Ane Oliva e Wanderlândia Melo no curta alagoano A Barca, de Nilton Resende.
Foram anunciados nesta quinta-feira, 28/01, os vencedores da 13ª edição do Curta Canoa – Festival latino-americano de Cinema de Canoa Quebrada, em uma transmissão pelo canal do evento no YouTube.
Os vencedores foram agraciados com o Troféu Lua Estrela, confeccionado a partir de reaproveitamento florestal e tecido de algodão, em uma criação de Juan Carlos Bartolucci, Pedro Nogueira, Iara Bartolucci e Neurivania da Silva Nogueira, todos artesãos de Canoa Quebrada.
O festival concedeu Menção Honrosa pela Contribuição Cultural ao documentário Sacada – A Lenda, de Toninho Duarte, do Amapá. O filme, baseado em fatos reais, retrata a história da vida de Raimundo dos Santos Souza, homem que se tornou respeitado através do domínio na manipulação de plantas e ervas da Amazônia.
Uma Menção Honrosa pela Contribuição Histórica também foi entregue ao filme Fatinha, do cearense Alexandre Fleming Câmara Vale. O documentário conta a história de Maria da Silva, conhecida como Fatinha, natural de Canoa Quebrada. Ela foi adotada aos 14 anos por membros de uma equipe de produção francesa que filmava, em Majorlândia e Canoa Quebrada, o longa-metragem de ficção Operação Tumulto (Le Grabuge), de Edouart Luntz. Nos idos de 1967, Canoa ainda era uma praia longínqua e desconhecida. A história de Fatinha transformou-se na narrativa fundadora do processo de internacionalização de Canoa.
O Júri Oficial deste ano foi formado por: Estevan Silveira, diretor e produtor curitibano; Marcelo Ikeda, professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará; e Marilha Naccari, diretora do Congresso Brasileiro de Cinema.
Nesta edição, o Festival Curta Canoa teve pela primeira vez o prêmio de melhor filme pelo Júri da Crítica, que foi formado por Daniel Araújo, Diego Benevides e Thiago Cesar, todos membros da Aceccine, Associação Cearense de Críticos de Cinema. Rompendo a tradição de reconhecer apenas um filme entre tantos, o júri decidiu outorgar dois Prêmios da Crítica. A decisão foi tomada ao repensar a relação que se tem com as imagens em um período em que o estímulo imagético ultrapassa a própria compreensão do modo como nos relacionamos no mundo. É mais que um desafio individual do artista contemporâneo, é um ato político de reafirmação da subjetividade humana.
O festival aconteceu entre os dias 23 e 28 de janeiro, com programação totalmente on-line por conta da pandemia de Covid-19. Durante o evento, foram exibidas 24 produções entre ficções, documentários e experimentais de 14 estados.
Conheça os vencedores do 13º Curta Canoa:
MELHOR FILME
Contrastes – Impressões de Israel, de Jackson Abacatu (MG)
MELHOR DIREÇÃO
A Barca, por Nilton Resende
MELHOR ROTEIRO
O Malabarista, escrito por Iuri Moreno
MELHOR FOTOGRAFIA
Marie, por Petrus Cariry
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Tambor ou Bola, por Wilson Santos e Orquestra de Tambores
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Marie, por Isabela Stampanoni
MELHOR ATOR
Rômulo Braga, por Marie
MELHOR ATRIZ
Jennifer Vieira, por Terceiro Dia
MELHOR SOM
Contrastes – Impressões de Israel, por Jackson Abacatu
MELHOR MONTAGEM
Tambor ou Bola, por Glauber Xavier
MENÇÃO HONROSA | CONTRIBUIÇÃO CULTURAL
Sacada – A Lenda, de Toninho Duarte
MENÇÃO HONROSA | CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA
Fatinha, de Alexandre Fleming Câmara Vale
PRÊMIOS DA CRÍTICA
Introdução aos Estudos Oníricos, de Amanda Pontes
Pequenas Considerações Sobre o Espaço-Tempo, de Michelline Helena
Foto: Vanessa Mota.