Babenco em entrevista ao CINEVITOR no começo deste ano.
Morreu na noite desta quarta-feira, 13/07, aos 70 anos, o cineasta Hector Babenco, um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Segundo informações divulgadas por familiares, ele sofreu uma parada cardíaca em um hospital em São Paulo.
Babenco nasceu na Argentina, mas veio para o Brasil ainda jovem, onde se naturalizou anos depois. No cinema, antes de assinar seu primeiro longa-metragem, foi produtor executivo e codiretor, com Roberto Farias, do documentário O Fabuloso Fittipaldi, em 1973. Dirigiu seu primeiro longa de ficção, O Rei da Noite, protagonizado por Paulo José e Marília Pêra, em 1975. Dois anos depois, fez Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia, com Milton Gonçalves e Reginaldo Faria no elenco.
Em 1981 lançou Pixote: A Lei do Mais Fraco, um dos trabalhos mais importantes de sua carreira. O drama, que retrata a realidade violenta de crianças carentes em um reformatório, foi indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.
Outro grande sucesso de sua filmografia foi o premiado O Beijo da Mulher Aranha, de 1985, com Sonia Braga, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor diretor. O protagonista William Hurt levou a estatueta dourada de melhor ator no prêmio da Academia e também foi consagrado no Festival de Cannes por sua atuação.
Babenco também trabalhou com Jack Nicholson e Meryl Streep em Ironweed, em 1987, filme pelo qual os dois atores foram indicados ao Oscar, e com Aidan Quinn e Kathy Bates em Brincando Nos Campos do Senhor, em 1990. Coração Iluminado, de 1998, marcou a volta de Babenco à ativa, depois de vencer um câncer linfático, descoberto oito anos antes. Em Carandiru (2003), levou para as telas o livro Estação Carandiru de Drauzio Varella, médico oncologista que acompanhou seu tratamento. Em 2007, abriu a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo com O Passado, protagonizado por Gael García Bernal, assim como em 2015, com Meu Amigo Hindu, seu último filme, que retrata uma história pessoal do diretor, com Willem Dafoe, Maria Fernanda Cândido, Selton Mello e Bárbara Paz no elenco.
Também dirigiu a série Carandiru – Outras Histórias, em 2005, na Rede Globo e diversos espetáculos teatrais como Loucos de Amor, Closer – Mais Perto e Hell. Sua montagem mais recente foi Vênus em Visom, que esteve em cartaz em 2013 e 2014, com a atriz Bárbara Paz, com quem estava casado desde 2010.
Aperte o play e confira a entrevista que fizemos com Hector Babenco em março deste ano, no lançamento de Meu Amigo Hindu: