Noites Alienígenas: Chico Diaz e Gabriel Knoxx falam sobre o filme exibido no 50º Festival de Gramado

por: Cinevitor
Chico Diaz durante o debate do filme.

No domingo, 14/08, terceiro dia da 50ª edição do Festival de Cinema de Gramado, o filme acriano Noites Alienígenas, dirigido por Sérgio de Carvalho, foi exibido na mostra competitiva de longas-metragens brasileiros.

A programação no Palácio dos Festivais contou também com os curtas-metragens Ímã de Geladeira, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo, e O Elemento Tinta, de Luiz Maudonnet e Iuri Salles; além do longa mexicano El camino de Sol, de Claudia Sainte-Luce.

Apesar de sua longa tradição na produção de audiovisual, desde os anos de 1970, em Super-8, e posteriormente, em VHS, o cinema do Acre era, basicamente, feito para consumo local. Depois de passar por Gramado, Noites Alienígenas será o primeiro longa do estado a estrear em cinemas. Com produção da Saci Filmes, traz no elenco Chico Diaz, Gabriel Knoxx, Adalino, Gleici Damasceno, Joana Gatis, Chica Arara, Bimi Huni Kuin, Duace, entre outros; a distribuição será da Vitrine Filmes.

O filme parte do livro homônimo, escrito em 2011 pelo diretor, e retrata o lado urbano da capital do estado, Rio Branco, por meio de uma história de personagens cujas vidas são marcadas pela mudança da rota do tráfico que começa a passar pela região. Com roteiro assinado por Sérgio de Carvalho, em parceria com Camilo Cavalcante e Rodolfo Minari, o longa atualiza o romance.

A equipe do filme no Palácio dos Festivais.

A ficção aborda também questões extremamente contemporâneas, principalmente aquelas ligadas à Amazônia urbana, da qual se fala muito pouco, especialmente no cinema. Ao contar a história de um menino que se recusa a matar, Sérgio explora um Brasil em transformação. A oportunidade para realizar o filme veio com o último edital para longa de baixo orçamento do extinto Ministério da Cultura.

Produzido por Karla Martins, Pedro von Krüger e Sérgio de Carvalho, a trama aborda o confronto entre cidade e floresta. Onde as duas se encontram, se confundem e se distanciam; com um toque de realismo mágico ao abordar o universo da cultura periférica de Rio Branco, cidade amazônica. O filme fala de resistência, esperança e juventude.

No palco do Palácio dos Festivais, o diretor fez um discurso de agradecimento ao lado de sua equipe: “É uma alegria muito grande estar aqui e, que, cada vez mais filmes produzidos fora do eixo possam chegar em festivais como esse”, disse. A produtora Karla Martins também discursou: “Durante muito tempo acreditou-se que a cultura do Brasil acontecia em uma parte dele; e houve um silenciamento de muitas partes. É importante dizer que o filme Noites Alienígenas é um produto de descentralização de recurso e política. É acreditar que, realmente em todos os lugares desse país, a cultura é nosso patrimônio”.

Para falar mais sobre Noites Alienígenas, conversamos com os atores Chico Diaz e Gabriel Knoxx logo depois do debate que aconteceu no dia seguinte à exibição.

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Foto: Cleiton Thiele e Edison Vara/Agência Pressphoto.

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