
Foram anunciados neste domingo, 18/09, os vencedores da 14ª edição do CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico, considerado um dos principais festivais de vanguarda do cinema fantástico no continente e membro fundador da FANTLATAM – Aliança de Festivais de Cinema Fantástico da América Latina, com direção de Monica Trigo, Eduardo Santana e Filippo Pitanga.
A programação deste ano contou com mais de cem filmes, entre eles, 14 longas, 92 curtas-metragens e cinco filmes convidados da mostra Final Girls Berlin. As exibições aconteceram em diversos locais da cidade de São Paulo, como Reserva Cultural e Cine Satyros Bijou.
Conheça os vencedores do 14º CINEFANTASY:
LONGAS-METRAGENS
*Júri: Claudia Ruiz, Francisco Cesar Filho, Javier Fernandez e Sérgio Alpendre
Melhor Filme: Huesera, de Michelle Garza Cervera (Peru/México)
Melhor Direção: Michelle Garza Cervera, por Huesera
Melhor Roteiro: Bipolar, escrito por Queena Li
Melhor Atriz: Natalia Solián, por Huesera
Melhor Ator: Fabrício Boliveira, por Mungunzá
Menção Honrosa: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine (Brasil)
Justificativa de melhor filme: longa de estreia da mexicana Michelle Garza Cervera, Huesera impressiona pela maneira como somos assombrados pelo fantástico, numa trama envolvente e bem filmada sobre os medos da maternidade, sem deixar de lado questões que seguem atuais como mansplaining e gaslighting.
Justificativa da Menção Honrosa: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine cumpre o desafio de fazer uma aventura espacial inteiramente feita em 3D e produzida de forma independente. Esta menção propõe dar visibilidade ao cinema de animação latino-americano e também incentivar o apoio institucional estatal e privado, para estimular a criação de novas produções do cinema de animação brasileiro.
JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem: Mundo Proibido, de Alê Camargo e Camila Carrossine (Brasil)
Melhor curta-metragem: Selo, de Alessandro Corrêa (Brasil)
INDICAÇÃO GRANDE PRÊMIO FANTLATAM 2023
Longa-metragem: O Olho e a Parede (The Eye And The Wall), de Javier del Cid (Guatemala)
Curta-metragem: Blackout, de Rodrigo Grota (Brasil)
CURTA BRASIL FANTÁSTICO
*Júri: Kátia Nascimento, Kiko Mollica e Pablo Ferreira
Melhor Filme: O Peixe, de Natasha Jascalevich
Justificativa: pela capacidade de criar o fantástico a partir de elementos cotidianos e investigando o prazer feminino.
CURTA HORROR
*Júri: Laura Cánepa, Marcos DeBrito e Matheus Maltempi
Melhor filme: Cruzeiro (Cruise), de Sam Rudykoff (Canadá)
Menção Honrosa: Amara, de Danielle Amaral e Fernando Pompeu Neto (Brasil)
Justificativa de melhor filme: pelo bom engajamento com o público, excelente direção de atores e ótimo valor de produção. A discussão do mundo do trabalho foi aliada ao gênero horror, trazendo desorientação e suspense com uma importante crítica social.
Justificativa da Menção Honrosa: pela sofisticação do desenho de produção e ousadia da linguagem cinematográfica.
CURTA FANTÁSTICO BLACK POWER
*Júri: Maria Shu, Natara Ney e Raul Perez
Melhor Filme: Mil Vinny’s – Suíte Cachoeirana, de Luan Santos (Brasil)
Justificativa: pela inventividade na linguagem, por trazer a cidade como elemento central na narrativa, por utilizar a trilha sonora como fio condutor fugindo da reiteração de signos e por escolher uma montagem inteligente que brinca com a linguagem cinematográfica.
CURTA FICÇÃO CIENTÍFICA
*Júri: Alfredo Suppia, Celso Sabadin e Sabrina Paixão
Melhor Filme: O Pulverizador (The Sprayer), de Farnoosh Abedi (Irã)
Menção Honrosa: Alcançar o Vórtex (Alcanzar El Vortice), de Pedro Poveda (Espanha)
Justificativa de melhor filme: consideramos o apuro estético das técnicas de animação aliado à atualidade e emergência de sua denúncia política, bem como uma sensibilidade fina em sua composição visual poética que transmite diversas camadas de significados narrativos sem ser demagógico ou superficial.
Justificativa da Menção Honrosa: gostaríamos de registrar menção honrosa pelo despojamento, utilização adequada e criativa da linguagem do curta-metragem e perspicácia no uso do humor sarcástico como crítica social.
CURTA MULHERES FANTÁSTICAS
*Júri: Flavia Guerra, Sabrina Greve e Vanessa Prietro
Melhor Filme: Futuros Amantes, de Jessika Goulart (Reino Unido)
Menção Honrosa: Triskelion, de Jessica Raes (Bélgica)
Justificativa de melhor filme: nosso prêmio principal vai para um filme que une diversas dimensões do fantástico para falar, acima de tudo, de afeto. Com produção enxuta, roteiro e direção bem construídos, o filme nos apresenta uma ficção científica em um Brasil futurista e distópico, mas em que ainda há espaço para, o que de fato vai nos salvar, o amor.
Justificativa da Menção Honrosa: a curadoria nos revelou um olhar plural e instigante sobre o universo fantástico construído por mulheres de diversos países. Nossa menção honrosa vai para um filme que nos conta uma história com encantamento e poesia, com domínio da técnica de animação para narrar, de forma original, a origem de um símbolo já tão propagado mas, na verdade, pouco compreendido.
CURTA FANTASIA
*Júri: Danilo do Carmo, Euller Felix e Helena Vieira
Melhor Filme: Lã Quente (Hot Wool), de Tony Olsen (Nova Zelândia)
Menção Honrosa: Valentina Versus, de E. M. Z. Camargo e Anne Lise Ale (Brasil)
Justificativa de melhor filme: o premiado volta à uma das fontes primordiais do fantástico, o universo das fábulas. A montagem do filme traz a precisão da contação de histórias aprimoradas ao longo de gerações dessa tradição para a forma cinematográfica. Personagens arquetípicos e uma estética de época tornam atemporal uma narrativa nova e original.
Justificativa da Menção Honrosa: por trazer às telas a discussão do machismo e comportamento tóxico do universo dos games utilizando os recursos narrativos e estéticos desse mesmo universo. Temas tão caros a sociedade contemporânea são tratados em linguagem jovem através de uma narrativa que submerge junto com seus protagonistas no universo fantástico dos games e jogos de RPG.
CURTA AMADOR/ESTUDANTE
*Júri: Diaulas Ulysses, Marciel Consani e Priscila Machado
Melhor Filme: A Botija, o Beato e a Besta-fera, de Túlio Beat (Brasil)
Menção Honrosa: O Prazer de Matar Insetos, de Leonardo Martinelli (Brasil)
Justificativa de melhor filme: pela direção bem conduzida do elenco dentro da proposta, além dos destaques para a primorosa direção de arte e os belos planos e enquadramentos da direção de fotografia. Merece destaque o trabalho de áudio e, particularmente da trilha sonora, que emprega elementos da identidade nordestina como o timbre da Rabeca e a escala modo mixolídio.
Justificativa da Menção Honrosa: chamou atenção principalmente pela forma que a narrativa foi construída, pela escolha dos elementos de arte e a bela atuação do elenco.
CURTA ANIMAÇÃO
*Júri: Duarte Dias, Gabrielle Schauerhuber e Victor-Hugo Borges
Melhor Filme: Lágrimas do Sena (Les Larmes De La Seine), de Alice Letailleur (França)
Menção Honrosa: Mesa, de João Fazenda (Portugal)
Justificativa de melhor filme: o filme tem impacto narrativo e técnico inquestionável, nos faz refletir sobre a banalidade da violência pelo ponto de vista da personagem e leva à tona o massacre, que até há pouco tempo, havia sido esquecido pelo povo francês.
Justificativa da Menção Honrosa: o curta é um exemplo de carisma, construção, design e criatividade. Do início até o fim ele representa bem o fluxo social/vida; foi um dos filmes mais divertidos de assistir.
CURTA ESPANHA FANTÁSTICA
*Júri: Daniel Peñaloza, Gustavo Valdivia, Hassler Salgar e Lina Duran
Melhor Filme: A Luz (La Luz), de Iago Soto
Justificativa: o curta mais original da categoria e conta uma história sombria que cativa o espectador; colocando como protagonistas: a luz e a escuridão, e conseguindo com isso uma fotografia precisa que se complementa com uma arte da época, rústica, rural, sinistra.
CURTA FANTASTEEN/PEQUENOS FANTÁSTICOS
*Júri: Alan Medina, Ariel Nobre e Carol Ballan
Melhor Filme: O Peixe Vermelho (The Red Fish), de Bassem Ben Brahim (Tunísia)
Justificativa: pela linguagem poética e acessível, e o uso de diferentes técnicas de animação que constroem uma narrativa original.
CURTA FANTÁSTICA DIVERSIDADE
*Júri: Celso Duvecchi, Gabriel Lodi e Maura Ferreira
Melhor Filme: Eu, Sereia (I, Mermaid), de Augusto Almoguera (Espanha)
Menção Honrosa: Ausência, de Alexia Araujo (Brasil)
Justificativa de melhor filme: com direção de Augusto Almoguera, que com sutileza e profundidade, escancara a estrutura transfóbica dos afetos nessa obra. Destacamos o excelente trabalho de fotografia e direção de arte, bem como a maravilhosa trilha sonora.
Justificativa da Menção Honrosa: por um trabalho interessante em uma animação comovente que dialoga bem com a proposta da mostra.
Prêmio CTAv:
O Peixe, de Natasha Jascalevich (Brasil)
Prêmio AIC DE CINEMA
Estática, de Gabriela Queiroz (Brasil)
Prêmio DOT CINE
Don Javier, de Cadu Rosenfeld (Brasil)
Foto: Machete/Disruptiva Films.