Oscar 2023: 92 países disputam o prêmio de melhor filme internacional

por: Cinevitor
Tokinho, Rejane Faria e Matheus Will no brasileiro Marte Um

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta terça-feira, 06/12, a lista oficial com os títulos elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2023, categoria antes chamada de melhor filme estrangeiro.

Para esta 95ª edição, 92 países foram classificados, entre eles, Uganda, candidato pela primeira vez. A África do Sul ficou de fora da disputa pela primeira vez desde 2007 por não ter enviado um representante. A Rússia, por questões políticas, também não inscreveu um longa-metragem. A Zâmbia, que faria sua estreia na lista, montou um comitê de seleção, mas não enviou seu representante para a fase final.

Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 21 de dezembro. Desse grupo saem os cinco finalistas, que serão revelados no dia 24 de janeiro de 2023.

Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.

A cerimônia acontecerá no dia 12 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. O Brasil está na disputa com Marte Um, de Gabriel Martins. O filme tem como um de seus temas centrais a realização de um sonho infantil. A trama apresenta o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

O garoto Deivid, interpretado por Cícero Lucas, o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet. O pai, Wellington, papel de Carlos Francisco, é porteiro em um prédio de elite e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia, vivida por Rejane Faria, é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

Marte Um teve sua estreia mundial no Festival de Sundance, em janeiro passado, onde foi bem recebido pelo público. Depois disso, foi exibido em 35 festivais internacionais, ganhando prêmios de melhor longa no Outfest Los Angeles LGBTQ Film Festival, no Black Star e no San Francisco Film Festival. Em Gramado, além do kikito de melhor filme pelo voto popular, foi consagrado também nas categorias de melhor roteiro, trilha musical por Daniel Simitan e Prêmio Especial do Júri.

Produzido pela Filmes de Plástico, o longa já tem distribuição garantida nos Estados Unidos pela ARRAY Releasing, empresa da cineasta Ava DuVernay. Marte Um será lançado simultaneamente nos cinemas americanos e na Netflix no dia 5 de janeiro. No Brasil, continua em cartaz e já fez mais de 85 mil espectadores, estando nos cinemas há 15 semanas.

Confira a lista completa com os 92 filmes internacionais candidatos ao Oscar 2023:

ALBÂNIA: A Cup of Coffee and New Shoes On, de Gentian Koçi
ALEMANHA: Nada de Novo no Front, de Edward Berger
ARGÉLIA: Our Brothers (Nos frangins), de Rachid Bouchareb
ARÁBIA SAUDITA: Raven Song (‘Ughniat alghurab), de Mohamed Al-Salman
ARGENTINA: Argentina, 1985, de Santiago Mitre
ARMÊNIA: Aurora’s Sunrise (Arshaluysi lusabats’y), de Inna Sahakyan
AUSTRÁLIA: You Won’t Be Alone, de Goran Stolevski
ÁUSTRIA: Corsage, de Marie Kreutzer
AZERBAIJÃO: Creators (Yaradanlar), de Shamil Aliyev
BANGLADESH: Hawa, de Mejbaur Rahman Sumon
BÉLGICA: Close, de Lukas Dhont
BOLÍVIA: Utama, de Alejandro Loayza Grisi
BÓSNIA E HERZEGOVINA: Balada (A Ballad), de Aida Begić
BRASIL: Marte Um, de Gabriel Martins
BULGÁRIA: In the Heart of the Machine (V sŭrtseto na mashinata), de Martin Makariev
CAMARÕES: The Planter’s Plantation, de Dingha Young Eystein
CAMBOJA: Return to Seoul (Retour à Séoul), de Davy Chou
CANADÁ: Eternal Spring (Chángchūn), de Jason Loftus
CAZAQUISTÃO: Life (Zhizn’), de Emir Baigazin
CHILE: Blanquita, de Fernando Guzzoni
CHINA: Nice View (Qi ji ben xiao hai), de Wen Muye
COLÔMBIA: Los reyes del mundo, de Laura Mora Ortega
COREIA DO SUL: Decision to Leave (Heojil kyolshim), de Park Chan-wook
COSTA RICA: Domingo y la niebla, de Ariel Escalante
CROÁCIA: Sigurno mjesto (Safe Place), de Juraj Lerotić
DINAMARCA: Holy Spider, de Ali Abbasi
EQUADOR: Lo invisible, de Javier Andrade
ESLOVÁQUIA: Victim (Oběť), de Michal Blaško
ESLOVÊNIA: Orchestra (Orkester), de Matevž Luzar
ESPANHA: Alcarràs, de Carla Simón
ESTÔNIA: Kalev, de Ove Musting
FILIPINAS: On the Job: The Missing 8, de Erik Matti
FINLÂNDIA: Girl Picture (Tytöt tytöt tytöt), de Alli Haapasalo
FRANÇA: Saint Omer, de Alice Diop
GEÓRGIA: A Long Break (Didi shesveneba), de Davit Pirtskhalava
GRÉCIA: Magnetic Fields, de Yorgos Goussis
GUATEMALA: El silencio del topo (The Silence of the Mole), de Anäis Taracena
HONG KONG: Where the Wind Blows (Fung Zoi Hei Si), de Philip Yung
HOLANDA: Narcosis, de Martijn de Jong
HUNGRIA: Blockade (Blokád), de Ádám Tõsér
ÍNDIA: Last Film Show (Chhello Show), de Pan Nalin
INDONÉSIA: Missing Home (Ngeri-Ngeri Sedap), de Bene Dion Rajagukguk
IRÃ: Terceira Guerra Mundial (World War III/Jang-e jahāni-e sevvom), de Houman Seyyedi
IRAQUE: The Exam (Ezimûn), de Shawkat Amin Korki
IRLANDA: A Menina Silenciosa (An Cailín Ciúin/The Quiet Girl), de Colm Bairéad
ISLÂNDIA: Beautiful Beings (Berdreymi), de Guðmundur Arnar Guðmundsson
ISRAEL: Cinema Sabaya (Sinema Sabaya), de Orit Fouks Rotem
ITÁLIA: Nostalgia, de Mario Martone
JAPÃO: Plan 75, de Chie Hayakawa
JORDÂNIA: Farha, de Darin J. Sallam
KOSOVO: Looking for Venera (Në kërkim të Venerës), de Norika Sefa
LETÔNIA: January (Janvāris), de Viestur Kairish
LÍBANO: Memory Box (Dafatir maya), de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige
LITUÂNIA: Pilgrims (Piligrimai), de Laurynas Bareiša
LUXEMBURGO: Icarus (Icare), de Carlo Vogele
MACEDÔNIA DO NORTE: The Happiest Man in the World, de Teona Strugar Mitevska
MARROCOS: Túnica Turquesa (The Blue Caftan/Le bleu du caftan), de Maryam Touzani
MÉXICO: Bardo, falsa crónica de unas cuantas verdades, de Alejandro González Iñárritu
MOLDÁVIA: Carbon, de Ion Borș
MONGÓLIA: Harvest Moon, de Amarsaikhan Baljinnyam
MONTENEGRO: The Elegy of Laurel (Elegija lovora), de Dušan Kasalica
NEPAL: Butterfly on the Windowpane (Ainaa Jhyal Ko Putali), de Sujit Bidari
NORUEGA: War Sailor (Krigsseileren), de Gunnar Vikene
NOVA ZELÂNDIA: Muru, de Tearepa Kahi
PALESTINA: Mediterranean Fever (Hamaa albahr almutawasit), de Maha Haj
PANAMÁ: Cumpleañero (Birthday Boy), de Arturo Montenegro
PAQUISTÃO: Joyland, de Saim Sadiq
PARAGUAI: Eami, de Paz Encina
PERU: El corazón de la luna, de Aldo Salvini
POLÔNIA: EO (IO), de Jerzy Skolimowski
PORTUGAL: Alma Viva, de Cristèle Alves Meira
QUÊNIA: TeraStorm, de Andrew Kaggia
QUIRGUISTÃO: Home for Sale (Prodayetsya dom), de Taalaibek Kulmendeev
REINO UNIDO: Winners, de Hassan Nazer
REPÚBLICA CHECA: Il Boemo, de Petr Václav
REPÚBLICA DOMINICANA: Bantú Mama, de Ivan Herrera
ROMÊNIA: Immaculate (Imaculat), de Monica Stan e George Chiper
SENEGAL: Xalé, de Moussa Sene Absa
SÉRVIA: Darkling (Mrak), de Dušan Milić
SINGAPURA: Ajoomma (Huā lù ā zhū mā), de He Shuming
SUÉCIA: Cairo Conspiracy (Boy from Heaven), de Tarik Saleh
SUÍÇA: A Piece of Sky (Drii Winter), de Michael Koch
TAIWAN: Goddamned Asura (Gāisǐ de Āxiūluó), de Lou Yi-an
TAILÂNDIA: One for the Road, de Nattawut Poonpiriya
TANZÂNIA: Tug of War (Vuta N’Kuvute), de Amil Shivji
TUNÍSIA: À Sombra das Figueiras (Under the Fig Trees/Taht alshajara), de Erige Sehiri
TURQUIA: Kerr, de Tayfun Pirselimoğlu
UCRÂNIA: Klondike: A Guerra na Ucrânia (Klondaik), de Maryna Er Gorbach
UGANDA: Tembele, de Morris Mugisha
URUGUAI: O Empregado e o Patrão, de Manolo Nieto
VENEZUELA: La caja, de Lorenzo Vigas
VIETNÃ: 578 Magnum (578: Phát đạn của kẻ điên), de Lương Đình Dũng

Foto: Divulgação/Embaúba Filmes.

Comentários