Morreu na manhã desta terça-feira, 15/02, aos 81 anos, o cineasta, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor Arnaldo Jabor. Ele estava internado desde dezembro onde tratava de complicações sofridas por um acidente vascular cerebral.
Nascido no Rio de Janeiro, em dezembro de 1940, cursou direito na PUC e logo começou a escrever para o jornal O Metropolitano. Em seguida, se envolveu com a sétima arte. Formado no ambiente do Cinema Novo, trabalhou como assistente de Cacá Diegues, Leon Hirszman e Paulo César Saraceni. Durante o golpe militar, fez o curso de cinema do Itamaraty-Unesco.
Seus primeiros trabalhos como diretor foram os curtas-metragens Rio Capital Mundial do Cinema e O Circo, lançados em 1965. Dois anos depois, dirigiu o longa documental A Opinião Pública. Já na década de 1970, exibiu na Competição Oficial do Festival de Cannes o drama Pindorama com Maurício do Valle e Ítala Nandi no elenco.
Em 1973, com Toda Nudez Será Castigada, recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim. O drama também foi premiado no Festival de Cinema de Gramado e levou os kikitos de melhor filme e melhor atriz para Darlene Glória. Além disso, recebeu o Troféu APCA de melhor direção de arte para Régis Monteiro.
Ainda na década de 1970, lançou O Casamento, também premiado em Gramado. A comédia Tudo Bem, de 1978, recebeu o troféu Candango no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de melhor filme e melhor ator coadjuvante para Paulo César Peréio. Consagrado no Sesc Melhores Filmes, o longa também foi premiado no Taormina Film Fest na categoria de melhor atriz para Fernanda Montenegro e Zezé Motta.
Com Sonia Braga, Paulo César Peréio, Vera Fischer, Tarcísio Meira e Regina Casé no elenco, Eu Te Amo recebeu quatro kikitos no Festival de Gramado, em 1981; o filme também foi premiado pela APCA nas categorias de melhor direção e melhor fotografia para Murilo Salles.
Já em 1986, lançou Eu Sei que Vou Te Amar, um dos maiores sucessos de sua carreira. Exibido no Festival de Cannes, o filme rendeu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres. Em 1990, lançou o curta-metragem Carnaval. Depois disso, por conta do fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no governo Collor, Jabor deixou o cinema e começou a assinar uma coluna semanal no jornal Folha de S. Paulo. Nesse período também lançou livros e, em 1995, assumiu como cronista do jornal O Globo; logo migrou para a TV onde atuou como comentarista de telejornais da Rede Globo.
Voltou ao cinema em 2010 com A Suprema Felicidade, que recebeu o Prêmio ABC de melhor direção de arte para Tulé Peak e também se destacou no Prêmio Guarani; além de ter sido indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Depois disso, não realizou mais nenhum filme. Porém, sua filha, Carolina Jabor seguiu os passos do pai e segue com uma carreira de destaque como diretora.
Foto: Divulgação/Festival do Rio.