Miúcha, a Voz da Bossa Nova: documentário brasileiro é selecionado para o Festival de Toronto 2022

por: Cinevitor
O filme apresenta uma nova perspectiva sobre a cantora e compositora.

A 47ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 8 e 18 de setembro, divulgou novos títulos e também nomes que serão homenageados este ano; o evento é considerado um dos mais importantes do cinema mundial e conhecido como um termômetro para o Oscar.

Na mostra TIFF Docs, a seleção apresenta documentários de mais de 50 países: “A programação deste ano tem uma mistura maravilhosa de alegria, criatividade e engenhosidade diante das adversidades. Nos últimos anos, testemunhamos vários filmes lançados nesta seção em acordos de distribuição e indicações ao Oscar; este ano tem uma safra rica para ambos”, disse o programador do TIFF Docs, Thom Powers.

Entre os documentários selecionados, o Brasil aparece com Miúcha, a Voz da Bossa Nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti. Apesar de sua posição no epicentro da cena bossa nova brasileira, a cantora Heloísa Maria Buarque de Hollanda, conhecida como Miúcha, tem sido amplamente subestimada. Este documentário, que mergulha em sua carreira e vida pessoal através de um rico acervo, pretende mudar isso.

A bossa nova tornou-se uma sensação da música internacional no final dos anos 1950 com sua fusão de samba brasileiro e cool jazz. As histórias do gênero tendem a se concentrar em seus famosos compositores masculinos. Porém, Miúcha, a Voz da Bossa Nova apresenta uma nova perspectiva sobre uma cantora e compositora chave que tem sido pouco apreciada. Entre os homens cujos nomes se tornaram mais celebrados, ela era irmã de Chico Buarque, aluna de Vinicius de Moraes, segunda esposa de João Gilberto, parceira musical de Antônio Carlos Jobim e a voz que acompanhava o saxofone de Stan Getz.

O diretor Daniel Zarvos, primo de Miúcha, e a codiretora Liliane Mutti tiveram acesso aos arquivos da família: cartas pessoais, diários, diários em áudio, filmes caseiros e os expressivos desenhos em aquarela da cantora, que foram animados para o filme. Eles permitem que a história de Miúcha, que faleceu em dezembro de 2018, seja contada em grande parte com suas próprias palavras.

Outro destaque é Maya and the Wave, dirigido por Stephanie Johnes, uma produção americana, que acompanha a surfista brasileira campeã mundial Maya Gabeira, que luta contra ondas monstruosas e contra o chauvinismo no campo do surf competitivo. Além disso, a trama segue a atleta em busca de quebrar um recorde mundial na cidade portuguesa de Nazaré, conhecida por suas ondas grandes. A cineasta acompanha Maya ao longo de vários anos enquanto ela persevera em meio a contratempos, lesões e uma experiência de quase morte para perseguir seu objetivo. O filme ganha uma intimidade com Maya e sua família: a força de sua mãe, a estilista Yamê Reis, e seu pai, Fernando Gabeira

Já na mostra Contemporary World Cinema, a programação traz uma seleção cuidadosa de histórias únicas de cineastas e talentos estabelecidos com visões ousadas de todos os cantos do mundo: “Através de um programa ambicioso de mais de 50 filmes, o público terá a oportunidade de se envolver com as direções emocionantes nas quais o cinema pode levar nossa compreensão de uma ampla gama de tópicos e experiências humanas”, disse Diana Cadavid, programadora internacional.

Além de revelar um novo título para a mostra Discovery, o festival também divulgou os curtas-metragens selecionados para este ano: 39 filmes, de 18 países, serão exibidos na programação: “Estamos entusiasmados por retornar com uma das nossas seleções mais fortes de curtas-metragens de diretores de todo o mundo. Sempre nos surpreendemos com a amplitude, profundidade e diversidade dos talentos que trabalham no cinema de curta duração, sejam cineastas que já tivemos o privilégio de apresentar no TIFF ou contadores de histórias emergentes que mal podemos esperar apresentar ao nosso público”, disse Jason Anderson, programador internacional de curtas.

O festival também divulgou que o ator Brendan Fraser, de A Múmia, será homenageado com o TIFF Tribute Award por sua atuação no longa The Whale, de Darren Aronofsky. A compositora islandesa Hildur Guðnadóttir, vencedora do Oscar pela trilha sonora de Coringa, receberá o TIFF Variety Artisan Award; a cineasta Sally El Hosaini, premiada em Berlim por My Brother the Devil, que abrirá o Festival de Toronto com The Swimmers, será honrada com o TIFF Emerging Talent Award; e o diretor Sam Mendes receberá o TIFF Ebert Director Award e exibirá Empire of Light, seu mais novo filme.

Conheça os novos filmes selecionados para o 47º Festival de Toronto:

TIFF DOCS

752 Is Not A Number, de Babak Payami (Canadá)
All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras (EUA)
Buffy Sainte-Marie: Carry It On, de Madison Thomas (Canadá)
Casa Susanna, de Sébastien Lifshitz (França/EUA)
Ciné-Guerrillas: Scenes from the Labudovic Reels, de Mila Turajlic (Sérvia/França/Croácia/Montenegro)
Documentary Now!, de Alex Buono, Rhys Thomas e Micah Gardner (EUA)
Ever Deadly, de Tanya Tagaq e Chelsea McMullan (Canadá)
Free Money, de Sam Soko e Lauren DeFilippo (Quênia/EUA)
In Her Hands, de Tamana Ayazi e Marcel Mettelsiefen (EUA/Afeganistão)
Louis Armstrong’s Black & Blues, de Sacha Jenkins (EUA) (filme de abertura)
Mariupolis 2, de Mantas Kvedaravičius (Lituânia/França/Alemanha)
Maya and the Wave, de Stephanie Johnes (EUA)
Mi País Imaginario, de Patricio Guzmán (Chile/França)
Miúcha, a Voz da Bossa Nova, de Daniel Zarvos e Liliane Mutti (Brasil/França)
Patrick and the Whale, de Mark Fletcher (Áustria)
Pray for our Sinners, de Sinéad O’Shea (Irlanda)
Self-Portrait as a Coffee Pot, de William Kentridge (África do Sul/EUA)
The Colour of Ink, de Brian D. Johnson (Canadá)
The Grab, de Gabriela Cowperthwaite (EUA)
Theatre of Thought, de Werner Herzog (EUA)
To Kill a Tiger, de Nisha Pahuja (Canadá)
While We Watched, de Vinay Shukla (Reino Unido)

CONTEMPORARY WORLD CINEMA

Aftersun, de Charlotte Wells (Reino Unido/EUA)
Alam, de Firas Khoury (França/Palestina/Tunísia/Arábia Saudita/Qatar)
Amanda, de Carolina Cavalli (Itália)
Amor y matemáticas (Love and Mathematics), de Claudia Sainte-Luce (México)
Ashkal, de Youssef Chebbi (França/Tunísia/Qatar)
Autobiography, de Makbul Mubarak (Indonésia/França/Singapura/Polônia/Filipinas/Alemanha/Qatar)
Beyond the Wall (Shab, Dkheli, Divar), de Vahid Jalilvand (Irã)
Blind Willow, Sleeping Woman, de Pierre Földes (França/Luxemburgo/Canadá/Holanda)
Bones of Crows, de Marie Clements (Canadá)
Coyote (Le Coyote), de Katherine Jerkovic (Canadá)
Domingo and the Mist (Domingo y la Niebla), de Ariel Escalante Meza (Costa Rica/Qatar)
El agua, de Elena López Riera (Suíça/Espanha/França)
EO, de Jerzy Skolimowski (Polônia/Itália)
Falcon Lake, de Charlotte Le Bon (Canadá)
Fixation, de Mercedes Bryce Morgan (Canadá/EUA/Alemanha)
Godland (Vanskabte Land/Volaða Land), de Hlynur Pálmason (Dinamarca/Islândia/França/Suécia)
La Jauría, de Andrés Ramírez Pulido (Colômbia/França)
Le Lycéen (Winter Boy), de Christophe Honoré (França)
Life (Жизнь), de Emir Baigazin (Cazaquistão)
Living, de Oliver Hermanus (Reino Unido)
Love Life, de Koji Fukada (Japão/França)
Luxembourg, Luxembourg, de Antonio Lukich (Ucrânia)
Manticore (Mantícora), de Carlos Vermut (Espanha)
Muru, de Tearepa Kahi (Nova Zelândia)
My Sailor, My Love, de Klaus Hӓrӧ (Finlândia/Irlanda)
Nightalk, de Donald Shebib (Canadá)
North of Normal, de Carly Stone (Canadá)
Plan 75, de Chie Hayakawa (Japão/França/Filipinas/Qatar)
Return to Dust, de Li Ruijun (China)
R.M.N., de Cristian Mungiu (Romênia/França)
So Much Tenderness, de Lina Rodriguez (Canadá)
Sparta, de Ulrich Seidl (Áustria/França/Alemanha)
Stellar, de Darlene Naponse (Canadá)
Stonewalling, de Huang Ji e Ryuji Otsuka (Japão)
The End of Sex, de Sean Garrity (Canadá)
The Happiest Man in the World, de Teona Strugar Mitevska (Macedônia do Norte/Bélgica/Eslovênia/Dinamarca/Croácia/Bósnia e Herzegovina)
The Hotel, de Wang Xiaoshuai (Hong Kong)
The Maiden, de Graham Foy (Canadá)
The Origin of Evil, de Sébastien Marnier (França/Canadá)
The Swearing Jar, de Lindsay MacKay (Canadá)
The Umbrella Men, de John Barker (África do Sul)
The Worst Ones, de Romane Gueret e Lise Akoka (França)
Under the Fig Trees, de Erige Sehiri (Tunísia/Suíça/França/Qatar)
Valeria Is Getting Married, de Michal Vinik (Israel)
Victim (OBEŤ), de Michal Blaško (Eslováquia/República Tcheca/Alemanha)
Vicenta B., de Carlos Lechuga (Cuba/França/EUA/Colômbia/Noruega)
War Sailor (Krigsseileren), de Gunnar Vikene (Noruega/Alemanha/Malta)
We Are Still Here, de Beck Cole, Dena Curtis, Tracey Rigney, Danielle MacLean, Tim Worrall, Renae Maihi, Miki Magasiva, Mario Gaoa, Richard Curtis e Chantelle Burgoyne (Austrália/Nova Zelândia)
Wildflower, de Matt Smukler (EUA)
Zwigato, de Nandita Das (Índia)

