Diretor: Ian SBF
Elenco: Fábio Porchat, Gregorio Duvivier, Marcos Veras, Luis Lobianco, Júlia Rabello, Antonio Tabet, Thati Lopes, João Vicente de Castro, Gabriel Totoro, Rafael Portugal, Marília Gabriela, Sérgio Mallandro, Naldo Benny, Léo Áquilla, Xuxa Meneghel.
Ano: 2016
Sinopse: Dois amigos, o diretor Miguel e o ator Rodrigo, são premiados no mais importante festival de cinema do mundo. Eles saem para comemorar e, depois de muitos drinques, assinam um contrato vitalício em que prometem trabalhar juntos para sempre. Naquela mesma noite, porém, Miguel desaparece misteriosamente no banheiro do quarto do hotel, sem deixar vestígios. Dez anos se passam. Rodrigo volta ao mesmo festival, agora como jurado, e assim que entra no mesmo quarto onde havia se hospedado uma década atrás, dá de cara com Miguel. Agora com barbas e cabelos longos, o amigo conta que foi abduzido por seres alienígenas e levado ao centro da Terra, onde presenciou uma rebelião de escravos. Agora, pretende contar essa história em um filme. Já famoso, Rodrigo desconfia da sanidade do amigo, mas será obrigado a honrar o contrato, mesmo sabendo que ele poderá destruir não apenas sua carreira, mas sua vida.
Crítica do CINEVITOR: O grupo Porta dos Fundos começou na internet, em 2012, com esquetes de humor em vídeos. De lá pra cá, os números só cresceram: no canal do YouTube já são mais de 12 milhões de inscritos e até novembro do ano passado contabilizaram 2 bilhões de visualizações. Com tanto sucesso e talento na bagagem, a turma resolveu se aventurar nas telonas. Em Contrato Vitalício, primeiro filme do grupo, vemos os personagens brincando com os bastidores do mundo do entretenimento. Com diversas referências a celebridades nacionais e internacionais, filmes e situações cotidianas do meio artístico, o longa apresenta uma estrutura diferente de seus vídeos da internet. Aqui, percebemos um roteiro mais elaborado, escrito por Fábio Porchat e Gabriel Esteves, que funciona ao longo dos 106 minutos de duração, com começo, meio e fim. Ou seja, se você espera encontrar uma história com esquetes rápidas de humor, poderá se decepcionar. Mas, talvez seja esse o diferencial de Contrato Vitalício: levar para os cinemas atores já conhecidos do público por um determinado trabalho e apresentá-los em outras situações. A essência do Porta dos Fundos, com seu humor característico, continua presente, assim como o talento de seu elenco e do diretor Ian SBF, que conduz com habilidade sua turma. Piadas não faltam no filme, principalmente envolvendo a indústria do entretenimento. A começar por seus personagens, que retratam perfeitamente a atual situação da mídia: assessores querendo se aparecer mais que os famosos; blogueiras de moda, fitness ou de qualquer outra aérea que vivem em função das redes sociais correndo atrás de curtidas e visualizações; jornalistas mais preocupados com a vida pessoal de seus entrevistados do que com o trabalho deles; entre outros. Com um humor atual, Contrato Vitalício segue uma linha narrativa com paródias de celebridades, que, neste caso, também incluem os integrantes do grupo, já bem conhecidos do público. Ao tirar sarro de uma webcelebridade que não desgruda do celular e fica em função de seus milhares de seguidores, mostrando cada minuto de sua vida, o filme acaba se tornando uma paródia dele mesmo. Ou melhor, de sua turma toda, pois, o sucesso do Porta dos Fundos veio por meio da internet; se os vídeos não alcançassem números exorbitantes de visualização, por exemplo, talvez nem conheceríamos seus integrantes e quiçá teríamos um filme deles nas salas de cinema. Mas, a arte de rir de si mesmo, sem medo de ousar, é para poucos. E isso, o grupo faz muito bem. Inclusive no filme. Contrato Vitalício não decepciona, mesmo perdendo um pouco do ritmo em sua narrativa por se alongar demais em alguns momentos, mas ganha pontos por seguir uma linha cômica diferente dos filmes mais recentes deste gênero do cinema brasileiro. Você pode até não chorar de rir ou se incomodar com algumas piadas, mas vai reconhecer que o significado de popular está ganhando outros sinônimos, já que a internet e o cinema podem formar uma dupla de sucesso. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR:
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