Redpath desde 2008, a seção é simultaneamente um lar para jovens públicos e adultos de mente aberta. A geração navega continuamente no espaço entre desafiador e avassalador, e promove um diálogo aberto e controverso com seu público, artistas, convidados da indústria e críticos de cinema.

A seleção se concentra em filmes que, em suas narrativas e linguagens cinematográficas, levam os jovens a sério. Histórias que são contadas pelos olhos de seus jovens protagonistas e que tornam seus mundos tangíveis. Filmes que importam, que abrem portas para mundos desconhecidos. Filmes que exigem coragem, exibindo perspectivas intersetoriais e incentivando soluções coletivas. Filmes que sustentam um espelho para o mundo adulto. Os filmes, documentários e animações, filmes de gênero e obras que expandem a linguagem formal do cinema competem em pé de igualdade nas duas competições da seção.

Quatro júris premiam os melhores longas-metragens e curtas-metragens. Na Generation Kplus, o Urso de Cristal é entregue pelo Júri Jovem, composto por 11 adolescentes com idades entre 11 e 14 anos. Na Generation 14plus, são premiados pelo júri de jovens, composto por sete integrantes entre 14 e 18 anos.

Dois júris internacionais, cada um composto por três especialistas em cinema, entregam prêmios concedidos pela instituição de caridade infantil Deutsches Kinderhilfswerk para o concurso Kplus e pela Agência Federal de Educação Cívica para o concurso 14plus.

O brasileiro Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza, levou o Grande Prêmio do Júri Internacional da Generation 14plus de melhor filme. No longa, livremente inspirado no livro Bagdá, o Skatista, de Toni Brandão, a história gira em torno de uma skatista de 17 anos chamada Bagdá, interpretada por Grace Orsato. Na trama, a jovem passa boa parte do tempo com os amigos skatistas, fazendo manobras na pista local, fumando maconha e jogando baralho. Aos poucos, ela vai se aproximando de Vanessa, interpretada por Nick Batista, outra skatista do bairro que encontra em Bagdá um incentivo para ocupar a pista de skate. Numa ida à Praça Roosevelt, Bagdá e Vanessa encontram outras meninas skatistas e estreitam laços de amizade. O elenco conta também com Karina Buhr, Suzy Rêgo, Helena Luz, Marília Fernandes, Paula Sabatini e Gilda Nomacce.

A justificativa do júri diz: “Fomos unânimes na escolha do nosso filme vencedor, uma fatia de liberdade generosa e abrangente, repleta de belas amizades, música, movimento e solidariedade em ação. Era impossível não ser conquistada pela protagonista titular e sua comunidade, e impossível esquecer o clímax glorioso e cheio de poder deste filme. Aqui está a prova de que a vida pode não nos proporcionar milagres, mas podemos superar todos os obstáculos se seguirmos nossa paixão”.

Conheça os vencedores da mostra Generation do Festival de Berlim 2020:

URSO DE CRISTAL | MELHOR FILME | GENERATION 14PLUS:
Notre-Dame du Nil (Our Lady of the Nile), de Atiq Rahimi (França/Bélgica/Ruanda)

MENÇÃO ESPECIAL:
White Riot, de Rubika Shah (Reino Unido)

URSO DE CRISTAL | MELHOR CURTA-METRAGEM | GENERATION 14PLUS:
Clebs (Mutts), de Halima Ouardiri (Canadá/Marrocos)

MENÇÃO ESPECIAL | CURTA-METRAGEM:
Goodbye Golovin, de Mathieu Grimard (Canadá)

GRANDE PRÊMIO | JÚRI INTERNACIONAL | MELHOR FILME | GENERATION 14PLUS:
Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza (Brasil)

MENÇÃO ESPECIAL:
Kaze no Denwa (Voices in the Wind), de Nobuhiro Suwa (Japão)

PRÊMIO ESPECIAL | JÚRI INTERNACIONAL | MELHOR CURTA-METRAGEM | GENERATION 14PLUS:
Clebs (Mutts), de Halima Ouardiri (Canadá/Marrocos)

MENÇÃO ESPECIAL:
White Winged Horse, de Mahyar Mandegar (Irã)

Foto: Camila Cornelsen.

Comentários