Diretor: Alexander Payne
Elenco: Bruce Dern, Will Forte, June Squibb, Bob Odenkirk, Stacy Keach.
Ano: 2013
Sinopse: Woody Grant é um idoso que acredita ter ganho um milhão de dólares em uma propaganda de revista e decide ir caminhando até Lincoln, em Nebraska, para receber sua fortuna. Seu filho David acaba o impedindo de fazer o trajeto a pé e decide levá-lo até a cidade onde encontra-se o dinheiro. No caminho, após um pequeno acidente, resolvem parar na casa de uns familiares na cidade natal de Woody.
Comentários do CINEVITOR: Alexander Payne tem uma queda por dramas familiares. Pelo menos foi isso que vimos em Os Descendentes (2011) e agora em seu mais recente filme, Nebraska. São histórias bem diferentes que abordam temas parecidos. A família é a base de tudo para a nossa criação, mas, com o tempo, aprendemos a andar com as próprias pernas a fim de não cometermos os mesmos erros pelos quais passamos ou presenciamos. Nem sempre isso é possível. E são estes erros que chamam a atenção em Nebraska. A relação entre pai e filho se apresenta de uma maneira distante, porém, amorosa. Ao interpretar o idoso alcoólatra Woody Grant, Bruce Dern não economiza em talento. Mesmo com poucas falas, ele se mantém sempre presente em cena. Despreocupado com o que acontece ao seu redor, suas atitudes revelam um homem conformado (mas não tão satisfeito) com a vida que leva, já que parece não ter feito muito esforço para mudar algo que o incomodava (ou ainda incomoda). Diferente do pai, David (Will Forte), sempre com um olhar triste, tenta se aproximar do homem mais importante de sua vida, com a intenção de restabelecer um vínculo fraterno e conhecer um pouco mais desse que, muitas vezes, parece ser um estranho qualquer. No meio disso tudo, temos a matriarca Kate. É ela quem reclama o tempo todo do marido e da família, pontua alguns problemas existentes, não poupa nas palavras para falar mal de um parente, mas, de vez em quando, deixa escapar seu lado doce e carinhoso, mostrando-se uma mulher protetora. A missão de interpretar essa agradável senhora mal-humorada ficou aos cuidados de June Squibb. Faltam elogios para reverenciar a performance dessa atriz que consegue arrancar gargalhadas dos espectadores com seu divertido jeito ranzinza. June é, sem dúvida, um show à parte em Nebraska. A escolha em realizar o filme em preto e branco não é por acaso. Não cabe nessa história algo colorido. Todos os personagens tiveram problemas no passado e ainda trazem consigo alguns resquícios dessas lembranças. É bem provável que você identifique algum conhecido no meio dessa história ou se identifique com alguma situação. Nebraska é muito bom porque mostra a vida como ela é, simples assim. Sem apelação e sem exagero. Até porque, nem sempre temos um arco-íris para colorir nossas vidas.
Nota do CINEVITOR:
