Julio Adrião em Sertânia, de Geraldo Sarno.
Foram anunciados nesta quarta-feira, 17/02, os vencedores do Prêmio Abraccine 2020. Em um ano atípico, marcado pela pandemia de Covid-19, com o fechamento das salas de exibição e o consequente adiamento de várias estreias, com o incremento das plataformas de streaming, o cinema demonstrou sua força e sua capacidade de reinvenção; seja em formas de produção ou de distribuição. Em seu resultado, que apresentou filmes lançados em diversas plataformas, o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema é uma demonstração disso.
A diversidade de temas e linguagens também se fez mais presente. O resgate de um gênero, o cinema de mulheres e pautas urgentes foram os destaques do ano. Dirigido pelo veterano Geraldo Sarno, Sertânia foi o grande vencedor do Prêmio Abraccine de melhor longa-metragem brasileiro. O filme conta a história de Antão em seu delírio de morte e é um retorno ao cangaço e ao sertão que marcaram o cinema brasileiro.
O francês Retrato de Uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma, indicado ao BAFTA e Globo de Ouro, sobre o encontro de duas mulheres que descobrem a paixão, foi eleito o melhor longa-metragem estrangeiro.
Pela primeira vez, aconteceu um empate triplo na categoria de melhor curta-metragem brasileiro. Os três filmes são: Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho, que traz uma abordagem fantástica futurista da temática trans; A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro, resgate experimental sobre a origem e a permanência do racismo; e República, de Grace Passô, filme político produzido durante a quarentena.
Além dos premiados, a Associação, que conta com mais de 100 críticos de todo o país, entre eles, Vitor Búrigo, aqui do CINEVITOR, elegeu também o seu Top 10 de melhores filmes em cada uma das três categorias.
Conheça os vencedores do Prêmio Abraccine 2020:
LONGA-METRAGEM BRASILEIRO
VENCEDOR:
Sertânia, de Geraldo Sarno
COMPLETAM O TOP 10, EM ORDEM ALFABÉTICA:
A Febre, de Maya Da-Rin
AmarElo – É Tudo Pra Ontem, de Fred Ouro Preto
Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luísa Azevedo
Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz
Fim de Festa, de Hilton Lacerda
Pacarrete, de Allan Deberton
Sol Alegria, de Tavinho Teixeira
Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra
Vermelha, de Getúlio Ribeiro
LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO
VENCEDOR:
Retrato de uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma (França)
COMPLETAM O TOP 10, EM ORDEM ALFABÉTICA:
Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig (EUA)
Joias Brutas, de Josh e Benny Safdie (EUA)
Martin Eden, de Pietro Marcello (Itália/França/Alemanha)
Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, de Eliza Hittman (EUA/Reino Unido)
O Caso Richard Jewell, de Clint Eastwood (EUA)
O Farol, de Robert Eggers (Canadá/EUA/Brasil)
O Hotel às Margens do Rio, Hong Sang-soo (Coreia do Sul)
Os Miseráveis, de Ladj Ly (França)
Você Não Estava Aqui, de Ken Loach (Reino Unido/França/Bélgica)
CURTA-METRAGEM BRASILEIRO
VENCEDORES:
A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro (SC)
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho (PE)
República, de Grace Passô (SP)
COMPLETAM O TOP 10, EM ORDEM ALFABÉTICA:
Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva (PE)
Construção, de Leonardo da Rosa (RS)
Entre Nós e o Mundo, de Fabio Rodrigo (SP)
Extratos, de Sinai Sganzerla (SP)
O Barco e o Rio, de Bernardo Ale Abinader (AM)
O Que Há em Ti, de Carlos Adriano (SP)
Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr. (RJ)
Foto: Miguel Vassy.