The Lion King
Direção: Jon Favreau
Elenco: Donald Glover, Beyoncé Knowles-Carter, Seth Rogen, Chiwetel Ejiofor, Alfre Woodard, Billy Eichner, John Kani, John Oliver, James Earl Jones, JD McCrary, Shahadi Wright Joseph, Penny Johnson Jerald, Keegan-Michael Key, Eric André, Florence Kasumba, Amy Sedaris, Chance the Rapper, Josh McCrary, Phil LaMarr, J. Lee, Iza, Ícaro Silva, João Acaiabe, Graça Cunha, Robson Nunes, João Vitor Mafra, Carol Roberto, Saulo Javan, Glauco Marques, Ivan Parente, Rodrigo Miallaret, Marcelo ‘Salsicha’ Caodaglio, Carol Crespo, Thiago Fagundes.
Ano: 2019
Sinopse: O filme retrata uma jornada pela savana africana, onde nasce o futuro rei da Pedra do Reino, Simba. O pequeno leão que idolatra seu pai, o rei Mufasa, é fiel ao seu destino de assumir o reinado. Mas nem todos no reino pensam da mesma maneira. Scar, irmão de Mufasa e ex-herdeiro do trono, tem seus próprios planos. A batalha pela Pedra do Reino é repleta de traição, eventos trágicos e drama, o que acaba resultando no exílio de Simba. Com a ajuda de dois novos e inusitados amigos, Simba terá que crescer e voltar para recuperar o que é seu por direito.
Crítica do CINEVITOR: Lançada em 1994, a animação O Rei Leão foi aclamada pelo público, pela crítica e fez história na indústria cinematográfica. Além do sucesso de bilheteria, o longa foi premiado com duas estatuetas douradas no Oscar, venceu em três categorias no Globo de Ouro e se consagrou no Annie Awards, BAFTA, Grammy e em muitas outras premiações. A jornada do pequeno leão Simba, herdeiro do trono da Pedra do Reino, emocionou espectadores de todas as idades e ainda é considerada uma das animações mais comoventes de todos os tempos. Aproveitando o sucesso das novas versões de seus clássicos, a Disney logo anunciou que não deixaria essa história de lado e confirmou o projeto. Jon Favreau, que assinou a direção do live-action de Mogli – O Menino Lobo, lançado em 2016 e que recebeu diversos elogios pelo visual, foi escalado para dirigir o novo O Rei Leão. Assim como no filme do menino lobo, o diretor optou pela técnica do fotorrealismo para retratar a savana africana e seus animais. O resultado? Impecável. Com um visual deslumbrante, Simba, Mufasa, Timão, Pumba e todos os outros personagens parecem tão reais que não espanta a semelhança com programas exibidos pelo Discovery Channel ou National Geographic. Porém, além da exuberância visual, com paisagens também belíssimas, era preciso ficar atento às expressões de seus protagonistas. Como retratar em fotorrealismo personagens animados e tão carismáticos, desenhados à mão, sem perder a emoção em suas feições? Fato é que a animação tradicional permite brincar mais com o lúdico e com a fantasia e, com isso, possibilita que seus personagens (ainda mais quando são animais desenhados) fiquem mais caricatos e distantes da realidade. Ao assumir uma identidade realista, o filme, automaticamente, perde um pouco de sua espontaneidade para se encaixar na estética escolhida. Ainda assim, o novo O Rei Leão consegue apresentar emoção nas expressões faciais dos seus bichos; talvez o único personagem que destoe da versão clássica seja o vilão Scar, que no primeiro filme aparece muito mais caricato e grotesco, tanto no visual quanto na personalidade. O remake, que apresenta as conhecidas músicas do longa de 1994 com uma nova roupagem e também canções inéditas, como Spirit, da cantora Beyoncé, que dubla a personagem Nala, é muito fiel à animação. Aqui, o diretor recria, praticamente, quadro a quadro daquilo que já tinha sido mostrado. Não há muitas novidades narrativas nesta nova versão, mesmo com trinta minutos a mais. Alguns diálogos foram acrescentados em cenas que já existiam e outros personagens ganharam mais destaque, porém sem grandes surpresas. Mas, é impossível negar o sentimento de nostalgia ao ver uma nova versão da clássica cena em que cantam Hakuna Matata ou relembrar frases marcantes como “o que eu quero mais é ser rei” e “eu rio na cara do perigo”. É em momentos como esses, que remetem ao passado com carinho, que se compreende a opção por recriar nos mínimos detalhes algo que marcou gerações. Embalado pela trilha sonora de Hans Zimmer e envolto à memórias afetivas, esse novo O Rei Leão, ainda assim, é um filme muito mais técnico do que emotivo. Sem desmerecer seu espetáculo visual, é impossível não se perguntar: essa nova versão era realmente necessária? E isso vale para todas as outras adaptações produzidas recentemente. Será que o público ficará satisfeito ao assistir uma versão mais sofisticada (e mais tecnológica, digamos) de um filme que já viu? É fato que O Rei Leão será um sucesso de bilheteria, ainda mais por mexer com o passado e a curiosidade do espectador. Mas, pode desapontar por não passar a emoção esperada. Ainda que deixe a sensação de já ter visto esse filme (e sim, você já viu), o longa tem um elenco talentoso de dubladores e excelentes recursos técnicos que não se prendem apenas à nostalgia e contribuem para um resultado final satisfatório, ainda que falte um pouco de coração nisso tudo. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: