A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira, 07/12, a lista oficial com os títulos elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2024, categoria antes chamada de melhor filme estrangeiro.
Para esta 96ª edição, 88 países foram classificados, entre eles, Namíbia, candidato pela primeira vez; Burkina Faso, que não enviava um filme desde 1989, está de volta. A Rússia, por questões políticas, não inscreveu um longa-metragem; Camboja, Cazaquistão, Kosovo, Malawi, Malta e Uganda também decidiram não enviar um representante.
Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 21 de dezembro. Desse grupo saem os cinco finalistas, que serão revelados no dia 23 de janeiro de 2024.
Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.
A cerimônia acontecerá no dia 10 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. O Brasil está na disputa com Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, segundo documentário do cineasta, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. O longa, que também está elegível na categoria de melhor documentário da Academia, tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.
Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco. O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos.
Com produção de Emilie Lesclaux para a CinemaScópio, Retratos Fantasmas, distribuído pela Vitrine Filmes, foi exibido no Festival de Cannes deste ano fora de competição. Recentemente, abriu a 51ª edição do Festival de Gramado e foi selecionado para o Festival de Toronto, Nova York, Sydney, Munich Film Festival, Santiago Festival Internacional de Cine, New Zealand International Film Festival, Melbourne International Film Festival, Lima International Film Festival, entre outros.
Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com Marte Um, de Gabriel Martins, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.
Confira a lista completa com os 88 filmes internacionais candidatos ao Oscar 2024:
ÁFRICA DO SUL: Music Is My Life: Dr. Joseph Shabalala and Ladysmith Black Mambazo, de Mpumi Mbele
ALBÂNIA: Alexander, de Ardit Sadiku
ALEMANHA: Das Lehrerzimmer (The Teachers’ Lounge), de İlker Çatak
ARÁBIA SAUDITA: Alhamour H.A., de Abdulelah Alqurashi
ARGENTINA: Os Delinquentes (Los delincuentes), de Rodrigo Moreno
ARMÊNIA: Amerikatsi, de Michael A. Goorjian
AUSTRÁLIA: Shayda, de Noora Niasari
ÁUSTRIA: Vera, de Tizza Covi e Rainer Frimmel
BANGLADESH: Payer tolay mati nai (No Ground Beneath the Feet), de Mohammad Rabby Mridha
BÉLGICA: Omen, de Baloji
BOLÍVIA: El visitante, de Martín Boulocq
BÓSNIA E HERZEGOVINA: Ekskurzija (Excursion), de Una Gunjak
BRASIL: Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho
BULGÁRIA: Blaga’s Lessons, de Stephan Komandarev
BURKINA FASO: Sira, de Apolline Traoré
BUTÃO: The Monk and the Gun, de Pawo Choyning Dorji
CAMARÕES: Half Heaven, de Enah Johnscott
CANADÁ: Rojek, de Zaynê Akyol
CHILE: Los colonos, de Felipe Gálvez Haberle
CHINA: The Wandering Earth II, de Frant Gwo
COLÔMBIA: Un Varón, de Fabián Hernández Alvarado
COREIA DO SUL: Concrete Utopia, de Um Tae-hwa
COSTA RICA: Tenho Sonhos Elétricos (Tengo sueños eléctricos), de Valentina Maurel
CROÁCIA: Tragovi (Traces), de Dubravka Turic
DINAMARCA: Bastarden (The Promised Land), de Nikolaj Arcel
EGITO: Voy! Voy! Voy!, de Omar Hilal
ESLOVÁQUIA: Photophobia, de Ivan Ostrochovský e Pavol Pekarčík
ESLOVÊNIA: Jezdeca (Riders), de Dominik Mencej
ESPANHA: La sociedad de la nieve, de J.A. Bayona
ESTÔNIA: Savvusanna sõsarad (Smoke Sauna Sisterhood), de Anna Hints
FILIPINAS: Iti Mapukpukaw (The Missing), de Carl Joseph Papa
FINLÂNDIA: Folhas de Outono (Kuolleet lehdet), de Aki Kaurismäki
FRANÇA: O Sabor da Vida (La passion de Dodin Bouffant), de Trần Anh Hùng
GEÓRGIA: Citizen Saint, de Tinatin Kajrishvili
GRÉCIA: Behind the Haystacks, de Asimina Proedrou
HOLANDA: Sweet Dreams, de Ena Sendijarević
HUNGRIA: Kojot négy lelke (Four Souls of Coyote), de Áron Gauder
IÊMEN: The Burdened, de Amr Gamal
ÍNDIA: 2018: Everyone Is a Hero, de Jude Anthany Joseph
INDONÉSIA: Autobiography, de Makbul Mubarak
IRÃ: The Night Guardian, de Reza Mirkarimi
IRAQUE: Hanging Gardens, de Ahmed Yassin Al Daradji
IRLANDA: In the Shadow of Beirut, de Stephen Gerard Kelly e Garry Keane
ISLÂNDIA: Terra de Deus (Volaða land), de Hlynur Pálmason
ISRAEL: Seven Blessings, de Ayelet Menahemi
ITÁLIA: Io Capitano, de Matteo Garrone
JAPÃO: Perfect Days, de Wim Wenders
JORDÂNIA: Inshallah a Boy, de Amjad Al-Rasheed
LETÔNIA: Mana Brīvība (My Freedom), de Ilze Kunga-Melgaile
LITUÂNIA: Tu man nieko neprimeni (Slow), de Marija Kavtaradzė
LUXEMBURGO: Läif a Séil (The Last Ashes), de Loïc Tanson
MACEDÔNIA DO NORTE: Housekeeping for Beginners, de Goran Stolevski
MALÁSIA: Tiger Stripes, de Amanda Nell Eu
MARROCOS: Kadib Abyad (The Mother of All Lies), de Asmae El Moudir
MÉXICO: Tótem, de Lila Avilés
MOLDÁVIA: Tunete (Thunders), de Ioane Bobeica
MONGÓLIA: City of Wind, de Lkhagvadulam Purev-Ochir
MONTENEGRO: Sirin, de Senad Šahmanović
NAMÍBIA: Under the Hanging Tree, de Perivi Katjavivi
NEPAL: Halkara, de Bikram Sapkota
NIGÉRIA: Mami Wata, de C.J. Obasi
NORUEGA: Fedrelandet (Songs of Earth), de Margreth Olin
PALESTINA: Bye Bye Tiberias, de Lina Soualem
PANAMÁ: Tito, Margot y Yo, de Mercedes Arias e Delfina Vidal
PAQUISTÃO: In Flames, de Zarrar Kahn
PARAGUAI: Leal 2, Comando Yaguareté, de Armando Aquino e Mauricio Rial
PERU: La erección de Toribio Bardelli, de Adrián Saba
POLÔNIA: Chłopi (The Peasants), de DK Welchman e Hugh Welchman
PORTUGAL: Mal Viver, de João Canijo
QUÊNIA: Mvera, de Daudi Anguka
REINO UNIDO: Zona de Interesse (The Zone of Interest), de Jonathan Glazer
REPÚBLICA CHECA: Bratři (Brothers), de Tomáš Mašín
REPÚBLICA DOMINICANA: Cuarencena, de David Maler
ROMÊNIA: Do Not Expect Too Much from the End of the World, de Radu Jude
SENEGAL: Banel & Adama, de Ramata-Toulaye Sy
SÉRVIA: The Duke and the Poet, de Milorad Milinković
SINGAPURA: The Breaking Ice, de Anthony Chen
SUDÃO: Goodbye Julia, de Mohamed Kordofani
SUÉCIA: Motståndaren (Opponent), de Milad Alami
SUÍÇA: Foudre (Thunder), de Carmen Jaquier
TAILÂNDIA: Not Friends, de Atta Hemwadee
TAIWAN: Um Romance do Além (Marry My Dead Body), de Wei-Hao Cheng
TUNÍSIA: As 4 Filhas de Olfa (Les Filles d’Olfa), de Kaouther Ben Hania
TURQUIA: Ervas Secas (Kuru Otlar Üstüne), de Nuri Bilge Ceylan
UCRÂNIA: 20 Days in Mariupol, de Mstyslav Chernov
URUGUAI: Temas propios, de Guillermo Rocamora
VENEZUELA: La sombra del sol, de Miguel Ángel Ferrer
VIETNÃ: Glorious Ashes, de Bùi Thạc Chuyên
Foto: Divulgação/CinemaScópio.