Novo Cine PE 2020: conheça os vencedores

por: Cinevitor

mulheroceanovencecinepeMulher Oceano, de Djin Sganzerla: quatro prêmios.

Foram anunciados nesta sexta-feira, 18/12, os vencedores da 24ª edição do Novo Cine PE – Festival do Audiovisual. Em um ano totalmente atípico por conta da pandemia de Covid-19, o evento foi realizado exclusivamente pelo Canal Brasil na televisão e na internet, por meio da plataforma de streaming Canais Globo, além da TV Pernambuco.

Os seis longas e 31 curtas exibidos este ano passaram pelo crivo dos onze jurados selecionados para o Júri Oficial: Bianca de Felippes, Sérgio Rezende, Paula Barreto, Paulo Mendonça e Beto Rodrigues na mostra de longas; Ilona Wirth, Vitor Búrigo e Cacá Soares na mostra de curtas nacionais; e Adriano Portela, Kalyne Almeida e Sandra Ribeiro na mostra de curtas pernambucanos.

O Novo Cine PE consagrou o filme Mulher Oceano como melhor longa-metragem escolhido pelo júri oficial do evento. A ficção da paulistana Djin Sganzerla, que também atua como protagonista, conta a história de duas mulheres brasileiras que têm uma profunda ligação com o mar: uma escritora que está vivendo em Tóquio e uma atleta de travessia oceânica no Rio de Janeiro. As histórias se cruzam quando, sem perceber, a nadadora estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de oceano interior. O longa também rendeu o prêmio de melhor atriz para Djin Sganzerla e levou ainda o Calunga de Prata de melhor montagem e direção de arte.

O documentário gaúcho O que pode um corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, ganhou quatro prêmios na mostra de curta nacional, entre eles, o de melhor filme. Enquanto que na Mostra Competitiva de curtas pernambucanos o vencedor foi Nimbus, animação dirigida por Marcos Buccini.

O Canal Brasil, que nesta edição foi o exibidor oficial do Novo Cine PE, concedeu o Prêmio Canal Brasil de Curtas ao filme Manaus Hot City, uma ficção do estado do Amazonas e do diretor Rafael Ramos. O prêmio tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem dos mais representativos festivais de cinema do país. A escolha do vencedor desse prêmio foi feita por um júri convidado pelo Canal Brasil e composto por jornalistas especializados. O melhor curta recebe o Troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$15 mil. Além disso, o Prêmio do Público contou com 108.312 votantes no site e no aplicativo do festival.

A diretora do Cine PE, Sandra Bertini, destaca que foi um ano difícil para quem empreende na área de economia criativa e audiovisual, mas comemora o sucesso de mais uma edição: “Foi um ano de incertezas e desafios, mas acho que foi um modelo que funcionou bem e que foi muito bem abraçado tanto pelos realizadores quanto pelo público”.

A direção do festival estuda fazer um evento presencial no dia 13 de março de 2021, caso o cenário de saúde pública seja favorável, para entregar os troféus pessoalmente aos vencedores das mostras competitivas: “Em 2021, voltaremos com a edição presencial do evento, no final de julho, comemorando 25 anos de história. Vai ser a edição do abraço, de volta ao Cinema São Luiz com seis dias de competição, com a presença do público, os homenageados, a mostra infantil e tantas outras ideias que estamos bolando para esta edição comemorativa”, adianta Sandra.

Confira a lista completa com os vencedores do Novo Cine PE 2020:

MOSTRA COMPETITIVA | LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme: Mulher Oceano, de Djin Sganzerla (SP)
Melhor Direção: Memórias Afro-Atlânticas, por Gabriela Barreto
Melhor Roteiro: Memórias Afro-Atlânticas, escrito por Cassio Nobre e Xavier Vatin
Melhor Fotografia: Nós, que ficamos, por Beto Martins
Melhor Montagem: Mulher Oceano, por Karen Akerman
Melhor Edição de Som: Ioiô de Iaiá, por Caio Barreto, Alexandre Griva e Melhor do Mundo Estúdios
Melhor Direção de Arte: Mulher Oceano, por Isabela Azevedo
Melhor Trilha Sonora: Nós, que ficamos, por Nicolau Domingues e Caio Domingues
Melhor Ator: Guili Arenzon, por Mudança
Melhor Atriz: Djin Sganzerla, por Mulher Oceano
Melhor Ator Coadjuvante: Erom Cordeiro, por O Buscador
Melhor Atriz Coadjuvante: Débora Duboc, por O Buscador

