O ator em Spartacus, de Stanley Kubrick: sucesso nas telonas.
Morreu nesta quarta-feira, 05/02, aos 103 anos, o ator e diretor americano Kirk Douglas, um dos maiores nomes da Era de Ouro de Hollywood. Desde 1996, quando sofreu um derrame, enfrentava problemas de saúde e ainda assim realizou alguns trabalhos.
Em sua conta no Instagram, o filho Michael Douglas escreveu: “É com tremenda tristeza que eu e meus irmãos anunciamos que Kirk Douglas nos deixou hoje aos 103 anos. Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da Era de Ouro, um humanitário cujo compromisso com a justiça e as causas em que ele acreditava estabeleceram um padrão para todos nós”.
Durante a faculdade, Kirk fazia parte da liga de boxe e para conseguir um bolsa de estudo se matriculou em um grupo de atuação, onde conheceu a atriz Lauren Bacall. Depois disso, fez parte da Marinha dos Estados Unidos no início da Segunda Guerra Mundial e logo começou a atuar na rádio, em comerciais de TV e na Broadway.
Seu primeiro papel nas telonas foi em 1946 no romance O Tempo Não Apaga, de Lewis Milestone, indicado pela amiga Lauren Bacall. Ao longo da carreira, acumulou diversos sucessos, entre eles, O Invencível, de Mark Robson, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, em 1950. Disputou a estatueta dourada de melhor ator outras duas vezes, com: Assim Estava Escrito, de Vincente Minnelli; e Sede de Viver, no qual interpretou Vincent Van Gogh, e recebeu o Globo de Ouro. Em 1996, foi consagrado com o Oscar honorário.
Em 2007, recebeu o AFI Life Achievement Award.
Outro papel marcante de sua carreira foi em Spartacus, de Stanley Kubrick, que foi premiado no Oscar em quatro categorias. Kirk também atuou como produtor e produtor executivo em diversos filmes, entre eles: Ambição Acima da Lei, Como Agarrar um Espião, Árvore da Solidão e Sangue de Irmãos.
Também fez sucesso na TV e foi indicado ao Emmy três vezes por: Amos, Contos da Cripta e O Toque de um Anjo. Pelo conjunto de sua obra, foi homenageado diversas vezes em premiações e festivais: no Globo de Ouro recebeu o Prêmio Cecil B. DeMille; e no Festival de Berlim foi consagrado com o Urso de Ouro honorário e também exibiu Ambição Acima da Lei, em 1975. Além disso, foi honrado no César Awards, CinEuphoria Awards, American Film Institute, Gold Derby Awards, Hollywood Film Awards, National Board of Review, PGA Awards, SAG Awards, WGA Awards e recebeu uma estrela na Calçada da Fama.
Nas telonas, também atuou em: O Malabarista; Vikings, os Conquistadores, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival de San Sebastián; Saturno 3, no qual recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro; Sem Lei e Sem Alma, O Último Pôr do Sol, Sua Última Façanha, Movidos pelo Ódio, O Nimitz Volta ao Inferno, Chaga de Fogo, Ulysses, 20.000 Léguas Submarinas, A Um Passo da Morte, O Discípulo do Diabo, A Cidade dos Desiludidos, Sete Dias de Maio, Sangue de Irmãos, Quem é o Infiel?, Ninho de Cobras, Os Últimos Durões, Em Busca dos Diamantes, entre outros.
Na Broadway, interpretou o personagem R.P. McMurphy em Um Estranho no Ninho e comprou os direitos do livro para adaptá-lo para o cinema. Infelizmente, não conseguiu realizar a produção, porém, seu filho Michael Douglas assumiu o projeto como produtor. O longa, protagonizado por Jack Nicholson e dirigido por Milos Forman, fez muito sucesso e foi premiado em cinco categorias no Oscar, entre elas, a de melhor filme. Kirk recebeu metade da participação de Michael nos lucros.
Kirk também era conhecido por seus esforços humanitários e foi homenageado pela Thomas A. Dooley Foundation. Como diretor, realizou dois filmes: As Aventuras de um Velhaco e Ambição Acima da Lei.
Fotos: Alberto E. Rodriguez e Silver Screen Collection/Getty Images.