DISCOVERY

Bruiser, de Miles Warren (EUA)

SHORT CUTS

À la vie à l’amor, de Emilie Mannering (Canadá)
Against Reality, de Olivia Peace (EUA)
Airhostess-737, de Thanasis Neofotistos (Grécia)
Anastasia (Анастасия), de Sarah McCarthy (Reino Unido)
Baba, de Mbithi Masya (Quênia)
backflip, de Nikita Diakur (Alemanha/França)
CANARY, de Pierre-Hugues Dallaire e Benoit Therriault (Canadá)
Diaspora, de Tyler Mckenzie Evans (Canadá)
Gary Screams For You, de Cody McGlashan e Nolan Sordyl (EUA)
Hills and Mountains (Koha wa Tapaha), de Salar Pashtoonyar (Afeganistão/Canadá)
I’m On Fire, de Michael Spiccia (EUA/Austrália)
Ice Merchants, de João Gonzalez (Portugal/França/Reino Unido)
It’s What Each Person Needs, de Sophy Romvari (Canadá)
Lay Me by the Shore, de David Findlay (Canadá)
Le Pupille, de Alice Rohrwacher (Itália/EUA)
Liturgy of Anti-Tank Obstacles (Літургія протитанкових перешкод), de Dmytro Sukholytkyy-Sobchuk (Ucrânia/EUA)
Mirror Mirror, de Sandulela Asanda (África do Sul)
Municipal Relaxation Module, de Matthew Rankin (Canadá)
N’xaxaitkw, de Asia Youngman (Canadá)
Nanitic, de Carol Nguyen (Canadá)
No Ghost in the Morgue (Pas de fantôme à la morgue), de Marilyn Cooke (Canadá)
O Homem do Lixo (The Garbage Man), de Laura Gonçalves (Portugal)
Pleasure Garden, de Rita Ferrando (Canadá)
Quiet Minds Silent Streets, de Karen Chapman (Canadá)
Rest Stop, de Crystal Kayiza (EUA)
Same Old Lloyd, de Lee Choi (EUA/Canadá)
Scaring Women At Night, de Karimah Zakia Issa (Canadá)
Shadow of the Butterflies (خيال الفراشات), de Sofia El Khyari (França/Qatar/Portugal)
She Always Wins, de Hazel McKibbin (EUA/Reino Unido)
Simo (سيمو), de Aziz Zoromba (Canadá)
Snow in September (9-р Сарын Цас) Lkhagvadulam (Dulmaa), de Purev-Ochir (Mongólia/França)
The Chase, de Gurjeet Kaur Bassi (Canadá)
The Flying Sailor, de Wendy Tilby e Amanda Forbis (Canadá)
Todo incluido (All-inclusive), de Duván Duque Vargas (Colômbia/França)
The Melting Creatures (Las criaturas que se derriten bajo el sol), de Diego Céspedes (Chile/França)
The Pass, de Pepi Ginsberg (EUA)
The Water Murmurs (海边升起一座悬崖 HAI BIAN SHENG QI YI ZUO XUAN YA), de Jianying (Story) Chen (China)
Tremor (Beben), de Rudolf Fitzgerald Leonard (Alemanha)
Untold Hours, de Daniel Warth (Canadá)

Foto: Divulgação.

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