O diretor realizou mais de 25 trabalhos, entre cinema e TV.
Morreu na manhã desta segunda-feira, 14/05, aos 86 anos, o cineasta brasileiro Roberto Farias. Segundo informações divulgadas pela imprensa, ele estava internado em um hospital de Copacabana, no Rio de Janeiro, para tratar de um câncer.
Roberto, que nasceu em Nova Friburgo, começou sua carreira como assistente de direção na Atlântida Cinematográfica, conhecida companhia fundada na década de 1940. Lá, trabalhou em diversas áreas do cinema, atuando como roteirista, produtor, montador, entre outros.
Sua estreia como diretor aconteceu em 1957, com a comédia Rico Ri à Toa. Depois disso, realizou diversos trabalhos que marcaram a história do cinema brasileira. Em 1960, participou da Competição Oficial do Festival de Cannes com Cidade Ameaçada, mas não levou a Palma de Ouro.
O longa Pra Frente, Brasil, um de seus trabalhos mais marcantes, foi lançado em 1982 e se destacou por retratar a repressão da ditadura militar brasileira. Protagonizado por seu irmão, o ator Reginaldo Faria, o filme foi premiado no Festival de Berlim e também em Gramado.
Com o irmão, Reginaldo Faria, nos bastidores de um filme.
Ao longo dos anos, dirigiu mais de 25 trabalhos, entre cinema e TV. Nas telonas, destacou-se com: No Mundo da Lua (1958), O Assalto ao Trem Pagador (1962), Selva Trágica (1964), Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera (1966), O Fabuloso Fittipaldi (1973), Os Trapalhões no Auto da Compadecida (1987), entre outros. Dirigiu também três filmes protagonizados pelo cantor Roberto Carlos: Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa (1968), Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968) e Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora (1971).
Na TV também dirigiu produções marcantes, como: As Noivas de Copacabana, Memorial de Maria Moura e Sob Nova Direção, todos exibidos na Rede Globo.
Farias foi diretor presidente da Academia Brasileira de Cinema, sócio-fundador do Canal Brasil, presidente do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica e o primeiro cineasta a dirigir a Embrafilme, produtora e distribuidora de filmes, fundada em 1969, que foi extinta no começo da década de 1990 durante o governo de Fernando Collor de Mello. O último trabalho de Roberto como diretor foi a série Faça Sua História, da TV Globo, em 2008.
Fotos: Divulgação.