Direção: Lee Isaac Chung
Elenco: Alan S. Kim, Steven Yeun, Yeri Han, Noel Cho, Yuh-Jung Youn, Darryl Cox, Esther Moon, Ben Hall, Eric Starkey, Will Patton, Jacob M Wade, James Carroll, Jenny Phagan, Tina Parker, Chloe Lee, Joel Telford, Scott Haze, Kaye Brownlee-France, Skip Schwink, Tea Oh, Laurie Cummings, Daniel Fortman, Laurie Frost, Warren Lane, Jonnie Parnell, Amanda Pearce, Ernie Robinson, Ed Spinelli, Debbi Tucker, April Warren.
Ano: 2020
Sinopse: Um casal coreano se muda, junto com seus dois filhos pequenos, para uma pequena fazenda no Arkansas, Estados Unidos, em busca do sonho americano. A rotina da família se transforma com a chegada de Soonja, a avó fora dos padrões que veio morar com eles. Em meio à instabilidade e aos desafios desta nova vida, o filme mostra a resiliência da família e o que realmente importa em um lar.
Crítica: O cineasta americano Lee Isaac Chung ganhou destaque ao exibir o drama Munyurangabo no Festival de Cannes, em 2007; rodado em Ruanda, foi o primeiro longa-metragem filmado no dialeto kinyarwanda e contava com atores não-profissionais. Ao longo da carreira, realizou outros trabalhos e, recentemente, voltou aos holofotes com Minari: Em Busca da Felicidade, premiado no Festival de Sundance. Filho de imigrantes coreanos, Lee Isaac Chung se baseou na história de sua família para dirigir e escrever o novo filme. A trama, basicamente, fala de esperança. Em busca de um futuro melhor, Jacob e Monica se mudam para uma pequena fazenda ao lado dos dois filhos. Ao desenrolar da narrativa, a nova rotina dessa família é retratada aos poucos. Até aqui, nada de novo. A virada no roteiro se dá com a chegada da avó materna, interpretada por Yuh-Jung Youn. Apesar de fazer parte da mesma árvore genealógica, ela é vista como uma estranha no ninho. Com isso, sua relação com David, o neto mais novo e interpretado brilhantemente pelo jovem Alan Kim, acaba sendo o ponto alto do longa. A dupla é responsável pelos momentos divertidos da trama e a aproximação entre eles, mesmo um pouco clichê, é bonita e convincente. Ao fundo disso tudo, vemos um pai preocupado em ser exemplo para os filhos, uma mãe ciente do desgaste emocional causado pela nova vida e uma responsabilidade não programada em cima das crianças. Há espaço também para mostrar a adaptação dessa família aos costumes locais, os novos amigos e a perseverança em concretizar o tão esperado sonho americano. Mesmo repetindo uma fórmula narrativa já vista diversas vezes no cinema, tratando-se desse tema, como no filme Terra de Sonhos, Lee Isaac Chung ainda consegue segurar o espectador pelo elenco. O trabalho do talentoso e carismático ator Alan Kim, aos nove anos de idade, é surpreendente. Seu personagem é quem traz alegria para o filme. Mesmo com sua ingenuidade infantil, é nele, e também em sua irmã, que a esperança é projetada. Cada esforço é realizado para garantir um futuro melhor para os jovens. Porém, desde o início, a sombra de uma tragédia é anunciada. Ainda que consiga surpreender no final, o roteiro não desapega do clichê. Há também traços de Pequena Miss Sunshine em Minari e outras situações que lembram tantos filmes. A trilha sonora assinada por Emile Mosseri se conecta à narrativa facilmente e combina com a trama, mesmo aparecendo sem necessidade em algumas cenas só pelo fato de querer forçar a emoção. O drama familiar apresentado por Lee Isaac Chung comove ao dialogar diretamente com as dificuldades enfrentadas por estrangeiros em um novo país e convence pela experiência própria vivida por ele. Mas, derrapa por não sair do lugar-comum quando fala-se de sonhos, decepções e esperança. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: