Rodrigo Santoro durante a coletiva de imprensa.
O segundo dia da 42ª edição do Festival de Cinema de Gramado foi marcado pela homenagem feita ao ator Rodrigo Santoro, por sua contribuição ao cinema. O Troféu Cidade de Gramado foi entregue por Nestor Tissot, prefeito da cidade, no Palácio dos Festivais. Rodrigo subiu ao palco e, emocionado, fez seu discurso de agradecimento: “Foi um privilégio ter vivido todo esse tempo dedicado a fazer o que eu mais amo nessa vida. Uma alegria e uma honra poder escutar que o resultado dessa jornada está sendo entendido como uma contribuição para o cinema. Acho que, acima de tudo, além de ser muito gratificante receber um reconhecimento como esse, pra mim é um incentivo muito grande. Quero dividir esse prêmio com todas as pessoas que trabalharam comigo até hoje e que me mostraram os caminhos desse mercado, dessa arte que é o cinema. Uma arte tão importante e tão transformadora, que cada vez mais tem feito parte da minha vida”.
Rodrigo Santoro e o prefeito de Gramado, Nestor Tissot.
Rodrigo também fez agradecimentos ao seu amigo Sergio Penna e ao Festival: “Quero falar também do meu grande amigo e companheiro Sergio Penna, que é preparador e já me acompanha há muito tempo. Agradeço ao Festival por esse gesto e pela oportunidade de estar aqui hoje. Realmente significa muito pra mim. Muito obrigado!”.
O homenageado no palco durante seu discurso de agradecimento.
Antes da homenagem, Rodrigo conversou com a imprensa em uma coletiva, onde relembrou um pouco de sua carreira no cinema e também falou sobre futuros projetos. Seu primeiro longa foi Bicho de Sete Cabeças, dirigido por Laís Bodanzky, por quem tem grande admiração: “A segurança, a confiança e a inteligência da Laís me chamaram a atenção logo de cara. Ela tinha uma clareza de tudo que queria e isso me passou muita segurança, ainda mais sendo meu primeiro filme. É muito importante você confiar no diretor, mas, nem sempre isso é possível, porque o ator é um risco, é complicado e muitas vezes inseguro”, disse Rodrigo.
Questionado sobre o cinema brasileiro, o ator elogiou algumas produções e destacou o reconhecimento internacional: “Cada vez mais podemos ver o que os filmes brasileiros estão fazendo no mundo inteiro: ganhando festivais, mais espaço e encontrando sua própria identidade. O cinema brasileiro nunca deixou de fazer parte da minha vida e eu o acompanho bastante. Difícil citar um filme brasileiro que eu goste muito. Tem algumas coisas recentes que eu vi e gostei bastante. Sem dúvida alguma O Som ao Redor foi um filme que me marcou muito. Também assisti O Lobo Atrás da Porta recentemente. Eu citaria muitos outros. Não existe favoritismo, temos muitos talentos”.
Rodrigo fala de sua carreira durante a coletiva.
Rodrigo também falou da importância de receber o Troféu Cidade de Gramado, que destaca nomes que tiveram ligação com a cidade e com o Festival, contribuindo para o crescimento e divulgação do local e do evento: “Estar aqui com esse reconhecimento é uma sensação muito gratificante. Acho que qualquer profissional gosta e precisa ser reconhecido pelo que faz. Me sinto incentivado em acreditar que os caminhos que eu percorri, as escolhas que fiz e os riscos que eventualmente assumi, tudo isso valeu a pena. É uma sensação muito boa!”. O ator também elogiou o Festival: “Sempre tive muita simpatia por Gramado e pelo Festival. O ambiente é super acolhedor, tem bom filmes, pessoas interessantes e tem esse intercâmbio com filmes da América Latina”, completou.
Ao falar do ator José Wilker, que morreu em abril deste e também é um dos homenageados desta edição do Festival, Rodrigo se emocionou: “Tive a honra de trabalhar com o Wilker em Suave Veneno [novela da Rede Globo] e ele foi um grande companheiro de trabalho. Um cara absolutamente alto astral, inteligentíssimo e que sabia tudo de cinema”.
“O cinema brasileiro nunca deixou de fazer parte da minha vida“.
O ator deixou claro que ganhar um prêmio é muito importante, mas que não pensa muito nisso quando está trabalhando em seu processo de criação de personagem: “Toda vez que começo um trabalho e mesmo que seja um trabalho mais desafiador, que tenha uma jornada mais intensa, nunca tô pensando na repercussão dele, por isso, não penso no prêmio. Eu tive a sorte e a honra de ter recebido algumas vezes reconhecimentos diversos de trabalhos diferentes. E todas as vezes a sensação é muito parecida, que é a sensação de incentivo. Se de alguma forma eu posso contribuir para o fomento dessa arte e estimular a vida do cinema, já é um valor absoluto”.
Rodrigo confessou estar com algumas ideias para o futuro e não descartou a possibilidade de voltar a atuar na TV brasileira: “Estou com várias ideias e muita vontade de fazer algo, não só no cinema, mas na TV também. Acho que a televisão está vivendo um novo momento, com novos formatos. O futuro promete”.
O Festival de Gramado acontece até o dia 16 de agosto e você acompanha a cobertura do evento, aqui, no CINEVITOR!
Fotos: Vitor Búrigo.