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS NACIONAIS

Melhor Filme: O Que pode um corpo?, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (RS)
Melhor Direção: O Que pode um corpo?, por Victor Di Marco e Márcio Picoli
Melhor Roteiro: Vigia – Um Olhar Para a Morte, escrito por Victor Marinho
Melhor Fotografia: O Que pode um corpo?, por Bruno Polidoro
Melhor Montagem: Vigia – Um Olhar Para a Morte, por Victor Marinho
Melhor Edição de Som: Eu.tempo, por Paulo Umbelino
Melhor Direção de Arte: Ex-Humanos, por Lia Letícia
Melhor Trilha Sonora: O Que pode um corpo?, por Casemiro Azevedo e Vitório O. Azevedo
Melhor Ator: Paulo Copioba, por Reagente
Melhor Atriz: Cássia Damasceno, por Vai Melhorar
Menção HonrosaEu.tempo, de Thaíse Moura (PE); o júri concedeu menção honrosa aos personagens do filme por suas histórias e vivências inspiradoras, carisma, emoção e pela maneira como tratam o tempo de forma subjetiva em uma crônica audiovisual lírico-afetiva.

MOSTRA COMPETITIVA | CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS

Melhor Filme: Nimbus, de Marcos Buccini
Melhor Direção: O Menino que morava no som, por Felipe Soares
Melhor Roteiro: Nimbus, escrito por Diego Credidio, Luciana De Mari, Isabella Aragão e Marcos Buccini
Melhor Fotografia: Mata, por Amanda Lira, Jefferson Nascimento, Marlom Meirelles, Patrícia Lindoso e Raphael Ferreira
Melhor Montagem: Presente de Deus, por Daniel Barros
Melhor Edição de Som: O Menino que morava no som, por Adam Matschulat
Melhor Direção de Arte: O Quarto Negro, por Thiago Amaral
Melhor Trilha Sonora: O Mundo de Clara, por Antônio Nogueira
Melhor Ator: Maycon Douglas, por O Menino que morava no som
Melhor Atriz: Zezita Matos, por O Quarto Negro
Menção Honrosa: Cozinheiras do Terreiro, de Tauana Uchôa; pela narrativa feminina que unida à força do tema evoca uma brilhante reflexão sobre fé, serviço e sagrado.

JÚRI POPULAR

Melhor longa-metragem: Memórias Afro-Atlânticas, de Gabriela Barreto (BA)
Melhor curta-metragem nacional: Eu.tempo, de Thaíse Moura (PE)
Melhor curta-metragem pernambucano: Cozinheiras de Terreiro, de Tauana Uchôa

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS: Manaus Hot City, de Rafael Ramos (AM)

PRÊMIO DA CRÍTICA | ABRACCINE
Júri: Júlio Bezerra, Marco Tomazzoni e Maria Caú

Melhor longa-metragem: Memórias Afro-Atlânticas, de Gabriela Barreto
Justificativa: por se debruçar sobre uma história riquíssima e pouco conhecida de documentação dos terreiros de candomblé de Salvador e do Recôncavo Baiano (retratando a herança e memória linguísticas de personalidades religiosas como Mãe Menininha do Gantois, Joãozinho da Goméia e Manoel Falefá) e traçar uma espécie de quebra-cabeça em torno desse achado com a ajuda de personagens interessantes e carismáticos, revelando como essa tradição oral sobrevive e a importância de documentá-la.

Melhor curta-metragem nacional: Eu.tempo, de Thaíse Moura
Justificativa: por construir uma espécie de ensaio-crônica sobre o tempo, conjugando uma certa simplicidade formal com um lirismo afetivo marcado por impressões e memórias, conduzido por paisagens e entrevistados (não especialistas que revelam a profundidade de suas vivências ditas comuns).

Foto: André Guerreiro Lopes.

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